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Alma, Propósito

Quer liberdade? Assuma a responsabilidade pela própria felicidade

24 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“Liberdade exige responsabilidade, é por isso que tanta gente tem medo dela”, diz a frase do escritor irlandês George Bernard Shaw. Victor Hugo diz algo muito parecido: “tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade”. É comum idealizarmos a liberdade, imaginando que estar completamente livre de algo que nos prende é o passe mágico para a felicidade. Contudo, em vez de apenas sonhar com ela, que tal sermos responsáveis e encarar seus prós e contras de uma vez por todas?

Livrar-se de um emprego, de um relacionamento, de ordens de superiores ou de qualquer outra situação que nos prenda é o desejo de muitas pessoas. Quando estamos em tais circunstâncias, é comum colocarmos toda a culpa de nossa infelicidade na entidade que nos prende, não é verdade?

“Se eu não precisasse mais trabalhar nessa empresa eu seria feliz”, “esse casamento me impede de ser quem sou” e ”os estudos da faculdade atrapalham minha diversão”, são frases corriqueiras em nosso cotidiano. Porém, o erro que cometemos muitas vezes ao fazer tais queixas é deixar de avaliar como seria a nossa vida caso não tivéssemos tais amarras e, se consideremos que seria melhor, encarar o desafio de vez.

Largar o emprego rumo a um destino desconhecido, por exemplo, é uma decisão que exige coragem. Afinal, é como diz a disseminada frase do ator Antônio Abujamra: “enforque-se na corda da liberdade”. Estar livre pode ser de fato sufocante para quem está acostumado a sempre culpar fatores externos pelas adversidades da vida.

Sua felicidade está nas suas mãos

Ser livre significa assumir que toda a responsabilidade por sua felicidade está em suas próprias mãos. O medo vem porque sabemos que não teremos mais de quem reclamar. “Ser-se livre não é nada fazer, é ser-se o único árbitro daquilo que se faz ou daquilo que se não faz”, disse o pensador francês Jean de La Bruyere. E aí, vai encarar?

Arbitrar a nossa própria vida significa saber claramente quais são as regras do jogo. O que inclui momentos de sofrimento, mas também de evolução e aprendizado. Jamais teremos todas as garantias e seguranças de tudo, mas estar disposto a correr riscos faz parte da jogada.

É por isso que a liberdade exige desprendimento. Devemos ter consciência que não temos controle sobre tudo e estarmos prontos para os imprevistos que surgirem. “Para a liberdade só há um caminho: o desprezo das coisas que não dependem de nós”, diz o filósofo Epicteto. Na mesma direção, segue a máxima atribuída a Diógenes: “só é verdadeiramente livre quem está sempre pronto a morrer”.

O que te move?

O exercício de conhecer a si próprio ajuda na jornada rumo a uma vida mais livre. Precisamos estar conscientes do que nos move ao saltarmos cada uma das amarras. Só com esse objetivo claro é que teremos forças para enfrentar todas as adversidades que porventura aparecerem.

Encarar a liberdade com tudo o que ela traz, significa estar disposto a mudar padrões mentais que muitos de nós aprendemos desde pequenos. A citação atribuída a Alejandro Jodorowsky diz: “pássaros criados em gaiolas acreditam que voar é uma doença”. É preciso perder o medo de voar e estar disposto a cair algumas vezes ao bater as asas pela primeira vez. Com certeza, o prazer do voo vale o esforço.

Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Corpo, Saúde

A importância de fazer exames de rotina como ação preventiva

22 de janeiro de 2018

Foi após fazer exames preventivos que o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, descobriu que possuía um grave problema no esôfago, levando-o a passar por uma cirurgia e mudar o estilo de vida. Por conta de casos como o dele, profissionais de saúde recomendam a realização de check ups anuais que, junto com a alimentação saudável e a prática de exercícios, é uma ação preventiva importante para cuidar da saúde.

Fazer check up é uma ação preventiva

O check-up é a realização de uma bateria de exames que tem como intuito ter um diagnóstico detalhado sobre o funcionamento das funções do organismo. “O check up é considerado uma das pontas da medicina preventiva, que corresponde à união de dados da história clínica e exames, vinculados a uma análise do histórico pessoal do paciente, com o objetivo de detectar doenças em estágio inicial”, explica artigo disponível no site do Hospital Português.

Além de buscar identificar essas doenças, o check up também tem a função de orientar o paciente a ter uma vida mais saudável. Afinal, muitos dos resultados podem apontar para doenças assintomáticas (aquelas que não sentimos nenhuma dor ou sintoma), que exigem mudanças de hábito ou rotina para serem tratadas ou curadas.

No caso de Tagawa, por exemplo, ele possuía mais de 100 refluxos por dia, mas não sentia qualquer dor ou sintoma – o único sintoma que tinha era tosse ao deitar, o que ele não acreditava ser nada grave e algo atrelado ao sistema respiratório.

Após o diagnóstico, o empresário passou a se preocupar mais com a alimentação, a ler sobre o assunto e fazer pesquisas rotineiras sobre como se alimentar de forma saudável e equilibrada. “Eu achava que eu tinha uma alimentação saudável, mas tinha muitos ajustes a serem feitos”, admite.

Quem deve realizar exames de rotina

Os médicos recomendam que homens e mulheres façam anualmente um check up, especialmente a partir dos 35 anos. Há casos, contudo, que a frequência deve ser maior, como para quem é portador de hipertensão, colesterol alterado e diabetes – o intuito é evitar que os casos se agravem.

Para fazer um check up é preciso visitar um clínico geral e relatar a ele detalhes como idade, hábitos e outras características pessoais. O médico fará a solicitação dos exames necessários a serem realizados.

De acordo com o Hospital Português, para averiguar o estado de todos os órgãos e sistemas, o check-up anual deve contar com exames como hemograma, glicemia, colesterol, triglicérides, urina, fezes, eletrocardiograma e teste ergométrico, dependendo da história clínica de cada paciente. Para quem não tem convênio médico, o recomendado é visitar o posto de saúde mais próximo e procurar saber como fazer os exames disponíveis. Outra opção é procurar clínicas populares com preços mais acessíveis.

O processo de ir ao médico e agendar todos os exames pode ser cansativo, mas o cuidado e a atenção com a saúde valem a pena. Afinal, como já diz o ditado popular: “melhor prevenir do que remediar”

Autodesenvolvimento, Mente

Como dizer não com assertividade e sem magoar os outros

19 de janeiro de 2018

Não saber dizer não é algo que atrapalha o dia a dia de muitas pessoas. Com medo da rejeição ou em busca de agradar os outros, acabamos dizendo sim a coisas que não gostaríamos e, no final, fazemos mal a nós mesmos. Saber dizer não com assertividade é uma postura que nos dá liberdade, proporciona bem estar e promove relações sinceras e saudáveis.

Como dizer não com assertividade?

A assertividade é uma virtude que nos permite expressar a própria opinião sem ser agressivo com o interlocutor. A pessoa assertiva não é indecisa, insegura, nem passiva na hora de tomar decisões – posturas que atrapalham, e muito, nosso dia a dia.

Ser assertivo significa saber afirmar os próprios interesses, vontades, desejos e sentimentos, sem magoar ou agredir o interlocutor. É, sobretudo, ser verdadeiro com os próprios sentimentos.

“Ser afirmativo significa ter confiança em si mesmo e na sua capacidade. ‘Não importa o que aconteça, posso enfrentá-lo’, diz o autor do bestseller internacional “Quando digo não me sinto culpado”, Manuel J. Smith.

Ao sermos afirmativos nós assumimos a responsabilidade por nossa própria existência e a afastamos dos outros. “Ter de decidir as próprias regras para viver à medida que se vai vivendo não é fácil tarefa”, diz o autor, porém, “Precisamos confiar em nosso próprio julgamento porque a verdade é – queiramos ou não encará-la – que somente nós temos responsabilidade por nós mesmos.”

Tenha consciência das próprias necessidades

O primeiro passo para ser assertivo é ter consciência das próprias necessidades e escolhas. É preciso saber decidir o que é melhor para você antes de tomar decisões. Para isso, o autoconhecimento é essencial. Ficar “em cima do muro”, ser indeciso e inseguro são posturas que muitas vezes nos fazem dizer sim a coisas que no fundo não desejamos.

Também é importante ter autoconfiança para fazer uma comunicação objetiva, honesta e clara. Nada de inventar desculpas, mudar de assunto ou fugir de situações difíceis: a pessoa assertiva expressa com clareza seus sentimentos e pensamentos.

Evite a agressividade

A assertividade está entre a passividade e a agressividade. A pessoa assertiva tem claramente o que é melhor para ela e sabe comunicar isso ao outro de forma educada, sem causar dores ou constrangimentos. Afinal, o intuito é realizar uma comunicação honesta, e não violenta.

Conseguir se comunicar com assertividade pode ser um desafio para muitos de nós, contudo, a prática promove bem estar e tranquilidade. Dizer sim quando no fundo gostaríamos de dizer não provoca acúmulos emocionais que, no longo prazo, nos causa sofrimento. Nada melhor do que conseguir dizer não a algo que profundamente não desejamos sem magoar o outro.

Alma, Meditação

6 dicas para praticar a meditação da atenção plena

17 de janeiro de 2018

Aproveitar o início de um novo ano é uma ótima deixa para quem sempre teve vontade de começar a meditar, mas nunca levou a ideia adiante. Afinal, os benefícios e o bem estar que a meditação proporciona para o corpo e para a mente são comprovados cientificamente. Começar a meditar é mais simples do que parece e basta ter disposição, força de vontade e não desistir quando os primeiros desconfortos surgirem: acredite, com o tempo eles desaparecem. 

Como fazer a meditação da atenção plena

Existem várias formas e técnicas de meditação, inclusive a meditação ativa, feita durante afazeres. No livro “O Cérebro de Buda”, o autor Rick Hanson dá dicas práticas para iniciantes que querem começar uma medição básica, chamada meditação consciente ou meditação da atenção plena. Confira as dicas do autor:

1 – Comprometa-se

O segredo para colher as recompensas da meditação é desenvolver uma prática diária e regular, mesmo que curta. No livro, o autor sugere: que tal assumir o compromisso pessoal de nunca ir dormir sem ter meditado naquele dia, mesmo que por apenas um minuto? Outra sugestão é fazer parte de algum grupo de meditação perto de casa.

2 – Encontre um local confortável

Para começar, escolha um local confortável em que seja possível se concentrar e não ser interrompido por ninguém. Não há problema em meditar em pé, caminhando ou deitado. Contudo, muitas pessoas meditam sentadas em uma cadeira ou em uma almofada apropriada. É importante, contudo, adotar uma postura ao mesmo tempo relaxada e alerta, além de manter a coluna razoavelmente ereta.

3 – Medite o tempo que desejar

Pode-se começar com períodos mais curtos, mesmo que de apenas cinco minutos. Sessões mais longas, de 30 a 60 minutos, ajudam a meditar mais profundamente. É possível estabelecer um tempo longo no início ou simplesmente deixar correr. Dar uma espiada no relógio durante a meditação não é um crime, garante o autor. Outra opção é programar um despertador. Outra dica: algumas pessoas acendem um incenso e finalizam a meditação na hora em que ele acabar.

4 – Use a respiração como âncora

Com os olhos fechados ou abertos, respire fundo. Perceba os sons que vêm e vão e aceite-os como são. Preste atenção nas sensações envolvidas na respiração do início ao fim e não tente controlá-la: respire naturalmente. Sinta o ar fresco entrar e o ar morno sair do corpo. Se quiser, pode contar as respirações calmamente até dez – isso pode ser um desafio no começo e, se a sua mente se perder, volte à primeira. Outra opção é fazer marcações silenciosas como “respire” e “inspire”.

5 – Renuncie às preocupações

Imagine como se tivesse depositado no chão uma mala muito pesada e se jogasse em uma poltrona confortável. Quanto terminar a meditação, você pode pegar as preocupações de volta (se quiser). Quando a mente se assentar durante os primeiros minutos de meditação, explore a sensação de estar cada vez mais absorvido na respiração e de deixar todo o resto de lado.

6 – Mantenha-se consciente

Esteja atento e perceba a natureza mutável de qualquer coisa que passar pela sua mente. Mantenha-se consciente de pensamentos, sentimentos, desejos, planos, imagens e lembranças. Deixe que sejam o que são, não se prenda a eles, não lute contra eles nem os admire. Perceba a natureza mutável das coisas que passam pela sua mente. Note a sensação de ser envolvido pelas coisas que passam pela consciência. Qual é a sensação de deixá-las ir embora?

Quando desejar, finalize a meditação. Perceba como se sente após a prática. No começo pode ser um pouco difícil para algumas pessoas se manterem em meditação, mas basta ter persistência para desfrutar dos benefícios da prática.

Filosofia, Mente

Por que é importante cuidar de você em primeiro lugar

15 de janeiro de 2018

Você já se pegou buscando satisfazer os desejos dos outros em primeiro lugar, esquecendo de cuidar de si próprio? Diferente do que pode parecer, pensar em si não significa egoísmo, mas sim amor próprio. Além do mais, quanto mais prestamos atenção às próprias necessidades, mais estamos aptos a dar o nosso melhor às pessoas que amamos.

Cuidar de si não é egoísmo

“No avião, a recomendação em caso de precisar usar a máscara de oxigênio é colocá-la primeiro em nós mesmos, e depois nas crianças ou pessoas ao nosso lado”, salienta Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai <link texto institucional>. “Isso acontece porque precisamos estar bem para ter capacidade de auxiliar os demais.”

Reconhecer a necessidade de olhar para si próprio é o ponto que norteia Tagawa ao desenvolver a Filosofia do Bonsai: práticas que segue diariamente para manter o próprio equilíbrio e viver melhor, buscando olhar para o corpo, a mente e a alma.

Quando não olhamos para nós mesmos, corremos o risco de negligenciar necessidades cruciais que, no acumular do tempo, podem ser potencializadas em doenças e elevados níveis de estresse e descontentamento.

Como cuidar de si em primeiro lugar

Entre as principais atividades rotineiras que faz para cuidar de si estão a prática da meditação, rituais diários, atividades físicas e cuidado com a alimentação. Com todos esses passos, ele afirma que se sente melhor consigo mesmo e mais preparado para encarar os desafios do dia a dia.

Contudo, as respostas de como agradar a si mesmo é algo que somente cada um de nós pode responder. Afinal, somos diferentes e nossas necessidades também. É por isso que cuidar de si exige, ainda, uma alta dose de autoconhecimento. Precisamos conhecer bem quais são as nossas necessidades, o que o nosso corpo, mente e alma pedem diariamente, para que estejamos aptos a atendê-las.

Ter alguns minutos em silêncio consigo próprio para se escutar pode ajudar nessa tarefa. Que tal responder pela manhã: do que eu preciso hoje? O que posso fazer por mim para atender essa necessidade?

A resposta pode ser mais simples do que imaginamos: pode ser a vontade de ficar só por um tempo, de praticar alguma atividade física ou de tirar um tempo para descansar. Muitas vezes nos privamos do sono em busca de cumprir uma agenda repleta de compromissos e esquecemos de recarregar as energias.

Acolha a si mesmo

“O cuidado de si implica, em primeiríssimo lugar, acolher-se a si mesmo, assim como se é com suas aptidões e seus limites”, diz o teólogo e escritor Leornado Boff, em artigo publicado no seu blog.

O teólogo nos lembra que juntamente com aquilo que de fato somos, existe também aquilo que potencialmente podemos ser. Cabe a nós elaborarmos as maneiras de desfrutar deste potencial – que pode ser real.

Cuidar de si mesmo é amar-se, acolher-se, reconhecer sua vulnerabilidade, poder chorar, saber perdoar-se e perdoar, salienta Boff. Nessa jornada é importante, ainda, desenvolver a resiliência, que é a capacidade de dar a volta por cima e aprender com erros e contradições. “Escrevemos direito apesar das linhas tortas”, sugere.

Autodesenvolvimento, Mente

Você sabe qual é a diferença entre resignação e aceitação?

12 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

É fato que inúmeras circunstâncias na vida não estão sob nosso controle. Apesar disso, somos os únicos responsáveis pela atitude que tomamos perante o que não pode ser mudado. Nessas horas, é importante enxergar a diferença entre resignação e a aceitação. Afinal, aceitar os fatos é essencial para avançar, mas resignar-se a eles pode significar ficar parado para sempre no mesmo lugar.

Por que aceitar mais os fatos e se resignar menos

A resignação é a submissão à vontade de alguém ou ao destino. A pessoa resignada enxerga que os fatos são como são e, mesmo incomodada, se submete a eles. O resignado sofre e se queixa da realidade tal como se apresenta, desejando que as coisas fossem de outra forma, postura que o mantém preso e paralisado. De certa forma, a resignação remete à passividade do sujeito perante a própria vida.

A aceitação, por sua vez, é uma atitude sábia. Afinal de contas, há situações na vida que não podem ser mudadas e é necessário respeitar essa regra para atuar sobre elas. Quando aceitamos uma situação tal como se apresenta, estamos conscientes de que ela existe, mas diferente do resignado, não desejamos que ela mude – afinal, aceitamos que isso não é possível. Ao aceitar a realidade, nós mudamos o próprio trajeto, traçamos novos objetivos e seguimos em frente.

Há uma bela citação de William Shakespeare que nos faz refletir sobre essas duas palavras que tanto nos confundem: “A adversidade é a escola da alma. Os homens vulgares podem resignar-se a infortúnios vulgares. Quando o mar está tranquilo, todos os pilotos navegam com igual mestria. Mas ao ser vítimas de golpes mais profundos da fortuna, só uma grande alma pode sofrer sem se queixar.”

É claro que todos sofremos e somos impactados com o que nos acomete. Contudo, passado o período de choque, luto ou baque, é preciso aceitar os acontecimentos, respeitá-los, e ter capacidade de traçar novas rotas, caso contrário, nos resignaremos e não sairemos do lugar.

Não resista aos acontecimentos

Outra postura bastante comum é resistir aos fatos em vez de aceitá-los. A resistência é a negação do que aconteceu e também nos impede de evoluir. Afinal de contas, de nada adianta “chorar o leite derramado”, ele já caiu e é preciso limpar a mesa.
Quanto mais negamos os fatos, mais os intensificamos. Toda vez que repetimos que “tal coisa não deveria ter acontecido” estamos reforçando o problema, em vez de pensar na solução. Essa atitude consome nossa energia, nos deixa pessimistas e mal-humorados e nos impede de enxergar novos caminhos.

A aceitação é, sobretudo, uma postura de coragem perante a vida. Muitas vezes não é fácil encarar todas as situações que nos apresentam, não é mesmo? Contudo, a opção que temos ao não aceitar é aumentar ainda mais nossa dor e sofrimento perante algo que jamais poderá ser mudado. É como diz a frase do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung: “O que negas te subordina. O que aceitas te transforma”.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Autodesenvolvimento, Mente

Equilíbrio emocional nos prepara para desequilíbrios da vida

8 de janeiro de 2018

Muitas vezes nos cobramos por atingir equilíbrio em todos os âmbitos da vida: pessoal, profissional, amoroso e familiar. Porém, tal meta pode nos causar frustração e culpa, pois depende de muitos fatores externos que não estão sob nosso controle. Em vez de buscar uma vida completamente equilibrada, o ideal é buscarmos o equilíbrio emocional para lidar com a montanha russa que é nossa existência.

A vida não flui de forma harmônica

Uma vida mais equilibrada e harmônica pode, e deve, ser meta para todos nós. Afinal, sempre temos setores a melhorar. Contudo, como estamos cansados de saber, na vida “nem tudo são flores”, há também rosas e espinhos. É impossível ter uma vida harmônica o tempo todo, avalia o psicólogo Luiz Alberto Hanns em vídeo veiculado no canal da Casa do Saber.

“A vida não flui desse modo tão harmônico. Não podemos dizer que isso [ter equilíbrio em todos os âmbitos da vida] seja impossível, mas depende de uma natureza muito especial e de um período de muita sorte”, avalia.

Por mais que busquemos estar com tudo em ordem, eventualmente pode acontecer algum imprevisto que irá nos desestabilizar: como ficar desempregado após uma crise econômica, ser diagnosticado com uma doença grave, enfrentar um luto de um ente querido, e por aí vai. Mais do que buscar estar com a vida totalmente equilibrada, sugere o psicólogo, o recomendado é buscar o equilíbrio emocional – esse sim ao nosso alcance.

Como ter equilíbrio emocional

Ter equilíbrio emocional é justamente aprender um pouco mais sobre si mesmo, descobrir o que você pode abrir mão e o que determinada época ou ciclo de vida está pedindo, sugere Hanns. Além disso, aprender a administrar melhor o estresse, escolher zonas de prazer e atividades que podem ajudar a nos equilibrarmos emocionalmente.

A Filosofia do Bonsai  nasceu justamente da busca do empresário Alexandre Tagawa por mais equilíbrio em sua vida. Nessa jornada, ele mesmo descobriu que a única coisa que poderia fazer era atuar para melhorar a si mesmo, cuidando do corpo, da mente e da alma.

O autoconhecimento por meio da meditação, o bem-estar proporcionado por exercícios físicos, alimentação saudável, e a espiritualidade trabalhada com rituais e mantras têm ajudado a lidar com os altos e baixos do dia a dia.

Ao observar o bonsai, sua fonte de inspiração para o desenvolvimento de tal filosofia de vida, Tagawa avaliou que até a árvore tem seu período de queda de folhas para se renovar. Ou seja, muitas espécies perdem as folhas uma vez por ano, para depois ficarem verdes novamente.

O mesmo acontece nas nossas vidas. Há momentos em que o lado profissional está próspero, mas o campo amoroso exige mais atenção. O relacionamento com a família pode ir bem, mas alguns amigos ficam de lado. O equilíbrio emocional nos ajuda a identificar as prioridades de cada período e aceitar a impossibilidade de sermos perfeitos em tudo.

Segundo Luiz Alberto Hanns, é provável que tenhamos que alternar e escolher algumas áreas para termos foco e excelência ao longo da nossa caminhada. “Se tentar dar conta de tudo é grande a chance de fazer tudo mal feito e ficar com a sensação de estar tendo uma vida insatisfatória e medíocre”, afirma.

Alimentação, Corpo

10 simples passos para uma alimentação saudável

5 de janeiro de 2018

A prevenção por meio da alimentação é amplamente recomendada por médicos e especialistas. Apesar de sabermos de cor os benefícios de ingerir alimentos saudáveis diariamente, muitos de nós ainda somos dominados pelos prazeres de gorduras, frituras e doces – sem falar da praticidade dos congelados e industrializados, não é mesmo? A boa notícia é que mudar de hábitos é algo acessível para todos. Não precisa ser radical, o equilíbrio na alimentação já nos proporciona uma vida mais saudável.

Por que ter uma alimentação mais saudável?

Na Filosofia do Bonsai, os cuidados com a alimentação são vistos como essenciais para se ter uma vida mais equilibrada e prazerosa. Alexandre Tagawa, empresário e idealizador da filosofia, só percebeu o quanto se alimentar bem é essencial para a saúde após ser diagnosticado com uma grave doença no esôfago – ele sofria cerca de 100 refluxos por dia.

Tagawa precisou passar por uma cirurgia e desde então mudou completamente seus hábitos. Ao buscar opções mais saudáveis, passou a ir à feira semanalmente, onde compra os mais variados tipos de frutas e legumes para toda a família.

Ter uma alimentação saudável é mais simples do que parece. O que precisamos fazer é ter força de vontade para mudar hábitos. Especialistas em nutrição defendem que devemos nos espelhar nos nossos avós na hora de comer, ou seja, evitar o máximo de produtos industrializados possível.

Guia da alimentação saudável

No guia com dez passos para uma alimentação saudável, o Ministério da Saúde orienta a população a optar por refeições caseiras e evitar redes de fast food e produtos prontos que dispensam preparação (‘sopas de pacote’, pratos congelados prontos para aquecer, molhos industrializados, misturas prontas para tortas).

Outras recomendações são o uso moderado de óleos, gorduras, sal e açúcar ao temperar e cozinhar alimentos, e o consumo limitado de alimentos processados (queijos, embutidos, conservas). Na hora da sobremesa, o ideal é preferir as caseiras, dispensando as industrializadas.

10 passos para uma alimentação saudável

1 – Faça pelo menos três refeições (café-da-manhã, almoço e jantar) e 2 lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições;

2 – Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e faz bem à saúde;

3 – Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis;

4 – Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina;

5 – Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas e outras guloseimas;

6 – Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa;

7 – Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições;

8 – Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo;

9 – Inclua diariamente seis porções do grupo dos cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos como as batatas e raízes como a mandioca nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos em sua forma mais natural.

10 – Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches.

Alma, Propósito

Como ter mais paciência para alcançar planos de longo prazo

3 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“A falta de paciência em pontos de menor importância prejudica os grandes planos”, diz sábia frase do filósofo chinês Confúcio. Apesar de a paciência ser tida por muitos sábios como a arte de esperar, é extremamente difícil de desenvolvê-la. Isso porque a impaciência sempre vem em períodos de dificuldade. Jamais estaremos impacientes em situações agradáveis. Dessa forma, tornar-se paciente é compreender que adversidades fazem parte da vida e são imprescindíveis para alcançarmos conquistas maiores.

Ter mais paciência exige sabedoria

Quando estamos impacientes, a nossa tendência é esquecer do momento presente e colocar toda a nossa energia no futuro que nunca chega. O problema dessa postura é que não temos o menor controle sobre o que está por vir e agir dessa maneira só nos deixa mais ansiosos.

É comum estarmos impacientes para finalmente conseguir uma boa colocação profissional, encontrar um grande amor, mudar de casa, fazer uma viagem, e por aí vai. Nessas horas, temos a impressão que a vida só ficará boa quando tais desejos se concretizarem.

Aprimore o ato da espera em si

Como a paciência está diretamente relacionada ao ato de esperar por algo, para desenvolvê-la é essencial buscar aprimorar o ato da espera em si – e não pensar cada vez mais sobre o futuro. Ou seja, devemos focar a atenção em coisas que podemos fazer enquanto aguardamos a chegada do que queremos.

Entre as definições da palavra paciência estão termos como “capacidade de persistir em uma atividade difícil” ou “virtude que consiste em suportar dissabores e infelicidades”. Essas explicações nos ajudam a refletir: como persistir ou suportar momentos difíceis? Afinal, se determinada situação que nos incomoda não pode ser mudada, a única coisa que podemos mudar é a nossa postura perante a ela.

Mudar de postura não significa ser resignado e simplesmente aceitar tudo de ruim que nos acontece. Mas refletir em opções e alternativas que podem ser tomadas enquanto tal evento não ocorre. Por exemplo, para quem está desempregado, a espera por uma vaga pode ser angustiante.

O que ajuda nessas horas é pensar em outros caminhos a serem tomados: o que mais eu posso fazer para me aproximar do meu objetivo? Há cursos ou capacitações que posso fazer? Há pessoas que poderiam me ajudar? E por aí vai. Afinal, é como diz um pensamento amplamente disseminado no mundo do empreendedorismo: “não podemos esperar novos resultados fazendo sempre a mesma coisa”.

Mude sua postura

Quando temos claro para nós onde queremos chegar e qual é nosso objetivo maior, fica mais fácil suportar os momentos difíceis. Vivemos em um mundo cada vez mais imediatista e esquecemos que as coisas têm seu tempo de maturação. Esta frase atribuída ao filósofo Jean Jacques Rousseau nos motiva a enfrentar os períodos de impaciência com otimismo: “a paciência é amarga, mas seu fruto é doce.”

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Autodesenvolvimento, Mente

Ano novo, vida nova? Nada vai mudar se você for o mesmo

22 de dezembro de 2017

“Ano novo, vida nova”. Esta é uma das frases que mais escutamos nesta época de virada de ano, não é mesmo? Fazemos promessas para ter uma alimentação mais saudável, finalmente começar a praticar exercícios físicos com regularidade, se matricular naquele curso que tanto adiamos, mudar de emprego, estar aberto a encontrar um grande amor. Porém, de nada adianta esperar tantas mudanças se não estivermos dispostos a fazer a principal delas: mudar a nós mesmos.

Como ter uma vida nova

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”, diz a máxima de Albert Einstein. O primeiro passo para efetivamente ter uma vida nova no ano que se inicia é estar disposto a tomar as atitudes necessárias para que cada mudança se concretize.

Como disse Buda, “toda grande caminhada começa com um simples passo. Não podemos esperar que a vida mude simplesmente porque um novo ano se inicia se não dermos nossos “simples passos” para que cada mudança se concretize. Mudar exige bastante empenho e responsabilidade de nossa parte, seja em qual âmbito da vida for.

Afinal, quantos “anos novos” teremos que esperar para efetivamente compreendermos que é nossa a responsabilidade sobre o que acontece na nossa vida? Não é do dia para a noite que acordamos com tudo organizado e felizes com a rotina que levamos. Necessariamente precisamos assumir compromisso com nós mesmos em busca da vida que queremos ter.

Identificar o que queremos mudar e quais são as prioridades é essencial. Dificilmente é possível mudar todos os âmbitos da vida de uma vez só, caso seja esse o seu desejo – tal empreitada pode ser demasiadamente custosa e nos levar a desistir. O melhor é escolher qual mudança é crucial e deve ser priorizada inicialmente e focar nas ações para que ela aconteça. Assim que o primeiro objetivo já estiver minimamente encaminhado, aí sim parta para o segundo.

Mude de forma consciente

Um exemplo é o plano de ter uma vida mais saudável – desejo comum a muitos de nós. Ninguém se transforma em um verdadeiro atleta do dia para a noite. Criar tal expectativa só vai gerar frustração e fazer com que, mais uma vez, a meta não seja cumprida. Que tal pensar em começar a fazer caminhadas ou se matricular em uma academia e se comprometer a ir ao menos três vezes na semana?

A mesma moderação pode ser feita com a alimentação: cortar radicalmente todos os alimentos que dão prazer pode acarretar no já conhecido costume de começar a dieta na segunda-feira e quebrá-la antes que a próxima segunda chegue. Em vez disso, busque uma alimentação equilibrada dentro dos seus limites.

Com determinação e comprometimento, Alexandre Tagawa, o idealizador da Filosofia do Bonsai, promoveu uma grande mudança na própria vida e tem conseguido se manter em equilíbrio há mais de um ano. Diariamente ele faz práticas como meditação, rituais e exercícios matinais, além de buscar ter uma alimentação saudável.

Tagawa garante que todas essas mudanças só aconteceram quando ele se comprometeu consigo mesmo e percebeu o quão importante é se colocar em primeiro lugar nos planos e projetos. Então, você já sabe: quer uma vida nova no ano que se inicia? Seja responsável para que as mudanças aconteçam – só assim seu desejo será realizado.