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6 dicas para praticar a meditação da atenção plena

17 de janeiro de 2018

Aproveitar o início de um novo ano é uma ótima deixa para quem sempre teve vontade de começar a meditar, mas nunca levou a ideia adiante. Afinal, os benefícios e o bem estar que a meditação proporciona para o corpo e para a mente são comprovados cientificamente. Começar a meditar é mais simples do que parece e basta ter disposição, força de vontade e não desistir quando os primeiros desconfortos surgirem: acredite, com o tempo eles desaparecem. 

Como fazer a meditação da atenção plena

Existem várias formas e técnicas de meditação, inclusive a meditação ativa, feita durante afazeres. No livro “O Cérebro de Buda”, o autor Rick Hanson dá dicas práticas para iniciantes que querem começar uma medição básica, chamada meditação consciente ou meditação da atenção plena. Confira as dicas do autor:

1 – Comprometa-se

O segredo para colher as recompensas da meditação é desenvolver uma prática diária e regular, mesmo que curta. No livro, o autor sugere: que tal assumir o compromisso pessoal de nunca ir dormir sem ter meditado naquele dia, mesmo que por apenas um minuto? Outra sugestão é fazer parte de algum grupo de meditação perto de casa.

2 – Encontre um local confortável

Para começar, escolha um local confortável em que seja possível se concentrar e não ser interrompido por ninguém. Não há problema em meditar em pé, caminhando ou deitado. Contudo, muitas pessoas meditam sentadas em uma cadeira ou em uma almofada apropriada. É importante, contudo, adotar uma postura ao mesmo tempo relaxada e alerta, além de manter a coluna razoavelmente ereta.

3 – Medite o tempo que desejar

Pode-se começar com períodos mais curtos, mesmo que de apenas cinco minutos. Sessões mais longas, de 30 a 60 minutos, ajudam a meditar mais profundamente. É possível estabelecer um tempo longo no início ou simplesmente deixar correr. Dar uma espiada no relógio durante a meditação não é um crime, garante o autor. Outra opção é programar um despertador. Outra dica: algumas pessoas acendem um incenso e finalizam a meditação na hora em que ele acabar.

4 – Use a respiração como âncora

Com os olhos fechados ou abertos, respire fundo. Perceba os sons que vêm e vão e aceite-os como são. Preste atenção nas sensações envolvidas na respiração do início ao fim e não tente controlá-la: respire naturalmente. Sinta o ar fresco entrar e o ar morno sair do corpo. Se quiser, pode contar as respirações calmamente até dez – isso pode ser um desafio no começo e, se a sua mente se perder, volte à primeira. Outra opção é fazer marcações silenciosas como “respire” e “inspire”.

5 – Renuncie às preocupações

Imagine como se tivesse depositado no chão uma mala muito pesada e se jogasse em uma poltrona confortável. Quanto terminar a meditação, você pode pegar as preocupações de volta (se quiser). Quando a mente se assentar durante os primeiros minutos de meditação, explore a sensação de estar cada vez mais absorvido na respiração e de deixar todo o resto de lado.

6 – Mantenha-se consciente

Esteja atento e perceba a natureza mutável de qualquer coisa que passar pela sua mente. Mantenha-se consciente de pensamentos, sentimentos, desejos, planos, imagens e lembranças. Deixe que sejam o que são, não se prenda a eles, não lute contra eles nem os admire. Perceba a natureza mutável das coisas que passam pela sua mente. Note a sensação de ser envolvido pelas coisas que passam pela consciência. Qual é a sensação de deixá-las ir embora?

Quando desejar, finalize a meditação. Perceba como se sente após a prática. No começo pode ser um pouco difícil para algumas pessoas se manterem em meditação, mas basta ter persistência para desfrutar dos benefícios da prática.

Alma, Meditação

Está com vários problemas ao mesmo tempo? A meditação pode te ajudar

13 de dezembro de 2017

Sabe aqueles momentos de angústia, quando temos a sensação de que tudo está errado ao nosso redor e que todos os problemas apareceram ao mesmo tempo? Temos a impressão que uma situação ruim puxou a outra e não conseguimos nos desvencilhar de nenhuma delas. Nessas horas, praticar meditação pode nos ajudar a esvaziar a mente dos pensamentos negativos e identificar maneiras de lidar com os empecilhos.

Por que os problemas surgem de uma vez?

É comum vários problemas surgirem todos de uma vez. Às vezes o carro quebra justo na semana em que temos várias reuniões. O estresse causado pelo imprevisto baixa a nossa imunidade e adoecemos. A doença faz ficarmos com menos energia para cumprir a agenda de reuniões. Em consequência disso, chegamos em casa mal humorados e discutimos com o nosso parceiro. Vira uma bola de neve. Quem nunca se viu em um ciclo como este?

É bastante difícil mantermos a calma diante de situações como essas. Contudo, a meditação <link txt meditação> é uma prática que pode ajudar, e muito, a acalmar a mente dos pensamentos negativos, nos auxiliando a encontrar soluções para os problemas. Durante a prática de meditação temos a possibilidade de observar todos os pensamentos que surgem na nossa mente, identificando o que mais nos incomoda.

Especialistas em práticas meditativas costumam comparar a nossa mente com a água do mar. Quando estamos agitados, é como se estivéssemos na superfície das ondas, onde a cor da água fica turva ao se misturar com a areia. Porém, no interior do oceano tudo está calmo. A areia desce para o fundo e a água fica límpida e transparente. É por isso que a meditação limpa a mente, acalmando o turbilhão de pensamentos que temos a todo o momento.

Sair da meditação com uma ação

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, começou a praticar meditação justamente para ficar mais equilibrado. Ele faz a prática diariamente, com o desafio de conseguir tranquilizar todos os pensamentos que porventura venham a atrapalhar o seu dia.

Segundo ele, tal hábito é essencial em momentos de dificuldade, quando vários problemas surgem de uma vez. “Se não os pensamentos negativos te consomem de uma maneira que o dia não rende. Você volta para casa com aquela mesma angústia, e aí vai descarregar no seu filho, na esposa, em amigos ou em alguma pessoa no trânsito que você sequer conhece”.
Para Tagawa, o grande propósito da meditação que faz pelas manhãs é sair dela determinado a assumir o controle sobre seu dia. “Durante a meditação surgem muitos pensamentos negativos, muitas sombras, então o meu desafio é sair de casa com um plano de ação sobre aquela situação. Eu não vou deixar aquela situação acabar com meu dia.”

O simples ato de ter consciência de quais pensamentos passam pela nossa mente nos ajuda a tomar decisões para melhorar o nosso dia. Afinal de contas, não podemos deixar que nossos pensamentos negativos nos dominem, nós é que temos que dominá-los.

Quando temos vários problemas acontecendo ao mesmo tempo nossa tendência é ter ainda mais pensamentos negativos, e é aí que surge a bola de neve difícil de ser controlada. Por esse motivo que meditar, e até mesmo tentar manter a calma e contar a até dez pode nos ajudar a resolver cada um dos problemas de uma vez, fechando a porta para a chegada de novos entraves.

Alma, Meditação

Aprenda com a história do ‘homem mais feliz do mundo’

29 de novembro de 2017

Inúmeras pesquisas já comprovaram os benefícios da meditação para o cérebro. Em uma delas, o monge budista Matthieu Ricard foi considerado o “homem mais feliz do mundo”. Pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, identificaram nele a produção sem precedente de ondas cerebrais ligadas à capacidade de atenção, consciência, aprendizado e memória, além de uma redução da propensão à negatividade.

A história do ‘homem mais feliz do mundo’

Matthieu é um ex-cientista francês de 71 anos que abdicou da carreira como pesquisador para se tornar monge. Ele tinha 26 anos quando, após obter um Ph.D. em genética molecular no Instituto Pasteur, decidiu se concentrar na prática do Budismo Tibetano. Desde então, há mais de 50 anos estuda com grandes mestres da tradição e é tradutor de Dalai Lama para o francês.

As pesquisas no cérebro do monge foram iniciadas em 2008, na Universidade de Wisconsin. O neurocientista Richard Davidson conectou sensores no cérebro de Matthieu e, usando técnicas de ressonância magnética funcional, conseguiu demonstrar que alterações positivas significativas no comportamento cerebral podem ser ativadas através da meditação e outras “práticas contemplativas”.

Os resultados mostraram atividade elevada no segmento esquerdo do córtex pré-frontal do cérebro, se comparado ao direito. Quando o monge meditou, o cérebro dele produziu níveis de ondas gama ligadas à consciência, atenção, aprendizado e memória que nunca haviam sido relatados em estudos da neurociência. Além disso, foi comprovado que, por conta da meditação, ele tem capacidade incrivelmente anormal de sentir felicidade e uma propensão reduzida para a negatividade.

Dicas do monge para ser feliz

“Felicidade não é a busca infinita por uma série de experiências prazerosas. Isso é uma receita para a exaustão”, diz o monge tibetano, de acordo com artigo publicado no site britânico BBC. De acordo com Matthieu, “felicidade é um jeito de ser. É um estado mental ótimo, excepcionalmente saudável, que dá a você os recursos para lidar com os altos e baixos da vida.”

O monge dá cinco dicas para ser feliz, que estão disponíveis em vídeo no YouTube produzido pela GQ magazine:

  1. Não se preocupe com o que não tem solução: se há como resolver o problema, resolva. Caso não, relaxe e procure outras coisas para fazer.
  2. Felicidade exige treino: há muitas coisas boas a serem usufruídas na vida, como amor, atenção, liberdade e paz, mas elas não surgem do dia para a noite – precisam ser treinadas. É como aprender a tocar piano: não podemos fazer isso do dia para a noite, exige dedicação.
  3. Encontre sua paixão: saber o que te faz feliz é algo que você realmente deve perguntar a si mesmo. O que realmente importa para você? É como acender uma chama. Você tem que encontrar qual é a sua e fazer o que for necessário para alcançá-la.
  4. Felicidade para todos: o que faz mal para os outros não pode fazer bem para nós. Faça o seu melhor para praticar a compaixão. Procure se livrar de sentimentos ruins contra si e os outros e busque formas de compartilhar isso com os demais.
  5. Sirva: esteja a serviço da vida.

Ele faz isso compartilhando seus aprendizados como monge. Como você pode servir ao mundo?

Alma, Meditação

A importância de controlar os pensamentos negativos

14 de novembro de 2017

Você já parou para pensar em quantos pensamentos negativos passam pela sua cabeça diariamente? Especialistas em neurociência afirmam que a mente humana é mais voltada para o lado negativo do que positivo. Cabe a nós treinar o nosso cérebro para “domá-lo” e sermos fortes para pensar no lado bom das coisas; afinal, construímos a nossa realidade com base no que pensamos.

Temos mais pensamentos negativos?

Nosso cérebro produz de 12 mil a 50 mil pensamentos por dia, sendo que 80% deles são negativos, estimou a Fundação Nacional da Ciência norte-americana (National Science Foundation) em artigo publicado em 2005, de acordo com informações disponíveis na internet. Outras estimativas avaliam em 60 mil pensamentos por dia – sendo de 50 a 60% negativos.

Segundo o neurocientista Pedro Calabrez, é cientificamente comprovado que a mente humana é mais voltada para o lado negativo do que positivo. Por conta disso, precisamos exercitar o lado otimista dos pensamentos para que os pessimistas não nos consumam – assim como um músculo que fica flácido se não é utilizado.

“É fácil você perceber como a dor de perder mil reais é maior do que o prazer de ganhar mil reais. Curiosamente, a gente sabe que é a mesma coisa, mas a dor é maior”, afirmou Calabrez em entrevista à rádio CBN.

Calabrez afirma que é recomendável exercitar o pensamento positivo e o otimismo diariamente, o que só nos trará benefícios. Ele sugere a prática do Diário das Três Bênçãos.

Como controlar os pensamentos negativos

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, afirma que sempre teve muitos pensamentos negativos, como medo de as coisas darem errado, sentimentos de insegurança e incapacidade. “Vinham pensamentos das coisas darem errado em relação ao trabalho. Eu ficava com medo de perder cliente, por exemplo. Em relação aos pensamentos sobre a família também, tinha dias que eu passava o dia inteiro sentindo raiva.”

A prática diária de meditação, entoação de mantras por meio de rituais e exercícios físicos matinais é o que o tem ajudado a “combater” esses pensamentos negativos. Além disso, cuidar da alimentação também é importante para aumentar o sentimento de bem-estar. Ele garante que faz total diferença.

“Depois que eu passei a fazer a prática [da Filosofia do Bonsai] o sentimento negativo ainda existe, porém, quando ele vem eu canalizo ele, como se eu tivesse uma maneira agora de jogar para o universo, liberá-lo. Eu não deixo ele me dominar.”

Tagawa assegura que, apesar de os pensamentos negativos ainda pairarem sobre a sua cabeça, atualmente ele tem mais controle sobre eles. “Quando vem um nervoso, vem o desequilíbrio, eu respiro dez vezes. Quando terminam as dez respirações, a maneira que eu ia conduzir determinada situação vem mais amena, pois eu tenho um tempo de escolha”, explica.

Por meio da respiração ele consegue “mudar de canal”, passando da raiva para o autocontrole. “Antes eu oscilava mais. Tinha altos e baixos muito profundos. Hoje o meu dia é mais linear, graças à prática da filosofia.”

Meditação, Mente

Como começar a meditar, limpar os pensamentos e ter foco nas atividades do dia

19 de junho de 2017

Por Gabriela Gasparin

“A alma não quer ir para a frente. Quem quer ir para a frente é porque ainda não encontrou. Está ainda à procura”. A frase do escritor brasileiro Rubem Alves traduz o sentimento que atinge muitos de nós nos dias atuais: a ansiedade. Ficamos ansiosos porque não nos atentamos ao momento presente. Passamos a maior parte do tempo pensando no futuro. A meditação é uma prática que nos ajuda encontrar isso que, segundo Rubem Alves, “procuramos”. Ela nos traz para o aqui e agora, limpa os pensamentos e nos ajuda a ter foco. Mas como começar a meditar?

 

Meditação: o ato de limpar os pensamentos

Talvez o primeiro passo seja entender o que é meditação. De uma forma simples, meditar nada mais é do que o ato de ficar em silêncio, focado no presente, atento à respiração, aos sentimentos e sensações.

Há uma equivocada ideia disseminada popularmente de que meditar é “não pensar em nada”. Porém, tal definição é incorreta. É impossível não pensar em nada. O que é feito durante a meditação é observar os pensamentos chegando e indo embora, sem se fixar neles. Uma dica da monja zen budista brasileira conhecida como Monja Coen é: “não pense o pensamento”.

A posição mais comum é ficar sentado sobre uma almofada no chão, com as pernas cruzadas e a coluna ereta. Praticantes assíduos sentam-se com a perna em posição de “lótus” ou “meia lótus”. Mas quem não conseguir ou se sentir desconfortável pode se sentar em uma cadeira ou banquinho – sempre com a coluna reta.

A prática independe de religião ou tradição espiritual – apesar de às vezes pensarmos que possa estar ligada à crenças orientais. “Meditar serve para todo mundo. Não tem nada a ver com Oriente e Ocidente (…). É uma capacidade da mente humana que foi pouco desenvolvida e agora a gente está redescobrindo”, afirma a Monja Coen em vídeo em sua página. De acordo com ela, ao meditar limpamos os nossos excessos. “É tirar o extra e ver a essência do seu ser.”

 

Que tipo de meditação seguir?

Existem várias formas de praticar a meditação, desde as tradicionais voltadas ao budismo (zen ou tibetano), yoga ou hinduísmo, até as mais contemporâneas, como o Mindfulness. Recomenda-se fechar os olhos (ou deixá-los entreabertos), ouvir uma música relaxante ao fundo e prestar atenção na inspiração e expiração. Há a possibilidade de fazer uma meditação guiada – com a voz de um mediador ao fundo, que pode ser encontrada na internet – ou simplesmente ficar em silêncio.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, pratica a meditação do budismo tibetano – que foi com a qual ele teve contato na fase adulta. Quando criança, contudo, cresceu vendo sua avó praticar rituais do budismo japonês, o que também incluía a meditação. Segundo ele, a prática diária o ajuda a eliminar todos os pensamentos desnecessários, restando apenas os que são importantes para o dia. “É como se eu estivesse nascendo e morrendo a cada respiração. Inspira: nasci. Expira: morri. E sobra só o que é mais importante, o que preciso focar no meu dia.”

Em sua meditação ele ainda mentaliza uma luz branca ou azul cintilantes vindas de cima e atingindo o topo de sua cabeça, de forma a protegê-lo e fortalecer suas energias para o restante do dia.

 

Tempo de prática

É recomendável meditar por aproximadamente 20 minutos ao dia, o suficiente para acalmar a mente, reduzir a ansiedade e nos ajudar a nos conectarmos com nós mesmos. Com o passar do tempo, começamos a observar os nossos pensamentos “de fora”, eliminando o que não é importante.

Meditar pode ser um pouco desconfortável no começo e a prática exige disciplina. Contudo, vale a pena insistir e vencer os desconfortos iniciais. Uma hora os benefícios chegam e, fazendo referência à frase de Rubem Alves que abre este texto, conseguimos encontrar o que tanto procuramos dentro de nós mesmo.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.