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Autodesenvolvimento, Mente

Já sentiu inveja dos outros? Aprenda a lidar com esse sentimento

19 de fevereiro de 2018

“A inveja é inata ao homem”, disse o historiador grego Heródoto. Por mais que seja difícil admitir, todos sentimos uma pontinha de inveja em algum momento da vida. Apesar de ser indesejada tanto por quem sente quanto por quem é invejado, saber lidar com ela e evitá-la é importante principalmente para o invejoso, pois senti-la é sinal de baixa autoestima.

Por que sentimos inveja?

A inveja é “o desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade dos outros. É o desejo violento de possuir tal bem”, segundo o dicionário da língua portuguesa. Definição parecida foi dada pelo filósofo romano Cícero: “inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia”, sentenciou.

A falta de autoestima é um dos motivos que nos fazem sentir inveja. Somos condicionados a esse sentimento desde pequenos, pois crescemos sendo comparados com outras crianças, o que desperta em nós a sensação de inferioridade e é repetido em situações durante toda a vida, explica artigo da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie).

“O invejoso não está satisfeito com suas qualidades e conquistas. Isso não acontece necessariamente porque essas coisas são insuficientes ou inexistentes, mas porque as pessoas tendem a olhar somente para o que acontece de errado e para o que precisa de conserto”, destaca a SBie.

É por isso que temos tanta dificuldade em ficarmos felizes com o sucesso e conquistas alheias, pois, como já diz o ditado popular, o jardim do vizinho sempre parece mais verde do que o nosso. A inveja é algo tão comum aos homens que o dramaturgo Grego Ésquilo, que viveu no período de 500 a.C., ou seja, mais de 2000 anos atrás, disse: “há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo sem qualquer inveja”.

Como não sentir inveja dos outros?

Em vez de buscar mascará-la, as melhores maneiras de lidar com a inveja são ter consciência de sua existência e refletir sobre seus motivos. A SBie orienta que, para evitá-la, é fundamental conhecer a si mesmo e elevar a autoestima. “É apenas gostando de quem você é e se sentindo satisfeito com sua vida que você conseguirá se valorizar e parar de se rejeitar”, sugere a entidade, que dá as seguintes dicas para não sentir inveja:

1 – Aceite a presença da inveja e perceba que é possível ser mais amoroso com você;

2 – Evite se comparar com os outros e seja justo com você: ao olhar para as qualidades dos outros, não deixe de olhar para as suas também;

3 – Seja fiel aos seus valores e dê preferência a realizar os próprios sonhos e desejos;

4 – Olhe para si mesmo, conheça suas qualidades e saiba valorizar as coisas que você já tem;

5 – É importante aceitar que há coisas que não podem ser mudadas. Se você inveja algo que é impossível para você, pare de lutar contra o que é imutável;

6 – Ame você em primeiro lugar, afinal, apenas pessoas que não se amam e não se aceitam possuem o desejo de ser igual a outra pessoas.

Seja generoso com você

No livro O cérebro de Buda, o neuropsicólogo Rick Hanson salienta que a inveja é um grande impedimento para a generosidade. “Perceba o sofrimento presente nesse sentimento e veja como ele é nocivo a você”, diz o autor, que completa: “de maneira compassiva e gentil, lembre-se de que você ficará bem mesmo que outras pessoas tenham fama, dinheiro e um parceiro incrível, e você não”.

Hanson sugere: para se livrar das garras da inveja, envie compaixão e bondade para as pessoas que você sente inveja. A seguinte reflexão do bispo e teólogo francês Jacques-Bénigne Bossuet complementa a recomendação: “a maior felicidade que um homem pode possuir é a de ver, sem inveja, a felicidade alheia.”

Filosofia, Mente

Conheça seus valores inegociáveis e tome decisões acertadas

9 de fevereiro de 2018

Todos temos valores que nos guiam, e conhecer os próprios é fundamental para compreender e resolver nossos problemas e impasses. A lista de valores de uma pessoa pode ser extensa; contudo, há alguns deles que são tão importantes para a nossa existência como beber água ou dormir: sãos os chamados valores inegociáveis.

O que são valores inegociáveis

Antes de mais nada, é importante saber o que é valor. Os valores são as verdades que nos guiam, ou seja, aquilo que é importante para a nossa vida. No livro “Desperte o Gigante Interior”, o renomado especialista em neurolinguística Anthony Robbins esclarece: “qualquer coisa que você muito preza pode ser considerada um valor”. Ele explica que prezar alguma coisa significa atribuir-lhe importância.

Já os valores inegociáveis são aqueles sem os quais não vemos o menor sentido em executar determinada ação caso sejam infringidos. Dessa forma, há valores que são importantes para nós, mas podemos contorná-los e fazer algumas exceções sem sofrimento. Outros, contudo, tornam qualquer desvio simplesmente inaceitável.

A coach Patricia Martins de Andrade explicou, em entrevista ao podcast Mamilos, o quão importante é termos consciência de nossos valores inegociáveis. “Quando eu estou em processo de coaching eu costumo puxar os cinco valores inegociáveis da pessoa. Quando o que você está fazendo bate em um valor fundamental seu, isso vai te atingir tão frontalmente que será impossível continuar”, explica, referindo-se ao ambiente profissional.

A especialista dá alguns exemplos: como um vegano (pessoa que não come nada de origem animal) poderia trabalhar em um frigorífico? Ou como um ativista antitabagista trabalharia em uma fabricante de cigarros?

Segundo ela, é comum em empresas os indivíduos terem valores diferentes; afinal, as pessoas não são iguais. As organizações conseguem caminhar porque em geral os integrantes das equipes fazem certas concessões, há flexibilidade. Contudo, se o indivíduo precisa ser flexível em algo que infringe um valor ou crença inegociável, uma hora a bomba explode.

Conheça seus valores

Muitas vezes vivemos de forma tão automática que não paramos para refletir sobre os próprios valores. Com isso, é possível sofrermos sem sequer compreender que o motivo foi a violação de um dos nossos valores inegociáveis.

Isso pode acontecer de forma menos explícita do que nos exemplos citados acima. Em um exemplo mais brando, uma pessoa pode ter a família como valor inegociável e se perceber em um emprego que exige viagens constantes, que a afasta dos familiares.

A lista de valores possíveis é vasta. Exemplos comuns são: amor, família, segurança, saúde, trabalho, dinheiro, liberdade, autoconhecimento, aventura, sucesso, poder, entre outros. Uma dica é descobrir quais valores são importantes para você e identificar aqueles que são inegociáveis.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, por exemplo, afirma que ficou muito mais fácil tomar decisões quando passou a levar em conta seus valores inegociáveis. Um exemplo citado por ele foi a opção de dizer não a uma proposta de negócio que poderia consumir muito de seu tempo reservado à família.

Autodesenvolvimento, Mente

Como desenvolver a empatia e melhorar as relações sociais

29 de janeiro de 2018

A palavra empatia tem ganhado cada vez mais popularidade, especialmente em tempos em que tantas discordâncias parecem nos distanciar cada vez mais uns dos outros, causando problemas nas relações sociais. Ter a capacidade de sentir empatia pelos demais só nos traz benefícios, pois melhora a qualidade dos nossos relacionamentos, proporcionando a nós mesmos maior satisfação e bem estar no convívio social.

O que é empatia?

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Entre os significados da palavra está “a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende”. É ser capaz de simular sentimentos, ações e pensamentos alheios, explica o neuropsicólogo Rick Hanson, no livro O cérebro de Buda.

A empatia é a base para qualquer relacionamento significativo , diz Hanson. “A empatia lhe dá a tranquilidade de saber que a outra pessoa compreende pelo menos um pouco do que se passa em seu íntimo, principalmente suas intenções e emoções”, explica. Ser empático é crucial para ter um relacionamento de qualidade, porque somos seres sociais e precisamos nos sentir compreendidos.

Praticar a empatia, aliás, não significa concordar ou aprovar o outro, mas sim ter a capacidade de se colocar em seu lugar e entender suas motivações para determinada ação, pensamento ou sentimento. A pessoa empática se interessa pelo outro, pelas causas de seus comportamentos.

É possível sentirmos empatia por alguém mesmo sabendo que agiríamos de outra forma caso estivéssemos em seu lugar. “Ter empatia não significa renunciar aquilo em que você acredita, portanto, não há problema em ser empático”, diz o autor.

Como desenvolver a empatia

– Esteja aberto a ouvir e escutar o outro: muitas vezes tudo o que as outras pessoas esperam de nós é que possamos escutar verdadeiramente o que elas têm a dizer, sem fazer julgamentos ou interrupções em suas falas;

– Olhe nos olhos: não é à toa que dizem que os olhos são a janela da alma. Notar o olhar de outra pessoa pode revelar muito a respeito do que ela está sentindo em determinado momento, e isso pode nos ajudar a compreender suas ações, pensamentos e emoções;

– Busque conhecer a outra pessoa: a história de vida de cada um nos ajuda a compreender seus atos. Obter informações a respeito do outro, de seu passado e situações pelas quais passou nos auxilia a ter mais empatia por suas ações, mesmo não concordando com elas;

– Faça perguntas: às vezes interpretamos os demais de forma equivocada simplesmente porque tomamos conclusões precipitadas com base em nossas experiências ou entendimentos. Por isso é importante conversar e fazer perguntas para se certificar se estamos no caminho certo para sentirmos empatia.

Receber empatia nos faz bem

Em discussões, desentendimentos ou momentos difíceis, receber a empatia de quem está ao nosso redor é muito importante. Estar consciente de tal necessidade e saber pedir isso aos demais só nos traz benefícios.

A dica de Hanson nesse caso é ser aberto, presente e honesto com o interlocutor – afinal, a outra pessoa pode não perceber essa necessidade, sendo necessário dizer explicitamente. “Deixe claro que o que você quer é empatia, e não concordância ou aprovação”, sugere.

Autodesenvolvimento, Mente

Como dizer não com assertividade e sem magoar os outros

19 de janeiro de 2018

Não saber dizer não é algo que atrapalha o dia a dia de muitas pessoas. Com medo da rejeição ou em busca de agradar os outros, acabamos dizendo sim a coisas que não gostaríamos e, no final, fazemos mal a nós mesmos. Saber dizer não com assertividade é uma postura que nos dá liberdade, proporciona bem estar e promove relações sinceras e saudáveis.

Como dizer não com assertividade?

A assertividade é uma virtude que nos permite expressar a própria opinião sem ser agressivo com o interlocutor. A pessoa assertiva não é indecisa, insegura, nem passiva na hora de tomar decisões – posturas que atrapalham, e muito, nosso dia a dia.

Ser assertivo significa saber afirmar os próprios interesses, vontades, desejos e sentimentos, sem magoar ou agredir o interlocutor. É, sobretudo, ser verdadeiro com os próprios sentimentos.

“Ser afirmativo significa ter confiança em si mesmo e na sua capacidade. ‘Não importa o que aconteça, posso enfrentá-lo’, diz o autor do bestseller internacional “Quando digo não me sinto culpado”, Manuel J. Smith.

Ao sermos afirmativos nós assumimos a responsabilidade por nossa própria existência e a afastamos dos outros. “Ter de decidir as próprias regras para viver à medida que se vai vivendo não é fácil tarefa”, diz o autor, porém, “Precisamos confiar em nosso próprio julgamento porque a verdade é – queiramos ou não encará-la – que somente nós temos responsabilidade por nós mesmos.”

Tenha consciência das próprias necessidades

O primeiro passo para ser assertivo é ter consciência das próprias necessidades e escolhas. É preciso saber decidir o que é melhor para você antes de tomar decisões. Para isso, o autoconhecimento é essencial. Ficar “em cima do muro”, ser indeciso e inseguro são posturas que muitas vezes nos fazem dizer sim a coisas que no fundo não desejamos.

Também é importante ter autoconfiança para fazer uma comunicação objetiva, honesta e clara. Nada de inventar desculpas, mudar de assunto ou fugir de situações difíceis: a pessoa assertiva expressa com clareza seus sentimentos e pensamentos.

Evite a agressividade

A assertividade está entre a passividade e a agressividade. A pessoa assertiva tem claramente o que é melhor para ela e sabe comunicar isso ao outro de forma educada, sem causar dores ou constrangimentos. Afinal, o intuito é realizar uma comunicação honesta, e não violenta.

Conseguir se comunicar com assertividade pode ser um desafio para muitos de nós, contudo, a prática promove bem estar e tranquilidade. Dizer sim quando no fundo gostaríamos de dizer não provoca acúmulos emocionais que, no longo prazo, nos causa sofrimento. Nada melhor do que conseguir dizer não a algo que profundamente não desejamos sem magoar o outro.

Filosofia, Mente

Por que é importante cuidar de você em primeiro lugar

15 de janeiro de 2018

Você já se pegou buscando satisfazer os desejos dos outros em primeiro lugar, esquecendo de cuidar de si próprio? Diferente do que pode parecer, pensar em si não significa egoísmo, mas sim amor próprio. Além do mais, quanto mais prestamos atenção às próprias necessidades, mais estamos aptos a dar o nosso melhor às pessoas que amamos.

Cuidar de si não é egoísmo

“No avião, a recomendação em caso de precisar usar a máscara de oxigênio é colocá-la primeiro em nós mesmos, e depois nas crianças ou pessoas ao nosso lado”, salienta Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai <link texto institucional>. “Isso acontece porque precisamos estar bem para ter capacidade de auxiliar os demais.”

Reconhecer a necessidade de olhar para si próprio é o ponto que norteia Tagawa ao desenvolver a Filosofia do Bonsai: práticas que segue diariamente para manter o próprio equilíbrio e viver melhor, buscando olhar para o corpo, a mente e a alma.

Quando não olhamos para nós mesmos, corremos o risco de negligenciar necessidades cruciais que, no acumular do tempo, podem ser potencializadas em doenças e elevados níveis de estresse e descontentamento.

Como cuidar de si em primeiro lugar

Entre as principais atividades rotineiras que faz para cuidar de si estão a prática da meditação, rituais diários, atividades físicas e cuidado com a alimentação. Com todos esses passos, ele afirma que se sente melhor consigo mesmo e mais preparado para encarar os desafios do dia a dia.

Contudo, as respostas de como agradar a si mesmo é algo que somente cada um de nós pode responder. Afinal, somos diferentes e nossas necessidades também. É por isso que cuidar de si exige, ainda, uma alta dose de autoconhecimento. Precisamos conhecer bem quais são as nossas necessidades, o que o nosso corpo, mente e alma pedem diariamente, para que estejamos aptos a atendê-las.

Ter alguns minutos em silêncio consigo próprio para se escutar pode ajudar nessa tarefa. Que tal responder pela manhã: do que eu preciso hoje? O que posso fazer por mim para atender essa necessidade?

A resposta pode ser mais simples do que imaginamos: pode ser a vontade de ficar só por um tempo, de praticar alguma atividade física ou de tirar um tempo para descansar. Muitas vezes nos privamos do sono em busca de cumprir uma agenda repleta de compromissos e esquecemos de recarregar as energias.

Acolha a si mesmo

“O cuidado de si implica, em primeiríssimo lugar, acolher-se a si mesmo, assim como se é com suas aptidões e seus limites”, diz o teólogo e escritor Leornado Boff, em artigo publicado no seu blog.

O teólogo nos lembra que juntamente com aquilo que de fato somos, existe também aquilo que potencialmente podemos ser. Cabe a nós elaborarmos as maneiras de desfrutar deste potencial – que pode ser real.

Cuidar de si mesmo é amar-se, acolher-se, reconhecer sua vulnerabilidade, poder chorar, saber perdoar-se e perdoar, salienta Boff. Nessa jornada é importante, ainda, desenvolver a resiliência, que é a capacidade de dar a volta por cima e aprender com erros e contradições. “Escrevemos direito apesar das linhas tortas”, sugere.

Autodesenvolvimento, Mente

Você sabe qual é a diferença entre resignação e aceitação?

12 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

É fato que inúmeras circunstâncias na vida não estão sob nosso controle. Apesar disso, somos os únicos responsáveis pela atitude que tomamos perante o que não pode ser mudado. Nessas horas, é importante enxergar a diferença entre resignação e a aceitação. Afinal, aceitar os fatos é essencial para avançar, mas resignar-se a eles pode significar ficar parado para sempre no mesmo lugar.

Por que aceitar mais os fatos e se resignar menos

A resignação é a submissão à vontade de alguém ou ao destino. A pessoa resignada enxerga que os fatos são como são e, mesmo incomodada, se submete a eles. O resignado sofre e se queixa da realidade tal como se apresenta, desejando que as coisas fossem de outra forma, postura que o mantém preso e paralisado. De certa forma, a resignação remete à passividade do sujeito perante a própria vida.

A aceitação, por sua vez, é uma atitude sábia. Afinal de contas, há situações na vida que não podem ser mudadas e é necessário respeitar essa regra para atuar sobre elas. Quando aceitamos uma situação tal como se apresenta, estamos conscientes de que ela existe, mas diferente do resignado, não desejamos que ela mude – afinal, aceitamos que isso não é possível. Ao aceitar a realidade, nós mudamos o próprio trajeto, traçamos novos objetivos e seguimos em frente.

Há uma bela citação de William Shakespeare que nos faz refletir sobre essas duas palavras que tanto nos confundem: “A adversidade é a escola da alma. Os homens vulgares podem resignar-se a infortúnios vulgares. Quando o mar está tranquilo, todos os pilotos navegam com igual mestria. Mas ao ser vítimas de golpes mais profundos da fortuna, só uma grande alma pode sofrer sem se queixar.”

É claro que todos sofremos e somos impactados com o que nos acomete. Contudo, passado o período de choque, luto ou baque, é preciso aceitar os acontecimentos, respeitá-los, e ter capacidade de traçar novas rotas, caso contrário, nos resignaremos e não sairemos do lugar.

Não resista aos acontecimentos

Outra postura bastante comum é resistir aos fatos em vez de aceitá-los. A resistência é a negação do que aconteceu e também nos impede de evoluir. Afinal de contas, de nada adianta “chorar o leite derramado”, ele já caiu e é preciso limpar a mesa.
Quanto mais negamos os fatos, mais os intensificamos. Toda vez que repetimos que “tal coisa não deveria ter acontecido” estamos reforçando o problema, em vez de pensar na solução. Essa atitude consome nossa energia, nos deixa pessimistas e mal-humorados e nos impede de enxergar novos caminhos.

A aceitação é, sobretudo, uma postura de coragem perante a vida. Muitas vezes não é fácil encarar todas as situações que nos apresentam, não é mesmo? Contudo, a opção que temos ao não aceitar é aumentar ainda mais nossa dor e sofrimento perante algo que jamais poderá ser mudado. É como diz a frase do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung: “O que negas te subordina. O que aceitas te transforma”.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Autodesenvolvimento, Mente

Equilíbrio emocional nos prepara para desequilíbrios da vida

8 de janeiro de 2018

Muitas vezes nos cobramos por atingir equilíbrio em todos os âmbitos da vida: pessoal, profissional, amoroso e familiar. Porém, tal meta pode nos causar frustração e culpa, pois depende de muitos fatores externos que não estão sob nosso controle. Em vez de buscar uma vida completamente equilibrada, o ideal é buscarmos o equilíbrio emocional para lidar com a montanha russa que é nossa existência.

A vida não flui de forma harmônica

Uma vida mais equilibrada e harmônica pode, e deve, ser meta para todos nós. Afinal, sempre temos setores a melhorar. Contudo, como estamos cansados de saber, na vida “nem tudo são flores”, há também rosas e espinhos. É impossível ter uma vida harmônica o tempo todo, avalia o psicólogo Luiz Alberto Hanns em vídeo veiculado no canal da Casa do Saber.

“A vida não flui desse modo tão harmônico. Não podemos dizer que isso [ter equilíbrio em todos os âmbitos da vida] seja impossível, mas depende de uma natureza muito especial e de um período de muita sorte”, avalia.

Por mais que busquemos estar com tudo em ordem, eventualmente pode acontecer algum imprevisto que irá nos desestabilizar: como ficar desempregado após uma crise econômica, ser diagnosticado com uma doença grave, enfrentar um luto de um ente querido, e por aí vai. Mais do que buscar estar com a vida totalmente equilibrada, sugere o psicólogo, o recomendado é buscar o equilíbrio emocional – esse sim ao nosso alcance.

Como ter equilíbrio emocional

Ter equilíbrio emocional é justamente aprender um pouco mais sobre si mesmo, descobrir o que você pode abrir mão e o que determinada época ou ciclo de vida está pedindo, sugere Hanns. Além disso, aprender a administrar melhor o estresse, escolher zonas de prazer e atividades que podem ajudar a nos equilibrarmos emocionalmente.

A Filosofia do Bonsai  nasceu justamente da busca do empresário Alexandre Tagawa por mais equilíbrio em sua vida. Nessa jornada, ele mesmo descobriu que a única coisa que poderia fazer era atuar para melhorar a si mesmo, cuidando do corpo, da mente e da alma.

O autoconhecimento por meio da meditação, o bem-estar proporcionado por exercícios físicos, alimentação saudável, e a espiritualidade trabalhada com rituais e mantras têm ajudado a lidar com os altos e baixos do dia a dia.

Ao observar o bonsai, sua fonte de inspiração para o desenvolvimento de tal filosofia de vida, Tagawa avaliou que até a árvore tem seu período de queda de folhas para se renovar. Ou seja, muitas espécies perdem as folhas uma vez por ano, para depois ficarem verdes novamente.

O mesmo acontece nas nossas vidas. Há momentos em que o lado profissional está próspero, mas o campo amoroso exige mais atenção. O relacionamento com a família pode ir bem, mas alguns amigos ficam de lado. O equilíbrio emocional nos ajuda a identificar as prioridades de cada período e aceitar a impossibilidade de sermos perfeitos em tudo.

Segundo Luiz Alberto Hanns, é provável que tenhamos que alternar e escolher algumas áreas para termos foco e excelência ao longo da nossa caminhada. “Se tentar dar conta de tudo é grande a chance de fazer tudo mal feito e ficar com a sensação de estar tendo uma vida insatisfatória e medíocre”, afirma.

Autodesenvolvimento, Mente

Ano novo, vida nova? Nada vai mudar se você for o mesmo

22 de dezembro de 2017

“Ano novo, vida nova”. Esta é uma das frases que mais escutamos nesta época de virada de ano, não é mesmo? Fazemos promessas para ter uma alimentação mais saudável, finalmente começar a praticar exercícios físicos com regularidade, se matricular naquele curso que tanto adiamos, mudar de emprego, estar aberto a encontrar um grande amor. Porém, de nada adianta esperar tantas mudanças se não estivermos dispostos a fazer a principal delas: mudar a nós mesmos.

Como ter uma vida nova

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”, diz a máxima de Albert Einstein. O primeiro passo para efetivamente ter uma vida nova no ano que se inicia é estar disposto a tomar as atitudes necessárias para que cada mudança se concretize.

Como disse Buda, “toda grande caminhada começa com um simples passo. Não podemos esperar que a vida mude simplesmente porque um novo ano se inicia se não dermos nossos “simples passos” para que cada mudança se concretize. Mudar exige bastante empenho e responsabilidade de nossa parte, seja em qual âmbito da vida for.

Afinal, quantos “anos novos” teremos que esperar para efetivamente compreendermos que é nossa a responsabilidade sobre o que acontece na nossa vida? Não é do dia para a noite que acordamos com tudo organizado e felizes com a rotina que levamos. Necessariamente precisamos assumir compromisso com nós mesmos em busca da vida que queremos ter.

Identificar o que queremos mudar e quais são as prioridades é essencial. Dificilmente é possível mudar todos os âmbitos da vida de uma vez só, caso seja esse o seu desejo – tal empreitada pode ser demasiadamente custosa e nos levar a desistir. O melhor é escolher qual mudança é crucial e deve ser priorizada inicialmente e focar nas ações para que ela aconteça. Assim que o primeiro objetivo já estiver minimamente encaminhado, aí sim parta para o segundo.

Mude de forma consciente

Um exemplo é o plano de ter uma vida mais saudável – desejo comum a muitos de nós. Ninguém se transforma em um verdadeiro atleta do dia para a noite. Criar tal expectativa só vai gerar frustração e fazer com que, mais uma vez, a meta não seja cumprida. Que tal pensar em começar a fazer caminhadas ou se matricular em uma academia e se comprometer a ir ao menos três vezes na semana?

A mesma moderação pode ser feita com a alimentação: cortar radicalmente todos os alimentos que dão prazer pode acarretar no já conhecido costume de começar a dieta na segunda-feira e quebrá-la antes que a próxima segunda chegue. Em vez disso, busque uma alimentação equilibrada dentro dos seus limites.

Com determinação e comprometimento, Alexandre Tagawa, o idealizador da Filosofia do Bonsai, promoveu uma grande mudança na própria vida e tem conseguido se manter em equilíbrio há mais de um ano. Diariamente ele faz práticas como meditação, rituais e exercícios matinais, além de buscar ter uma alimentação saudável.

Tagawa garante que todas essas mudanças só aconteceram quando ele se comprometeu consigo mesmo e percebeu o quão importante é se colocar em primeiro lugar nos planos e projetos. Então, você já sabe: quer uma vida nova no ano que se inicia? Seja responsável para que as mudanças aconteçam – só assim seu desejo será realizado.

Filosofia, Mente

5 dicas para manter o foco e a disciplina em meio a tantas distrações

20 de dezembro de 2017

A instantaneidade do mundo atual faz com que fique cada vez mais difícil manter o foco em um objetivo, seja ele uma tarefa imediata ou um plano de longo prazo. São tantas opções de distração que temos a todo momento que muitas vezes nos perdemos. Contudo, manter o foco e a disciplina é essencial para obter conquistas pessoais e profissionais e, para isso, é preciso determinação.

Confira 5 dicas para manter o foco e a disciplina

1 – Queira ter mais foco

Não há fórmula mágica nem uma pílula milagrosa que vai te ajudar a ser mais focado nos seus dias, caso você realmente não esteja determinado a promover mudanças em seu comportamento. Dessa forma, a primeira medida a ser tomada é de fato querer ter mais foco. Para isso, pense em todos os benefícios que ser mais focado proporcionaria a você. Com esse gatilho em mãos, fica muito mais fácil encontrar a determinação para uma real mudança.

Por exemplo: ter mais foco pode aumentar a sua produtividade e, com isso, você poderá fazer mais coisas em menos tempo, tendo maior disponibilidade para outras atividades. Não seria ótimo? Toda vez que você se encontrar disperso se recorde do preço que está pagando por essa dispersão.

2 – Desconecte-se

Evite manter com o celular por perto ou páginas de redes sociais abertas em momentos que exigem concentração. Mensagens do WhatsApp, notificações do Facebook e do Instagram nos atrapalham – e muito – quando queremos manter o foco.

É uma dica que parece óbvia, mas muito difícil de ser cumprida. Estamos cada vez mais habituados a conferir o celular a todo instante. Seja determinado: mantenha-o longe ou se preciso até desligue o aparelho para conseguir focar em tarefas importantes. Se necessário, estabeleça períodos de pausa entre uma tarefa e outra para ver as notificações – desde que a pausa seja breve.

3 – Use a Técnica Pomodoro

Essa dica é fantástica para quem precisa ficar focado por horas seguidas. Criada pelo italiano Francesco Cirillo, tem o nome “Pomodoro” porque o criador usou um cronômetro de cozinha com o formato de um tomate (que em italiano é pomodoro) para administrar seu tempo.

Cirillo descobriu que 25 minutos é um bom período para manter-se focado, então passou a cronometrar seu trabalho em períodos de 25 minutos, com pausas de 5 minutos de descanso entre eles.

Para usar a técnica basta fazer o mesmo, tudo o que você precisa é de um timer. Estabeleça a lista de tarefas, marque 25 minutos e mantenha-se focado nelas até o período de descanso. A cada quatro “pomodoros” é recomendável fazer uma pausa maior, de 30 minutos.

4 – Pratique meditação

De uma forma simples, meditar nada mais é do que o ato de ficar em silêncio, focado no presente, atento à respiração, aos sentimentos e sensações. A prática diária de meditação ajuda, e muito, a disciplinar a mente a ficar focada no momento presente, mantendo-nos livre de distrações. Isso porque a própria meditação é um exercício que exige foco.

5 – Faça exercícios físicos

A ansiedade é um dos males que nos impede de ficar focados em uma tarefa só. Quando estamos ansiosos a nossa tendência é pensar em todas as coisas que precisamos fazer ao mesmo tempo, o que tira o foco e nos paralisa. A prática regular de exercícios físicos ajuda no combate à ansiedade, além proporcionar a sensação de bem-estar que nos ajuda a manter o foco em tarefas importantes.

Filosofia, Mente

Tenha uma vida simplificada e invista no que realmente importa para você

14 de dezembro de 2017

Ter uma vida simples é um conceito que está bastante em voga nos dias atuais. Muito tem se falado sobre mudar padrões de consumo, trocar hábitos e reduzir gastos com itens que podem ser desnecessários. Mas seria a vida simples igual para todos? Partindo do pressuposto de que cada pessoa tem necessidades diferentes, uma ideia que pode ajudar aos interessados em viver com menos pode ser a expressão “simplificar a vida”.

O que é uma vida simplificada?

O termo vida simples pode nos remeter a um conceito fechado, ou seja, uma fórmula de vida pronta segundo o qual temos que nos encaixar. Podemos imaginar que necessariamente teremos que abdicar de determinados padrões de consumo ou posses para se enquadrar em uma vida simples.

Contudo, cada pessoa tem necessidades e costumes próprios. Por exemplo: viver sem carro pode ser fácil para um indivíduo e extremamente difícil para outro. Da mesma forma, há quem goste de manter determinado hábito de consumo do qual não quer abrir mão. Pode ser qualquer coisa: frequentar um restaurante bom, ter o videogame de última geração, fazer viagens com frequência, trocar de carro todo ano, e por aí vai.

Contudo, simplificar a vida não significa abrir mão de prazeres e hábitos que você pode manter e te fazem bem, mas sim repensar a real necessidade de tudo o que consumimos. No longo prazo, gastos desnecessários podem provocar um verdadeiro rombo no orçamento, impedindo que você invista dinheiro no que realmente é importante para você.

Será que realmente precisamos de tudo o que compramos ou possuímos? Este é o exercício indicado para quem pretende ter uma vida simplificada. Dessa forma, simplificar a vida nada mais é do que avaliar quais hábitos de consumo realmente agregam valor à vida e quais existem apenas de forma automática e só servem para atender padrões externos e expectativas sociais.

Mudança de hábito

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, pratica há algum tempo o exercício de repensar os próprios hábitos de consumo e garante que os resultados só melhoram o seu dia a dia.

Ele simplificou a própria vida em comparação ao passado. Uma das principais medidas tomadas por Tagawa, por exemplo, foi vender o carro e adquirir uma bicicleta. “Percebi que ter um carro na família, em vez de dois, é o suficiente. Você simplifica, diminui custos”, afirma. Além disso, compra menos roupas novas e reduziu a frequência com que vai a restaurantes caros, por exemplo.

Com relação às roupas, ele percebeu que usava apenas as que mais gostava e muitas ficavam intactas no guarda-roupa. Dessa forma, para ele funcionou o exercício de reduzir a quantidade de novas peças. Para não acumular, toda vez que ele compra uma roupa nova escolhe uma antiga para doação.

A principal questão, no fundo, não é de fato quais hábitos mantemos ou deixamos de manter, mas sim o motivo pelo qual fazemos o que fazemos. E para você, o que seria simplificar a vida? Repensar padrões desnecessários pode ajudar, e muito, a destinar nosso dinheiro para o que realmente é importante para nós.