Alma, Propósito

‘Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me transformar’

16 de outubro de 2017

Por Gabriela Gasparin

“Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me transformar”, disse o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung, fundador da escola da Psicologia Analítica. Há uma linha de pensamentos que, assim como esse, refletem sobre a importância de agirmos com consciência a fim de nos tornarmos o que desejamos ser.

Ter consciência da nossa responsabilidade sobre o que acontece na nossa vida é fator importante rumo à realização de sonhos e desejos. Muitas vezes colocamos a culpa por o que nos acontece no trabalho, no parceiro, na família e no governo, mas esquecemos que diariamente temos a possibilidade de mudar de rota. Em reflexão complementar à frase citada acima, Jung disse: “até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você irá chamá-lo de destino”.

Mas o que seria agir de forma consciente?

Existem diversos significados dados para a palavra consciência nos campos da psicologia e filosofia. De uma forma resumida, podemos dizer que é uma percepção que temos sobre o que se passa com nós mesmos, na intimidade. Trata-se do sentimento, a faculdade, o conhecimento que nos permitem compreender aspectos no nosso mundo interior, vivenciá-los e experimentá-los.

Negligenciamos nossa consciência quando agimos de forma automática, sem pensar, sem sentir ou refletir. Por outro lado, atuar de forma consciente é trazer para nós as responsabilidades sobre os nossos atos e agir diariamente sobre eles. “Quando um ato é verdadeiro para a natureza de alguém, provavelmente resultará em resultados verdadeiros no campo da ação”, diz o escritor Parker J. Palmer no livro Vida Ativa.

“O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma”, afirmou o psicólogo Abraham Maslow. E acrescentou: “para quem só sabe usar o martelo, todo problema é um prego”.

Ou seja, quantas vezes estamos infelizes com alguma situação, mas seguimos vivendo nela, sem fazer absolutamente nada para mudar? Isso é não dar ouvidos para a consciência. Um exemplo é seguir em um relacionamento, emprego ou amizade mesmo sabendo internamente que tal situação nos faz mal.

Às vezes não conseguimos mudar de imediato. Nesse caso, agir com consciência é ser maduro para compreender: tal situação ocorre, não tenho como mudá-la, vou mudar então a forma que lido com ela. “A verdade é sempre preferível à ilusão”, ressalta Palmer.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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