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Por que é importante não se preocupar com a opinião dos outros

14 de fevereiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“Segue o teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias”. Essa citação do poeta Fernando Pessoa nos inspira a refletir sobre a importância de não nos preocuparmos com a opinião dos outros – e nem sobre a vida deles. Quanto mais tempo gastamos preocupados com o que os outros pensam a nosso respeito, menos energia temos para nos concentrar no que realmente importa: agradar a nós mesmos.

Por que a opinião dos outros nos afeta?

Não deveria ser assim, mas muitas vezes nos abalamos com o que pensam ou dizem a nosso respeito. É comum ficarmos chateados, decepcionados e, não raramente, até mesmo mudarmos nosso jeito de ser apenas pensando em agradar os outros.

O pior é que não fazemos isso somente com relação ao que dizem familiares, amigos e conhecidos, mas também levando em conta comportamentos e pensamentos gerais existentes na sociedade.

Quantas vezes deixamos de fazer o que realmente queremos apenas para atender expectativas sociais? Isso vale desde a roupa que vamos vestir até a escolha de uma profissão, estilo de vida ou relacionamento amoroso.

Agimos dessa forma, às vezes até mesmo de forma inconsciente, porque buscamos aprovação dos outros. Contudo, como já é amplamente sabido, é impossível agradar a todos. Sempre vai existir alguém a nos criticar, questionar ou desaprovar o que estamos fazendo.

O mais curioso de tudo isso é que, quando abrimos mão de nos preocupar com o que os outros pensam e agimos naturalmente, tendemos a atrair e receber atenção das pessoas que nos admiram justamente pelo que somos – e não por aquilo que estamos tentando ser.

Como não se preocupar com a opinião alheia?

A primeira coisa a se fazer é fortalecer o amor próprio e o autoconhecimento. Quanto mais estamos em paz e conscientes do motivo pelo qual fazemos o que fazemos, menos nos preocupamos com o que vão pensar de nós.

Quem tem que julgar que a nossa vida é boa e bem-sucedida é o próprio indivíduo, diz o professor e renomado palestrante Leandro Karnal, em vídeo disponível no YouTube, citando o filósofo francês Luc Ferry, autor do livro O que é uma vida bem-sucedida?. “É o indivíduo que tem que entender que a função dele é A, B ou C”, diz Karnal, acrescentando que o julgamento tem que ser subjetivo e pessoal.

“O problema é se libertar do julgamento do mundo, entre o corpo que eu tenho e o corpo que o mundo quer que eu tenha, entre o dinheiro que eu quero ter e o dinheiro que o mundo quer que eu tenha, o conhecimento que tenho e o que o mundo quer que eu tenha. Não é fácil fazer esse afastamento”, sugere o professor.

A importância do autoconhecimento

 O autoconhecimento é essencial para deixarmos de nos preocupar com o que dizem ou até mesmo com a vida alheia. Quando sabemos o nosso propósito, nossos valores e os motivos que nos movem, é muito difícil que a simples opinião alheia nos abale. “Quem não conhece a si mesmo desconhece a sua própria essência e isso faz com que as opiniões de terceiros tenham uma grande importância, principalmente as opiniões e críticas negativas”, diz artigo disponível no site do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).

A dependência da opinião alheia, diz o texto, é fruto da ausência de critérios que garantam uma avaliação a respeito de si mesmo. É claro que considerar críticas e sugestões dos outros é sempre válido e importante para nosso crescimento e evolução, mas não podemos tê-las como verdade absoluta e nem nos moldar com relação ao que os outros esperam de nós.

Também é importante sabermos que nada é para sempre e que tudo muda – inclusive nós mesmos. Compreender essa impermanência da vida e estar abertos a mudanças nos ajuda a não se preocupar tanto com a opinião dos outros, diz a Monja Coen, da tradição zen budista, em vídeo disponível no YouTube. “Nós estamos mudando e às vezes esse olhar do outro pode nos ajudar, porque ele nos mostra alguma incoerência nossa”, sugere.

O mais importante, sobretudo, é sermos coerentes com nós mesmos. “O que você pensa de você? O que você acha de você mesmo? Você se observa em profundidade e é coerente com seus princípios? No budismo a gente fala que se você vê a você mesmo e você vê o que está fazendo, o mundo sabe”, salienta a monja.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Alma, Propósito

Você reconhece as suas virtudes?

7 de fevereiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“O que é uma erva daninha senão uma planta da qual ainda se não descobriram as virtudes?”, questionou o renomado escritor americano Ralph Waldo Emerson. Muitos de nós passamos uma vida inteira sem identificar as próprias virtudes, ou seja, qualidades genuínas e verdadeiras que carregamos internamente e podem transformar nossa forma de enxergar a nós mesmos e aos demais.

O que é virtude?

A palavra virtude tem origem no latim virtus, que significa força viril ou poder. De acordo com o dicionário da língua portuguesa, “é a disposição firme e constante para a prática do bem” e a “qualidade própria que nos permite produzir certos efeitos” – que, de forma geral, são relacionados a algo positivo.

Há significados morais e teológicos de virtudes. Por exemplo, na teologia, as três virtudes (trindade) são a fé, a esperança e a caridade. Na moral, por sua vez, existem as quatro virtudes cardeais ou centrais, que são tidas como orientadoras da conduta do ser humanos. São elas: a prudência, a temperança, a fortaleza e a justiça.

Juntas, as virtudes morais e teológicas compõem o termo conhecido como as virtudes celestiais ou as sete virtudes cardinais. Entenda cada uma delas:

As sete virtudes cardinais

Fé: no sentido teológico, é a adesão e anuência pessoal a Deus, mas pode, ainda, ser compreendida como crença e confiança. É a firmeza na execução de uma promessa ou compromisso;

Esperança: é o ato de se esperar com fé (ou seja, com confiança) o que se deseja;

Caridade: sentimento bom que nos leva a poupar a quem poderíamos castigar ou punir; a prática desse sentimento é conhecida como a obra de caridade;

Prudência: é a qualidade de saber agir com cautela, precaução e comedimento, buscando evitar tudo o que julga fonte de erro ou dano. Buscar os melhores meios para se atingir um objetivo;

Temperança: qualidade de quem modera apetites, prazeres ou paixões, visando o equilíbrio;

Fortaleza: qualidade dos fortes, que remete à solidez e segurança. Força e energia moral;

Justiça: ser justo, qualidade de dar a cada um aquilo que é seu. Faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

As virtudes nos dias de hoje

As sete virtudes cardinais são apenas um meio para nos ajudar a identificar nossas próprias virtudes e conseguir colocá-las em prática no dia a dia. Afinal, atualmente o termo é compreendido forma mais geral e ampla, como as qualidades gerais de qualquer pessoa. É comumente conhecida como uma característica positiva, dentro do que é considerado certo, desejado e digno.

Pensar em quais são as nossas virtudes e em como aplicá-las no dia a dia pode trazer bons resultados para a nossa vida como um todo. No livro O cérebro de Buda, o neuropsicólogo Rick Hanson afirma: “a virtude parece uma qualidade que está além do nosso alcance mas, na verdade, é algo bem realista. Ela significa simplesmente viver segundo nossa bondade interior, guiada por princípios.”

*Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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Como praticar a compaixão, o ato de ‘sofrer com o outro’

31 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“A compaixão é, talvez, a mais humana de nossas características”, diz o educador Rubem Alves no livro Ostra feliz não faz pérola. Ser compassivo e querer eliminar o sofrimento dos outros faz parte da natureza humana, garantem sábios e estudiosos. Apesar de parecer uma virtude reservada para santos ou pessoas altruístas, o sentimento de compaixão pode ser encontrado dentro de cada um de nós.

O que é compaixão?

Entre os significados de compaixão no dicionário da língua portuguesa estão “sentimento benévolo que a dor e o sofrimento de alguém nos inspira; dó, lástima, piedade”. Ser compassivo é desejar que os seres não sofram, é uma reação ao sofrimento, diz o neuropsicólogo Rick Hanson no livro O cérebro de Buda.

Rubem Alves reflete, no livro citado no início deste texto, que a medicina, por exemplo, surgiu da compaixão, uma vez que os médicos estudam e pesquisam com o intuito de aliviar a dor dos pacientes. E o autor acrescenta que compaixão, na sua origem etimológica, “quer dizer sofrer com o outro”.

Como praticar a compaixão

Ser compassivo exige ter empatia <link texto empatia> pelo outro e sentir o problema que a pessoa está vivendo. Hanson sugere que após despertar a empatia pelas dificuldades da outra pessoa, devemos nos abrir para a dor dela, mesmo que de forma sutil, deixando a simpatia e a boa vontade brotarem naturalmente.

Segundo ele, para munir os círculos neurais de nosso cérebro de compaixão, podemos trazer à tona como é a sensação de estar com alguém que goste de nós, enquanto evocamos emoções sinceras como gratidão ou ternura.

De acordo com o autor, emanar sentimento de bondade, em frases como “que você não sofra”, “que encontre a paz” e “que tudo dê certo” são exemplos de como exercitar a compaixão para com os demais. “Quando vemos que tudo está conectado e os muitos obstáculos e desafios que impulsionam cada pessoa, a compaixão brota naturalmente”, diz.

É possível inclusive sentir compaixão por pessoas com quem temos um relacionamento difícil, garante Hanson. Por mais que essa tarefa seja desafiadora, o autor sugere que a prática reforça em nós a importante lição de que somos um só em nosso sofrimento.

É válido destacar, sobretudo, que compaixão não é o mesmo que ter pena de alguém, tendo em vista que a pena pressupõe um sentimento de superioridade de quem a sente. Na compaixão nos equiparamos ao outro, compreendendo que a dor dele poderia ser a nossa.

A compaixão faz bem a nós mesmos

Sentir ternura e desejar que o sofrimento do outro acabe tem como consequência nosso próprio bem. Isso porque ninguém está imune ao sofrimento na vida, e quando simpatizamos com o sofrimento alheio, abrimos oportunidades de compreender que sofrer faz parte da existência de todos nós. Dessa forma, sentir compaixão por nós próprios quando sofremos traz paz e de certa forma ameniza a dor.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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Quer liberdade? Assuma a responsabilidade pela própria felicidade

24 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“Liberdade exige responsabilidade, é por isso que tanta gente tem medo dela”, diz a frase do escritor irlandês George Bernard Shaw. Victor Hugo diz algo muito parecido: “tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade”. É comum idealizarmos a liberdade, imaginando que estar completamente livre de algo que nos prende é o passe mágico para a felicidade. Contudo, em vez de apenas sonhar com ela, que tal sermos responsáveis e encarar seus prós e contras de uma vez por todas?

Livrar-se de um emprego, de um relacionamento, de ordens de superiores ou de qualquer outra situação que nos prenda é o desejo de muitas pessoas. Quando estamos em tais circunstâncias, é comum colocarmos toda a culpa de nossa infelicidade na entidade que nos prende, não é verdade?

“Se eu não precisasse mais trabalhar nessa empresa eu seria feliz”, “esse casamento me impede de ser quem sou” e ”os estudos da faculdade atrapalham minha diversão”, são frases corriqueiras em nosso cotidiano. Porém, o erro que cometemos muitas vezes ao fazer tais queixas é deixar de avaliar como seria a nossa vida caso não tivéssemos tais amarras e, se consideremos que seria melhor, encarar o desafio de vez.

Largar o emprego rumo a um destino desconhecido, por exemplo, é uma decisão que exige coragem. Afinal, é como diz a disseminada frase do ator Antônio Abujamra: “enforque-se na corda da liberdade”. Estar livre pode ser de fato sufocante para quem está acostumado a sempre culpar fatores externos pelas adversidades da vida.

Sua felicidade está nas suas mãos

Ser livre significa assumir que toda a responsabilidade por sua felicidade está em suas próprias mãos. O medo vem porque sabemos que não teremos mais de quem reclamar. “Ser-se livre não é nada fazer, é ser-se o único árbitro daquilo que se faz ou daquilo que se não faz”, disse o pensador francês Jean de La Bruyere. E aí, vai encarar?

Arbitrar a nossa própria vida significa saber claramente quais são as regras do jogo. O que inclui momentos de sofrimento, mas também de evolução e aprendizado. Jamais teremos todas as garantias e seguranças de tudo, mas estar disposto a correr riscos faz parte da jogada.

É por isso que a liberdade exige desprendimento. Devemos ter consciência que não temos controle sobre tudo e estarmos prontos para os imprevistos que surgirem. “Para a liberdade só há um caminho: o desprezo das coisas que não dependem de nós”, diz o filósofo Epicteto. Na mesma direção, segue a máxima atribuída a Diógenes: “só é verdadeiramente livre quem está sempre pronto a morrer”.

O que te move?

O exercício de conhecer a si próprio ajuda na jornada rumo a uma vida mais livre. Precisamos estar conscientes do que nos move ao saltarmos cada uma das amarras. Só com esse objetivo claro é que teremos forças para enfrentar todas as adversidades que porventura aparecerem.

Encarar a liberdade com tudo o que ela traz, significa estar disposto a mudar padrões mentais que muitos de nós aprendemos desde pequenos. A citação atribuída a Alejandro Jodorowsky diz: “pássaros criados em gaiolas acreditam que voar é uma doença”. É preciso perder o medo de voar e estar disposto a cair algumas vezes ao bater as asas pela primeira vez. Com certeza, o prazer do voo vale o esforço.

Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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Como ter mais paciência para alcançar planos de longo prazo

3 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“A falta de paciência em pontos de menor importância prejudica os grandes planos”, diz sábia frase do filósofo chinês Confúcio. Apesar de a paciência ser tida por muitos sábios como a arte de esperar, é extremamente difícil de desenvolvê-la. Isso porque a impaciência sempre vem em períodos de dificuldade. Jamais estaremos impacientes em situações agradáveis. Dessa forma, tornar-se paciente é compreender que adversidades fazem parte da vida e são imprescindíveis para alcançarmos conquistas maiores.

Ter mais paciência exige sabedoria

Quando estamos impacientes, a nossa tendência é esquecer do momento presente e colocar toda a nossa energia no futuro que nunca chega. O problema dessa postura é que não temos o menor controle sobre o que está por vir e agir dessa maneira só nos deixa mais ansiosos.

É comum estarmos impacientes para finalmente conseguir uma boa colocação profissional, encontrar um grande amor, mudar de casa, fazer uma viagem, e por aí vai. Nessas horas, temos a impressão que a vida só ficará boa quando tais desejos se concretizarem.

Aprimore o ato da espera em si

Como a paciência está diretamente relacionada ao ato de esperar por algo, para desenvolvê-la é essencial buscar aprimorar o ato da espera em si – e não pensar cada vez mais sobre o futuro. Ou seja, devemos focar a atenção em coisas que podemos fazer enquanto aguardamos a chegada do que queremos.

Entre as definições da palavra paciência estão termos como “capacidade de persistir em uma atividade difícil” ou “virtude que consiste em suportar dissabores e infelicidades”. Essas explicações nos ajudam a refletir: como persistir ou suportar momentos difíceis? Afinal, se determinada situação que nos incomoda não pode ser mudada, a única coisa que podemos mudar é a nossa postura perante a ela.

Mudar de postura não significa ser resignado e simplesmente aceitar tudo de ruim que nos acontece. Mas refletir em opções e alternativas que podem ser tomadas enquanto tal evento não ocorre. Por exemplo, para quem está desempregado, a espera por uma vaga pode ser angustiante.

O que ajuda nessas horas é pensar em outros caminhos a serem tomados: o que mais eu posso fazer para me aproximar do meu objetivo? Há cursos ou capacitações que posso fazer? Há pessoas que poderiam me ajudar? E por aí vai. Afinal, é como diz um pensamento amplamente disseminado no mundo do empreendedorismo: “não podemos esperar novos resultados fazendo sempre a mesma coisa”.

Mude sua postura

Quando temos claro para nós onde queremos chegar e qual é nosso objetivo maior, fica mais fácil suportar os momentos difíceis. Vivemos em um mundo cada vez mais imediatista e esquecemos que as coisas têm seu tempo de maturação. Esta frase atribuída ao filósofo Jean Jacques Rousseau nos motiva a enfrentar os períodos de impaciência com otimismo: “a paciência é amarga, mas seu fruto é doce.”

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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O poder da lista de resoluções para o Ano Novo

21 de dezembro de 2017

Por Gabriela Gasparin

Fazer uma lista de resoluções para o Ano Novo é uma tarefa simples que pode nos ajudar de forma efetiva a conseguir concretizar objetivos. Todos temos uma série de desejos a serem realizados, mas será que temos clareza do que queremos, em ordem de prioridade? Fazer um documento com cada uma das suas intenções para o próximo ano é o primeiro passo para começar a realizá-las. Faça sua lista e crie um pacto com você mesmo para cumpri-la.

A importância da escrita

Escrever nos ajuda a organizar e clarear os inúmeros pensamentos que correm soltos na nossa mente com excessiva velocidade. Ao colocarmos nossas ideias no papel temos a oportunidade de visualizá-las, entendê-las e até mesmo pensar no que será preciso fazer para concretizá-las.

Assim como um administrador registra os projetos da empresa para que seja possível realizá-los, devemos fazer o mesmo com a nossa existência, afinal, como diz o palestrante e historiador Leandro Karnal, “somos sócios majoritários das nossas vidas”.

A principal medida que devemos tomar ao fazer a nossa lista de resoluções é sermos sinceros com nós mesmos e traçar objetivos factíveis, porém, que nos desafiem. Se quisermos realmente promover mudanças, provavelmente será necessário sair da zona do conforto e colocar a mão na massa. Dessa forma, pense de forma consciente: o que quero para a minha vida no ano que vem?

Crie consciência do que busca

 Avalie cada âmbito da vida: pessoal, profissional e amoroso, e coloque na sua lista os pontos que gostaria de mudar ou aprimorar. Ao final, é muito provável que você tenha uma vasta listagem. São tantos desejos, muitos deles difíceis de serem alcançados, que provavelmente é isso que nos fazia imaginar que não adianta nada fazer uma lista, não é mesmo?

E é aí que estamos enganados. Escrever nos permite avaliar conscientemente o que queremos. Só assim podemos pensar em ações a serem tomadas para alcançar as conquistas. Temos um ano todo pela frente e a concretização dos nossos sonhos só ocorrerá se, dia após dia, tomarmos pequenas ações que nos levem para eles.

Estabeleça prioridades

O principal benefício da lista é que ela nos permite visualizar o todo e estabelecer prioridades. Afinal, jamais conseguiremos cumprir todas as resoluções logo no primeiro mês. Assim como o administrador faz com os projetos da empresa, é preciso um planejamento para que cada etapa seja tomada ao seu tempo. Então, com a sua lista concluída, reflita: o que é mais importante? Por onde devo começar?

Encontre seus motivos

Há prós e contras para tudo o que fazemos na vida e ter consciência deles também é um passo importante na realização da lista de resoluções para o Ano Novo. O filósofo Mario Sérgio Cortella faz uma sugestão que pode nos ajudar a identificar os “por causas” e “apesares” de cada uma das nossas atividades.

Em palestra disponível no YouTube, ele sugere o seguinte exercício:

1 – Dobre uma folha de papel ao meio

2 – De um lado escreva: “apesar de” e, do outro, “por causa de”

3 – Registre as principais atividades e compromissos da sua vida

4 – Ao lado de cada ação, escreva o “apesar” e o “porquê” de você realizá-la

Por exemplo, se o compromisso é o casamento, o preenchimento pode ficar assim: “apesar de discussões e conflitos”, sigo casado “por causa do amor que a relação me proporciona”.

“Todas as vezes que você faz uma lista para qualquer coisa e os ‘apesares’ são mais numerosos do que os ‘por causa’, há algum problema”, sugere Cortella. Caso isso ocorra na sua lista, a notícia boa é que há um ano inteirinho pela frente para inverter o resultado, não é mesmo?

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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Busca uma vida próspera? Antes, defina o que é prosperidade para você

21 de dezembro de 2017

Ter uma vida próspera é o desejo de muitas pessoas. Mas o que é prosperidade para você? É comum nos prendermos a conceitos pré-estabelecidos e atrair para nossas vidas realidades que sequer gostaríamos. Definir o próprio significado de uma vida próspera é crucial antes de sair em busca de realizações. Afinal, colhemos o que plantamos e precisamos ter consciência do que estamos semeando.

O que é prosperidade para você?

A Filosofia do Bonsai <link txt institucional> tem como base central a ideia de que uma vida com foco, disciplina e equilíbrio nos proporciona melhores resultados rumo a conquista de objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais. Com isso, o intuito maior é alcançar a prosperidade.

Contudo, como o significado de prosperidade é subjetivo, cabe a cada um fazer a tarefa primordial de ter a própria definição antes de traçar seus objetivos. Definir para si o que seria uma vida próspera ajuda – e muito – na busca de ações rumo a essa prosperidade. Afinal, o que é próspero para um, pode não ser para o outro.

Entre os significados da palavra prosperidade no dicionário da língua portuguesa estão termos como propício, favorável e afortunado. Já o verbo prosperar nos remete à ideia de progredir, aumentar; desenvolver-se.

Tais definições nos ajudam na tarefa de autoconhecimento: o que é favorável para mim? Quando considero que estou progredindo e evoluindo? O exercício a se fazer é: qual objetivo vai me levar ao desenvolvimento, à evolução, ao que é propício para a minha realidade?

Prosperidade significa riqueza?

Muitas pessoas podem considerar que ter uma vida próspera é acumular riqueza e bens materiais. Mesmo porque a ideia de prosperidade também nos remete à fortuna, ao sucesso. É comum encontrarmos notícias e histórias de pessoas prósperas que acumularam milhões de reais.

Acumular dinheiro pode estar na lista de itens que levam qualquer um à prosperidade – desde que isso seja, na realidade dessa pessoa, o caminho para uma vida melhor da que possui atualmente.

Contudo, pode ser que um indivíduo já tenha acumulado muita riqueza e chegue à conclusão de que a vida dele ainda não é próspera: pode lhe faltar paz de espírito, calma ou tranquilidade, por exemplo. Nesse caso, caberia a ele buscar ações que levem rumo à própria prosperidade.

Quais são seus valores?

Ter como ponto de partida os próprios valores é uma medida que nos ajudar a definir nosso conceito de vida próspera. Os valores são as verdades que guiam nossas decisões; ou seja, aquilo que internamente buscamos porque é importante para a nossa vida.

No livro “Desperte o Gigante Interior”, o renomado especialista em neurolinguística Anthonny Robbins esclarece: “qualquer coisa que você muito preza pode ser considerada um valor”. Ele explica que prezar alguma coisa significa atribuir-lhe importância.

Na Filosofia do Bonsai a definição de valores está dentro do pilar “Raíz”. A raiz representa a base da nossa vida. Nela está tudo que é a nossa essência: antepassados, família, crenças e valores. Quanto mais profunda é a raiz, mais forte e valioso é o bonsai. Da mesma forma, ao conhecer nossas próprias raízes, ou seja, quem somos profundamente, conseguimos atuar para ter uma vida melhor.

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Você tem qualidade de vida ou uma vida de qualidade?

18 de dezembro de 2017

O termo qualidade de vida é amplamente disseminado em pesquisas e estudos mundo afora, envolvendo desde âmbitos pessoais como profissionais da nossa existência. Entende-se que para ter qualidade de vida um indivíduo precisa atender a padrões pré-estabelecidos de bem-estar emocional, saúde, conhecimento e por aí vai. Contudo, há quem questione o uso do termo e troque-o por “vida de qualidade”. Mas qual seria a diferença entre os dois?

No livro “Vida que vale a pena ser vivida”, os autores Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci avaliam que há uma grande diferença entre as expressões qualidade de vida e vida de qualidade. Isso porque a vida de qualidade depende 100% de quem a vive, ou seja, é o indivíduo que decide o que traz qualidade para a sua vida e de que forma.

“Quando dizemos vida de qualidade entendemos, desde os gregos, que cada um vai buscar a sua. Seja porque se ajusta no universo de uma forma singular, para cada um, seja porque nos pactos modernos, ainda que tenhamos direitos iguais, não temos todos que viver da mesma maneira”, afirmam.

Já o termo qualidade de vida pressupõe alguns hábitos e costumes que obrigatoriamente fazem bem para todos. “Parte-se da premissa de que certas situações existenciais são boas, melhores do que outras, para qualquer um”, dizem os autores.

Expressão qualidade de vida

Estudos atribuem que o termo qualidade de vida foi empregado pela primeira vez em 1964, pelo então presidente dos Estados Unidos Lyndon Johnson. Ele afirmou: “os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas.”

Na atualidade o termo é bastante complexo e subjetivo. A expressão está sempre associada a padrões de vida e sensações de bem-estar físico e emocional de indivíduos, o que inclui medir níveis de qualidade no relacionamento, educação, saúde, lazer, questões psicológicas, entre outros.

Acontece que hoje em dia o termo qualidade de vida costuma ser usado de forma genérica para afirmar tudo o que pode ser bom para todos. Notícias na imprensa e campanhas de marketing, por exemplo, costumam colocar na mesma caixa um kit completo do que é ter qualidade de vida, como por exemplo: trabalhar pouco, possuir determinados bens materiais, fazer determinado tipo de atividade, e por aí vai.

Como ter uma vida de qualidade

A vida de qualidade, por sua vez, está livre da influência externa do que faz bem para cada um. Cabe ao indivíduo conhecer a si mesmo e compreender que tipo de vida quer levar – arcando com a responsabilidade por cada escolha.Há quem avalie que uma vida de qualidade inclui ganhar muito dinheiro – contudo, há uma série de ações e medidas necessárias para cada ser humano conseguir conquistar mais recursos financeiros. O que vale mais a pena? Cabe a cada um decidir. Há quem prefira viver com menos dinheiro e mais tempo – e vice-versa.

A mesma particularidade vale para todos os âmbitos da vida. Viajar com maior frequência ou economizar para ter uma aposentadoria lá na frente? Comer fora todo dia ou cozinhar a própria comida? O que tem qualidade para um, pode não ter para outro. Por meio do autoconhecimento, cada indivíduo pode avaliar o que é para si mesmo uma vida de qualidade e viver melhor de acordo com seus padrões.

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Ter uma vida plena, feliz e equilibrada exige responsabilidade

25 de outubro de 2017

Por Gabriela Gasparin

Ter uma vida plena, satisfatória e com harmonia exige responsabilidade. Assim como uma casa precisa de faxina rotineiramente para que tudo fique limpo e em ordem, a nossa existência também necessita de atenção para atingir sua plenitude. Afinal, se buscamos a felicidade e o equilíbrio, precisamos agir para que isso aconteça.

Como ter uma vida plena

“Há momentos em que é preciso escolher entre viver a sua própria vida plenamente, inteiramente, completamente, ou assumir a existência degradante, ignóbil e falsa que o mundo, na sua hipocrisia, nos impõe”, disse o escritor inglês Oscar Wilde.

Mas o que o é ser pleno? De acordo com o dicionário da língua portuguesa, pleno significa “cheio, repleto, completo, absoluto, perfeito, acabado”. A plenitude é a qualidade, o estado pleno.

Se queremos viver a vida com integridade, como sugere Oscar Wilde, precisamos assumir responsabilidade sobre nossas escolhas. Não é do dia para a noite que acordamos com tudo organizado e felizes com a rotina que levamos. Necessariamente precisamos assumir compromisso com nós mesmos em busca da vida que queremos ter.

Se ter uma vida plena significa estar completo, a pergunta que devemos fazer para nós mesmos diariamente é: o que me deixa inteiro? Do que preciso “encher” a minha vida para que eu seja mais feliz, mais íntegro?

Da mesma forma, é importante questionarmos o que nos deixa “vazios”. Quais são as ações, momentos e situações que nos afastam da sensação de plenitude? É a partir dessa consciência que conseguimos nos organizar para ter uma existência mais feliz e significativa.

Assim como sugere Oscar Wilde, somos nós que fazemos essa escolha. Caso contrário, assumimos a “existência degradante que o mundo nos impõe”.

‘Tudo está na questão da consciência’

A Filosofia do Bonsai, por exemplo, é a forma que o empresário Alexandre Tagawa encontrou para assumir responsabilidade sobre a própria vida, encontrando o equilíbrio.

Tudo está na questão da consciência. Quando aparece uma situação na minha vida que pode me levar para um caminho que eu não quero ir, eu já consigo me questionar na hora e mudar de direção”, afirma. De acordo com ele, práticas como meditação, alimentação saudável, exercícios físicos e rituais diários ajudam a manter esse equilíbrio e discernimento.

Por isso, assumir a responsabilidade sobre os atos é fundamental. A partir do momento que temos consciência do que estamos fazendo, não podemos mais justificar dizendo “ah, foi sem querer”, defende Tagawa. “Você sabe que não é. Porque quando você está presente, na terra, firme na sua totalidade, você não pode dizer que não sabe o que está fazendo.”

Estar consciente nos dá condições de tomar a decisão correta. Afinal, estar compromissado consigo mesmo não impede que os pensamentos ruins e tentações apareçam. O que muda é nossa atitude diante delas.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Alma, Propósito

‘Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me transformar’

16 de outubro de 2017

Por Gabriela Gasparin

“Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me transformar”, disse o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung, fundador da escola da Psicologia Analítica. Há uma linha de pensamentos que, assim como esse, refletem sobre a importância de agirmos com consciência a fim de nos tornarmos o que desejamos ser.

Ter consciência da nossa responsabilidade sobre o que acontece na nossa vida é fator importante rumo à realização de sonhos e desejos. Muitas vezes colocamos a culpa por o que nos acontece no trabalho, no parceiro, na família e no governo, mas esquecemos que diariamente temos a possibilidade de mudar de rota. Em reflexão complementar à frase citada acima, Jung disse: “até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você irá chamá-lo de destino”.

Mas o que seria agir de forma consciente?

Existem diversos significados dados para a palavra consciência nos campos da psicologia e filosofia. De uma forma resumida, podemos dizer que é uma percepção que temos sobre o que se passa com nós mesmos, na intimidade. Trata-se do sentimento, a faculdade, o conhecimento que nos permitem compreender aspectos no nosso mundo interior, vivenciá-los e experimentá-los.

Negligenciamos nossa consciência quando agimos de forma automática, sem pensar, sem sentir ou refletir. Por outro lado, atuar de forma consciente é trazer para nós as responsabilidades sobre os nossos atos e agir diariamente sobre eles. “Quando um ato é verdadeiro para a natureza de alguém, provavelmente resultará em resultados verdadeiros no campo da ação”, diz o escritor Parker J. Palmer no livro Vida Ativa.

“O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma”, afirmou o psicólogo Abraham Maslow. E acrescentou: “para quem só sabe usar o martelo, todo problema é um prego”.

Ou seja, quantas vezes estamos infelizes com alguma situação, mas seguimos vivendo nela, sem fazer absolutamente nada para mudar? Isso é não dar ouvidos para a consciência. Um exemplo é seguir em um relacionamento, emprego ou amizade mesmo sabendo internamente que tal situação nos faz mal.

Às vezes não conseguimos mudar de imediato. Nesse caso, agir com consciência é ser maduro para compreender: tal situação ocorre, não tenho como mudá-la, vou mudar então a forma que lido com ela. “A verdade é sempre preferível à ilusão”, ressalta Palmer.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.