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Já sentiu inveja dos outros? Aprenda a lidar com esse sentimento

19 de fevereiro de 2018

“A inveja é inata ao homem”, disse o historiador grego Heródoto. Por mais que seja difícil admitir, todos sentimos uma pontinha de inveja em algum momento da vida. Apesar de ser indesejada tanto por quem sente quanto por quem é invejado, saber lidar com ela e evitá-la é importante principalmente para o invejoso, pois senti-la é sinal de baixa autoestima.

Por que sentimos inveja?

A inveja é “o desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade dos outros. É o desejo violento de possuir tal bem”, segundo o dicionário da língua portuguesa. Definição parecida foi dada pelo filósofo romano Cícero: “inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia”, sentenciou.

A falta de autoestima é um dos motivos que nos fazem sentir inveja. Somos condicionados a esse sentimento desde pequenos, pois crescemos sendo comparados com outras crianças, o que desperta em nós a sensação de inferioridade e é repetido em situações durante toda a vida, explica artigo da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie).

“O invejoso não está satisfeito com suas qualidades e conquistas. Isso não acontece necessariamente porque essas coisas são insuficientes ou inexistentes, mas porque as pessoas tendem a olhar somente para o que acontece de errado e para o que precisa de conserto”, destaca a SBie.

É por isso que temos tanta dificuldade em ficarmos felizes com o sucesso e conquistas alheias, pois, como já diz o ditado popular, o jardim do vizinho sempre parece mais verde do que o nosso. A inveja é algo tão comum aos homens que o dramaturgo Grego Ésquilo, que viveu no período de 500 a.C., ou seja, mais de 2000 anos atrás, disse: “há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo sem qualquer inveja”.

Como não sentir inveja dos outros?

Em vez de buscar mascará-la, as melhores maneiras de lidar com a inveja são ter consciência de sua existência e refletir sobre seus motivos. A SBie orienta que, para evitá-la, é fundamental conhecer a si mesmo e elevar a autoestima. “É apenas gostando de quem você é e se sentindo satisfeito com sua vida que você conseguirá se valorizar e parar de se rejeitar”, sugere a entidade, que dá as seguintes dicas para não sentir inveja:

1 – Aceite a presença da inveja e perceba que é possível ser mais amoroso com você;

2 – Evite se comparar com os outros e seja justo com você: ao olhar para as qualidades dos outros, não deixe de olhar para as suas também;

3 – Seja fiel aos seus valores e dê preferência a realizar os próprios sonhos e desejos;

4 – Olhe para si mesmo, conheça suas qualidades e saiba valorizar as coisas que você já tem;

5 – É importante aceitar que há coisas que não podem ser mudadas. Se você inveja algo que é impossível para você, pare de lutar contra o que é imutável;

6 – Ame você em primeiro lugar, afinal, apenas pessoas que não se amam e não se aceitam possuem o desejo de ser igual a outra pessoas.

Seja generoso com você

No livro O cérebro de Buda, o neuropsicólogo Rick Hanson salienta que a inveja é um grande impedimento para a generosidade. “Perceba o sofrimento presente nesse sentimento e veja como ele é nocivo a você”, diz o autor, que completa: “de maneira compassiva e gentil, lembre-se de que você ficará bem mesmo que outras pessoas tenham fama, dinheiro e um parceiro incrível, e você não”.

Hanson sugere: para se livrar das garras da inveja, envie compaixão e bondade para as pessoas que você sente inveja. A seguinte reflexão do bispo e teólogo francês Jacques-Bénigne Bossuet complementa a recomendação: “a maior felicidade que um homem pode possuir é a de ver, sem inveja, a felicidade alheia.”

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Como desenvolver a empatia e melhorar as relações sociais

29 de janeiro de 2018

A palavra empatia tem ganhado cada vez mais popularidade, especialmente em tempos em que tantas discordâncias parecem nos distanciar cada vez mais uns dos outros, causando problemas nas relações sociais. Ter a capacidade de sentir empatia pelos demais só nos traz benefícios, pois melhora a qualidade dos nossos relacionamentos, proporcionando a nós mesmos maior satisfação e bem estar no convívio social.

O que é empatia?

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Entre os significados da palavra está “a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende”. É ser capaz de simular sentimentos, ações e pensamentos alheios, explica o neuropsicólogo Rick Hanson, no livro O cérebro de Buda.

A empatia é a base para qualquer relacionamento significativo , diz Hanson. “A empatia lhe dá a tranquilidade de saber que a outra pessoa compreende pelo menos um pouco do que se passa em seu íntimo, principalmente suas intenções e emoções”, explica. Ser empático é crucial para ter um relacionamento de qualidade, porque somos seres sociais e precisamos nos sentir compreendidos.

Praticar a empatia, aliás, não significa concordar ou aprovar o outro, mas sim ter a capacidade de se colocar em seu lugar e entender suas motivações para determinada ação, pensamento ou sentimento. A pessoa empática se interessa pelo outro, pelas causas de seus comportamentos.

É possível sentirmos empatia por alguém mesmo sabendo que agiríamos de outra forma caso estivéssemos em seu lugar. “Ter empatia não significa renunciar aquilo em que você acredita, portanto, não há problema em ser empático”, diz o autor.

Como desenvolver a empatia

– Esteja aberto a ouvir e escutar o outro: muitas vezes tudo o que as outras pessoas esperam de nós é que possamos escutar verdadeiramente o que elas têm a dizer, sem fazer julgamentos ou interrupções em suas falas;

– Olhe nos olhos: não é à toa que dizem que os olhos são a janela da alma. Notar o olhar de outra pessoa pode revelar muito a respeito do que ela está sentindo em determinado momento, e isso pode nos ajudar a compreender suas ações, pensamentos e emoções;

– Busque conhecer a outra pessoa: a história de vida de cada um nos ajuda a compreender seus atos. Obter informações a respeito do outro, de seu passado e situações pelas quais passou nos auxilia a ter mais empatia por suas ações, mesmo não concordando com elas;

– Faça perguntas: às vezes interpretamos os demais de forma equivocada simplesmente porque tomamos conclusões precipitadas com base em nossas experiências ou entendimentos. Por isso é importante conversar e fazer perguntas para se certificar se estamos no caminho certo para sentirmos empatia.

Receber empatia nos faz bem

Em discussões, desentendimentos ou momentos difíceis, receber a empatia de quem está ao nosso redor é muito importante. Estar consciente de tal necessidade e saber pedir isso aos demais só nos traz benefícios.

A dica de Hanson nesse caso é ser aberto, presente e honesto com o interlocutor – afinal, a outra pessoa pode não perceber essa necessidade, sendo necessário dizer explicitamente. “Deixe claro que o que você quer é empatia, e não concordância ou aprovação”, sugere.

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Como dizer não com assertividade e sem magoar os outros

19 de janeiro de 2018

Não saber dizer não é algo que atrapalha o dia a dia de muitas pessoas. Com medo da rejeição ou em busca de agradar os outros, acabamos dizendo sim a coisas que não gostaríamos e, no final, fazemos mal a nós mesmos. Saber dizer não com assertividade é uma postura que nos dá liberdade, proporciona bem estar e promove relações sinceras e saudáveis.

Como dizer não com assertividade?

A assertividade é uma virtude que nos permite expressar a própria opinião sem ser agressivo com o interlocutor. A pessoa assertiva não é indecisa, insegura, nem passiva na hora de tomar decisões – posturas que atrapalham, e muito, nosso dia a dia.

Ser assertivo significa saber afirmar os próprios interesses, vontades, desejos e sentimentos, sem magoar ou agredir o interlocutor. É, sobretudo, ser verdadeiro com os próprios sentimentos.

“Ser afirmativo significa ter confiança em si mesmo e na sua capacidade. ‘Não importa o que aconteça, posso enfrentá-lo’, diz o autor do bestseller internacional “Quando digo não me sinto culpado”, Manuel J. Smith.

Ao sermos afirmativos nós assumimos a responsabilidade por nossa própria existência e a afastamos dos outros. “Ter de decidir as próprias regras para viver à medida que se vai vivendo não é fácil tarefa”, diz o autor, porém, “Precisamos confiar em nosso próprio julgamento porque a verdade é – queiramos ou não encará-la – que somente nós temos responsabilidade por nós mesmos.”

Tenha consciência das próprias necessidades

O primeiro passo para ser assertivo é ter consciência das próprias necessidades e escolhas. É preciso saber decidir o que é melhor para você antes de tomar decisões. Para isso, o autoconhecimento é essencial. Ficar “em cima do muro”, ser indeciso e inseguro são posturas que muitas vezes nos fazem dizer sim a coisas que no fundo não desejamos.

Também é importante ter autoconfiança para fazer uma comunicação objetiva, honesta e clara. Nada de inventar desculpas, mudar de assunto ou fugir de situações difíceis: a pessoa assertiva expressa com clareza seus sentimentos e pensamentos.

Evite a agressividade

A assertividade está entre a passividade e a agressividade. A pessoa assertiva tem claramente o que é melhor para ela e sabe comunicar isso ao outro de forma educada, sem causar dores ou constrangimentos. Afinal, o intuito é realizar uma comunicação honesta, e não violenta.

Conseguir se comunicar com assertividade pode ser um desafio para muitos de nós, contudo, a prática promove bem estar e tranquilidade. Dizer sim quando no fundo gostaríamos de dizer não provoca acúmulos emocionais que, no longo prazo, nos causa sofrimento. Nada melhor do que conseguir dizer não a algo que profundamente não desejamos sem magoar o outro.

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Você sabe qual é a diferença entre resignação e aceitação?

12 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

É fato que inúmeras circunstâncias na vida não estão sob nosso controle. Apesar disso, somos os únicos responsáveis pela atitude que tomamos perante o que não pode ser mudado. Nessas horas, é importante enxergar a diferença entre resignação e a aceitação. Afinal, aceitar os fatos é essencial para avançar, mas resignar-se a eles pode significar ficar parado para sempre no mesmo lugar.

Por que aceitar mais os fatos e se resignar menos

A resignação é a submissão à vontade de alguém ou ao destino. A pessoa resignada enxerga que os fatos são como são e, mesmo incomodada, se submete a eles. O resignado sofre e se queixa da realidade tal como se apresenta, desejando que as coisas fossem de outra forma, postura que o mantém preso e paralisado. De certa forma, a resignação remete à passividade do sujeito perante a própria vida.

A aceitação, por sua vez, é uma atitude sábia. Afinal de contas, há situações na vida que não podem ser mudadas e é necessário respeitar essa regra para atuar sobre elas. Quando aceitamos uma situação tal como se apresenta, estamos conscientes de que ela existe, mas diferente do resignado, não desejamos que ela mude – afinal, aceitamos que isso não é possível. Ao aceitar a realidade, nós mudamos o próprio trajeto, traçamos novos objetivos e seguimos em frente.

Há uma bela citação de William Shakespeare que nos faz refletir sobre essas duas palavras que tanto nos confundem: “A adversidade é a escola da alma. Os homens vulgares podem resignar-se a infortúnios vulgares. Quando o mar está tranquilo, todos os pilotos navegam com igual mestria. Mas ao ser vítimas de golpes mais profundos da fortuna, só uma grande alma pode sofrer sem se queixar.”

É claro que todos sofremos e somos impactados com o que nos acomete. Contudo, passado o período de choque, luto ou baque, é preciso aceitar os acontecimentos, respeitá-los, e ter capacidade de traçar novas rotas, caso contrário, nos resignaremos e não sairemos do lugar.

Não resista aos acontecimentos

Outra postura bastante comum é resistir aos fatos em vez de aceitá-los. A resistência é a negação do que aconteceu e também nos impede de evoluir. Afinal de contas, de nada adianta “chorar o leite derramado”, ele já caiu e é preciso limpar a mesa.
Quanto mais negamos os fatos, mais os intensificamos. Toda vez que repetimos que “tal coisa não deveria ter acontecido” estamos reforçando o problema, em vez de pensar na solução. Essa atitude consome nossa energia, nos deixa pessimistas e mal-humorados e nos impede de enxergar novos caminhos.

A aceitação é, sobretudo, uma postura de coragem perante a vida. Muitas vezes não é fácil encarar todas as situações que nos apresentam, não é mesmo? Contudo, a opção que temos ao não aceitar é aumentar ainda mais nossa dor e sofrimento perante algo que jamais poderá ser mudado. É como diz a frase do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung: “O que negas te subordina. O que aceitas te transforma”.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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Equilíbrio emocional nos prepara para desequilíbrios da vida

8 de janeiro de 2018

Muitas vezes nos cobramos por atingir equilíbrio em todos os âmbitos da vida: pessoal, profissional, amoroso e familiar. Porém, tal meta pode nos causar frustração e culpa, pois depende de muitos fatores externos que não estão sob nosso controle. Em vez de buscar uma vida completamente equilibrada, o ideal é buscarmos o equilíbrio emocional para lidar com a montanha russa que é nossa existência.

A vida não flui de forma harmônica

Uma vida mais equilibrada e harmônica pode, e deve, ser meta para todos nós. Afinal, sempre temos setores a melhorar. Contudo, como estamos cansados de saber, na vida “nem tudo são flores”, há também rosas e espinhos. É impossível ter uma vida harmônica o tempo todo, avalia o psicólogo Luiz Alberto Hanns em vídeo veiculado no canal da Casa do Saber.

“A vida não flui desse modo tão harmônico. Não podemos dizer que isso [ter equilíbrio em todos os âmbitos da vida] seja impossível, mas depende de uma natureza muito especial e de um período de muita sorte”, avalia.

Por mais que busquemos estar com tudo em ordem, eventualmente pode acontecer algum imprevisto que irá nos desestabilizar: como ficar desempregado após uma crise econômica, ser diagnosticado com uma doença grave, enfrentar um luto de um ente querido, e por aí vai. Mais do que buscar estar com a vida totalmente equilibrada, sugere o psicólogo, o recomendado é buscar o equilíbrio emocional – esse sim ao nosso alcance.

Como ter equilíbrio emocional

Ter equilíbrio emocional é justamente aprender um pouco mais sobre si mesmo, descobrir o que você pode abrir mão e o que determinada época ou ciclo de vida está pedindo, sugere Hanns. Além disso, aprender a administrar melhor o estresse, escolher zonas de prazer e atividades que podem ajudar a nos equilibrarmos emocionalmente.

A Filosofia do Bonsai  nasceu justamente da busca do empresário Alexandre Tagawa por mais equilíbrio em sua vida. Nessa jornada, ele mesmo descobriu que a única coisa que poderia fazer era atuar para melhorar a si mesmo, cuidando do corpo, da mente e da alma.

O autoconhecimento por meio da meditação, o bem-estar proporcionado por exercícios físicos, alimentação saudável, e a espiritualidade trabalhada com rituais e mantras têm ajudado a lidar com os altos e baixos do dia a dia.

Ao observar o bonsai, sua fonte de inspiração para o desenvolvimento de tal filosofia de vida, Tagawa avaliou que até a árvore tem seu período de queda de folhas para se renovar. Ou seja, muitas espécies perdem as folhas uma vez por ano, para depois ficarem verdes novamente.

O mesmo acontece nas nossas vidas. Há momentos em que o lado profissional está próspero, mas o campo amoroso exige mais atenção. O relacionamento com a família pode ir bem, mas alguns amigos ficam de lado. O equilíbrio emocional nos ajuda a identificar as prioridades de cada período e aceitar a impossibilidade de sermos perfeitos em tudo.

Segundo Luiz Alberto Hanns, é provável que tenhamos que alternar e escolher algumas áreas para termos foco e excelência ao longo da nossa caminhada. “Se tentar dar conta de tudo é grande a chance de fazer tudo mal feito e ficar com a sensação de estar tendo uma vida insatisfatória e medíocre”, afirma.

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Ano novo, vida nova? Nada vai mudar se você for o mesmo

22 de dezembro de 2017

“Ano novo, vida nova”. Esta é uma das frases que mais escutamos nesta época de virada de ano, não é mesmo? Fazemos promessas para ter uma alimentação mais saudável, finalmente começar a praticar exercícios físicos com regularidade, se matricular naquele curso que tanto adiamos, mudar de emprego, estar aberto a encontrar um grande amor. Porém, de nada adianta esperar tantas mudanças se não estivermos dispostos a fazer a principal delas: mudar a nós mesmos.

Como ter uma vida nova

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”, diz a máxima de Albert Einstein. O primeiro passo para efetivamente ter uma vida nova no ano que se inicia é estar disposto a tomar as atitudes necessárias para que cada mudança se concretize.

Como disse Buda, “toda grande caminhada começa com um simples passo. Não podemos esperar que a vida mude simplesmente porque um novo ano se inicia se não dermos nossos “simples passos” para que cada mudança se concretize. Mudar exige bastante empenho e responsabilidade de nossa parte, seja em qual âmbito da vida for.

Afinal, quantos “anos novos” teremos que esperar para efetivamente compreendermos que é nossa a responsabilidade sobre o que acontece na nossa vida? Não é do dia para a noite que acordamos com tudo organizado e felizes com a rotina que levamos. Necessariamente precisamos assumir compromisso com nós mesmos em busca da vida que queremos ter.

Identificar o que queremos mudar e quais são as prioridades é essencial. Dificilmente é possível mudar todos os âmbitos da vida de uma vez só, caso seja esse o seu desejo – tal empreitada pode ser demasiadamente custosa e nos levar a desistir. O melhor é escolher qual mudança é crucial e deve ser priorizada inicialmente e focar nas ações para que ela aconteça. Assim que o primeiro objetivo já estiver minimamente encaminhado, aí sim parta para o segundo.

Mude de forma consciente

Um exemplo é o plano de ter uma vida mais saudável – desejo comum a muitos de nós. Ninguém se transforma em um verdadeiro atleta do dia para a noite. Criar tal expectativa só vai gerar frustração e fazer com que, mais uma vez, a meta não seja cumprida. Que tal pensar em começar a fazer caminhadas ou se matricular em uma academia e se comprometer a ir ao menos três vezes na semana?

A mesma moderação pode ser feita com a alimentação: cortar radicalmente todos os alimentos que dão prazer pode acarretar no já conhecido costume de começar a dieta na segunda-feira e quebrá-la antes que a próxima segunda chegue. Em vez disso, busque uma alimentação equilibrada dentro dos seus limites.

Com determinação e comprometimento, Alexandre Tagawa, o idealizador da Filosofia do Bonsai, promoveu uma grande mudança na própria vida e tem conseguido se manter em equilíbrio há mais de um ano. Diariamente ele faz práticas como meditação, rituais e exercícios matinais, além de buscar ter uma alimentação saudável.

Tagawa garante que todas essas mudanças só aconteceram quando ele se comprometeu consigo mesmo e percebeu o quão importante é se colocar em primeiro lugar nos planos e projetos. Então, você já sabe: quer uma vida nova no ano que se inicia? Seja responsável para que as mudanças aconteçam – só assim seu desejo será realizado.

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Para viver em plenitude devemos entrar com contato com nossas sombras

6 de dezembro de 2017

Para vivermos a nossa plenitude precisamos necessariamente entrar em contato com algo que geralmente evitamos ao máximo: nossas sombras. As sombras estão dentro de nós, mas raramente queremos olhar para elas. Pode ser algum medo, alguma características que temos e não gostamos de assumir ou uma ferida mal resolvida. Olhar para as sombras, contudo, é essencial para nossa evolução, crescimento e paz interior.

O que são as sombras na psicologia?

 O significado literal de sombra nos ajuda a entender o que elas representam no campo psicológico. Uma sombra é um espaço escuro provocado pela ausência de luz. Ele é criado pela existência de um obstáculo na frente da fonte luminosa. Tem a proporção distorcida com relação ao corpo real que a provoca.

O termo sombra é bastante usado por psicólogos. Na psicologia analítica, criada por Gustav Carl Jung, a sombra significa algo que negligenciamos em nós, que está no nosso inconsciente.

“Encontramos na sombra os aspectos mais repugnantes de nosso ser, que por não serem aceitos são relegados ao inconsciente”, diz o portal Psicologia Junguiana, acrescentando que, para Jung, é caminho necessário para o autoconhecimento a confrontação com este mal que existe em nós.

Geralmente a sombra é construída desde a infância, moldada por padrões morais da sociedade.

Nós ocultamos dentro da nossa psique tudo que é rejeitado pelos padrões sociais e por nós mesmos, ou seja, o monstro escondido dentro de cada um, explica o portal Info Escola.

Como lidar com a própria sombra?

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai faz há anos um longo trabalho de confrontar a própria sombra, rumo ao crescimento e evolução pessoal. “Se você ficar carregando a sua sombra você não vai conseguir viver a sua plenitude. A sombra tem que vir e te arrebentar, e aí você vai fazer com que exista uma revolução”.

Encontrar as nossas sombras exige um trabalho de autoconhecimento. É uma investigação pessoal que deve ser feita por cada um. Às vezes um acompanhamento terapêutico ajuda na descoberta. Podemos encontrar nossas sombras em medos, tristezas e dores. Geralmente situações que nos causam incômodo, raiva ou inveja podem revelar as nossas sombras.

Por exemplo, às vezes podemos ter aversão a pessoas bem-sucedidas porque, lá no fundo, não acreditamos que podemos ser bem-sucedidos. A beleza alheia pode nos incomodar porque não nos consideramos belos. Tememos a solidão porque não conseguimos ficar bem com nós mesmos, e por aí vai.

Tagawa garante que o primeiro passo para a evolução é aceitar a sombra, com tudo o que vem junto com ela. “Você tem essa sombra? Aceite. Diga: ‘tenho, poxa vida’. É duro olhar para ela. Às vezes pensamos ‘eu sou assim?’. É, você é isso.”

Depois, orienta, é importante trabalharmos essa sombra para que ela não nos prejudique no dia a dia. “O que eu vou tentar fazer? Tratar isso para gerar menos impacto nas pessoas que eu amo ou que me amam. Não é fácil, mas vale a pena”, assegura.

Meditação filtra as sombras

As práticas propostas pela Filosofia do Bonsai auxiliam, e muito, na identificação de sombras. Na meditação por exemplo, fazemos o trabalho de observar os próprios pensamentos. E eles dizem muita coisa sobre nós.

“Na minha meditação diária surgem várias sombras. Em vez de negá-las, como eu fiz por muito tempo, eu deixo elas virem, sinto o que está acontecendo e aí começo uma reflexão para tentar dar entendimento a essas sensações”, afirma Tagawa.

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Julgar e falar mal dos outros só prejudica a nós mesmos

4 de dezembro de 2017

Por Gabriela Gasparin

“O bom julgador por si se julga”, já diz o provérbio português. Todos sabemos que julgar é fácil, afinal, é uma forma de ressaltar defeitos alheios e evitar olhar para os nossos. Porém, tal prática só nos prejudica, pois reforça nossas fraquezas e nos impede de crescer e evoluir – fora o tempo que gastamos pensando na vida dos outros em vez de usá-lo para melhorar a nossa.

Por que julgar os outros faz mal?

Existe uma frase atribuída a Freud, criador da psicanálise, que diz: “Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”. Isso significa que falamos mal dos outros tendo como base nossas próprias crenças e pontos de vista. Afinal, se tal comportamento não nos dissesse respeito ou não revelasse algo sobre nós, não nos incomodaria.

“Se aquilo não tivesse nada a ver com as minhas dificuldades, não incomodaria, eu nem perceberia”, diz a psicoterapeuta cognitivista-comportamental Betania Marques Dutra, em reportagem publicada no Portal UOL.

De acordo com a Monja Coen, da tradição zen budista, o que nós fazemos, falamos e pensamos mexe na trama da existência. Segundo ela o karma, um dos conceitos budistas, significa que aquilo que fazemos de forma repetitiva vai causar tendências em nossa vida – o que acontece com nossos julgamentos e pensamentos.

Prendemos as pessoas em caixas fixas quando as julgamos, diz a Monja em vídeo disponível no YouTube. “A gente coloca as pessoas dentro de caixinhas: ‘aquela pessoa não presta, não gosto dela, ela é burra e estúpida’. E toda vez que vejo a pessoa, penso: ela é burra e estúpida. Eu não dou a oportunidade de pensar além da caixinha, eu a tranco lá dentro, a humilho (…) Isso é um vício, um karma que faz mal para a própria pessoa que assim sente.”

Julgar os outros nos faz mal porque, além de cultivarmos rancor, significa que temos uma visão congelada da realidade. Não percebemos que há a possibilidade de mudança, de crescimento e que nada é totalmente fixo. “As pessoas não são boas o tempo todo, nem más o tempo todo, nem burras o tempo todo, nem geniais o tempo todo”, ressalta a monja.

Meditar nos ajuda a julgar menos

O autoconhecimento é ação importante para quem deseja evoluir e julgar menos os demais. Quando nos conhecemos conseguimos identificar os próprios defeitos, o que nos dá a possibilidade de atuar sobre eles.

A meditação é importante ferramenta para isso. Por meio da prática conseguimos observar nossos hábitos de pensamentos, o que nos permite conhecer melhor quem somos. Que pensamentos temos que constroem a nossa realidade? O quanto eles moldam o que fazemos ou construímos? É isso que devemos avaliar diariamente.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai garante que quanto mais ele faz as práticas propostas pela filosofia, como meditação e exercícios de respiração, mais ele tem controle sobre as próprias atitudes, o que o faz julgar menos. “A maioria dos problemas que passam pela nossa cabeça não acontecem. Nosso maior vilão somos nós mesmo. A gente tem mais pensamento ruim do que bom. A grande diferença é você conseguir ter mais pensamento bom do que ruim no dia”, avalia.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

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Como desenvolver a habilidade de tomar decisões e fazer escolhas

24 de novembro de 2017

“Cada escolha é uma renúncia”, já diz o ditado popular. Se quisermos equilíbrio na vida, como propõe a Filosofia do Bonsai, precisamos ter em mente que não conseguimos ter tudo ao mesmo tempo. Saber tomar decisões e fazer escolhas é sinal de maturidade e sabedoria. Para ter essa clareza, é fundamental estar bem consigo mesmo e se conhecer.

De onde vem a dificuldade de tomar decisões

A vida é feita de escolhas. Tomamos decisões o tempo todo, da hora que acordamos até quando vamos dormir. Não tem como fugir: desde questões triviais como qual roupa usar pela manhã até assumir compromissos sérios, como um casamento, passa pelo nosso “sim” ou “não”.

Muitas dessas decisões são automáticas, pois sabemos que se ficarmos ponderando a todo momento o que fazer, não sairemos do lugar. Contudo, quando nos deparamos com uma situação nova, imprevista ou que vá causar muito impacto em nossas vidas, é comum ficarmos em dúvida. Nessas horas, o que fazer?

Quanto mais avaliamos os prós e contras das opções, mais ansiosos e paralisados ficamos. A indecisão causa ansiedade porque focamos nossos pensamentos em situações futuras que ainda não aconteceram.

Falta de maturidade e de autoconhecimento

Nessas horas, há dois fatores que nos atrapalham. O primeiro deles é a falta de maturidade em aceitar que não podemos ter tudo ao mesmo tempo. Saber disso ajuda, e muito, na tomada de decisões. Fica muito mais fácil abdicar de uma das alternativas quando simplesmente aceitamos que renúncias fazem parte da vida.

A segunda é a falta de autoconhecimento, de saber verdadeiramente qual alternativa é a melhor opção para você no seu momento atual. Muitas vezes esquecemos de prestar atenção no mais importante: como nos sentimos em relação a cada uma das possibilidades.

‘Decisões rápidas não são certas’

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, afirma que como empreendedor precisa tomar decisões o tempo todo. No passado, ele não pensava muito antes de aceitar novos projetos – o resultado é que estava sempre acumulando trabalho e “apagando incêndios”.

A vida dele começou a melhorar quando entendeu que não tem como ter qualidade de vida e pegar muitos projetos ao mesmo tempo – a não ser que crie uma estrutura para dar conta da demanda maior. “Eu não acredito em milagres. São escolhas.”

A analogia com o próprio bonsai ajuda Tagawa em suas decisões. A miniárvore precisa de cuidados diários e específicos para crescer forte e robusta. Antes de adquirir um novo bonsai para seu jardim, sugere Tagawa, é importante a pessoa avaliar se será capaz de cuidar bem

dele. Afinal, de nada adianta ter vários vasos com as árvores mal cuidadas.

 “Decisões rápidas não são certas”, diz o filósofo Sófocles. Antes de tomar uma decisão, é importante ter em mente os cenários que cada uma delas vai proporcionar. Depois disso, avalie internamente, sinta o que é o melhor para seu momento atual da vida e renuncie à outra opção sem sofrimento.

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Por que a desilusão é uma bênção e nos faz crescer

21 de novembro de 2017

Por Gabriela Gasparin

Sofremos muito toda vez que passamos por uma desilusão, seja amorosa, profissional ou de amizades. Tendemos a achar que fomos enganados, traídos, desrespeitados – o que, de fato, pode até ser verdade. No momento da dor é difícil termos discernimento para compreender que a desilusão é, na verdade, uma bênção. Afinal, se antes estávamos iludidos, agora não estamos mais. É como diz a sábia frase de Chico Xavier: “a desilusão é a visita da verdade.”

Como lidar com uma desilusão

Acolher a verdade na hora que ela bate à nossa porta em formato de desilusão é a melhor coisa que podemos fazer para nós mesmos. Em vez de brigar com o escuro, você traz luz. Em vez de reagir a uma desilusão, você vê a desilusão mas, ao mesmo tempo, enxerga através dela, sugere o escritor Eckhart Tolle, no livro “O poder do agora” – bestseller que busca nos ajudar a combater o sofrimento ao viver o momento presente.

No dicionário da língua portuguesa, enganar é sinônimo de iludir. Ilusão, por sua vez, significa “engano dos sentidos ou da mente, que faz tomar uma coisa por outra”. É claro que dói perceber ou descobrir que estávamos iludidos, contudo, agradecer à nova fase, de encontro com a verdade, é um caminho que nos leva ao crescimento e evolução.

Redução das expectativas

O companheiro amoroso mostrou-se infiel e isso acabou com o relacionamento? Não é fácil encarar a realidade nua e crua, tal como ela se apresenta, contudo, seria preferível continuar em um relacionamento e ser enganado?

Por mais que a verdade seja dolorosa, encará-la e crescer com ela é a melhor forma de seguir em frente. Com certeza, após tal desilusão amorosa ficamos mais fortes para lidar com novos problemas e não sofremos tanto com eles. Outro benefício é que estaremos mais maduros para próximos relacionamentos.

Muitas vezes criamos expectativas com relação a situações, fantasiamos sobre elas e não percebemos que isso nos distancia da realidade – daí surgem as desilusões. Uma boa ferramenta para isso é esperar menos dos outros e de situações e depositar a nossa felicidade naquilo que nós mesmos podemos nos proporcionar.

Podemos ter sonhos e objetivos, é claro que sim, eles nos norteiam e dão sentido à nossa vida, mas devemos construí-los sem “as expectativas ilusórias de que uma coisa ou alguém no futuro irá nos salvar ou nos fazer felizes”. Nós mesmos é que somos os únicos responsáveis pela nossa felicidade.

‘Desilusionismo’

O processo de enxergar a realidade assim como ela é ocorre por meio do distanciamento da situação. Em vídeo no Youtube, a Monja Coen, monja zen budista, cita um conceito defendido pelo professor Hermógenes, um dos pioneiros do yoga no Brasil, ao falar de uma nova religião chamada “desilusionismo”, que é: “cada vez que temos uma desilusão estamos mais perto da verdade, por isso agradecemos.”

A monja cita que provavelmente quando sofremos uma desilusão isso significa que não estávamos em plena atenção. Mas isso não é motivo para ficarmos com raiva de nós ou do outro. “Nada é fixo. Nada é permanente”, salienta.

É disseminada a frase de Buda que diz: “há somente uma lei que nunca muda no Universo – é a de que todas as coisas mudam, todas as coisas são impermanentes”. Ao aceitarmos que tudo muda, que nada é para sempre, ficamos livres para deixar a situação da ilusão ir embora e abraçar o novo que está por vir.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.