Autodesenvolvimento, Mente

Você sabe qual é a diferença entre resignação e aceitação?

12 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

É fato que inúmeras circunstâncias na vida não estão sob nosso controle. Apesar disso, somos os únicos responsáveis pela atitude que tomamos perante o que não pode ser mudado. Nessas horas, é importante enxergar a diferença entre resignação e a aceitação. Afinal, aceitar os fatos é essencial para avançar, mas resignar-se a eles pode significar ficar parado para sempre no mesmo lugar.

Por que aceitar mais os fatos e se resignar menos

A resignação é a submissão à vontade de alguém ou ao destino. A pessoa resignada enxerga que os fatos são como são e, mesmo incomodada, se submete a eles. O resignado sofre e se queixa da realidade tal como se apresenta, desejando que as coisas fossem de outra forma, postura que o mantém preso e paralisado. De certa forma, a resignação remete à passividade do sujeito perante a própria vida.

A aceitação, por sua vez, é uma atitude sábia. Afinal de contas, há situações na vida que não podem ser mudadas e é necessário respeitar essa regra para atuar sobre elas. Quando aceitamos uma situação tal como se apresenta, estamos conscientes de que ela existe, mas diferente do resignado, não desejamos que ela mude – afinal, aceitamos que isso não é possível. Ao aceitar a realidade, nós mudamos o próprio trajeto, traçamos novos objetivos e seguimos em frente.

Há uma bela citação de William Shakespeare que nos faz refletir sobre essas duas palavras que tanto nos confundem: “A adversidade é a escola da alma. Os homens vulgares podem resignar-se a infortúnios vulgares. Quando o mar está tranquilo, todos os pilotos navegam com igual mestria. Mas ao ser vítimas de golpes mais profundos da fortuna, só uma grande alma pode sofrer sem se queixar.”

É claro que todos sofremos e somos impactados com o que nos acomete. Contudo, passado o período de choque, luto ou baque, é preciso aceitar os acontecimentos, respeitá-los, e ter capacidade de traçar novas rotas, caso contrário, nos resignaremos e não sairemos do lugar.

Não resista aos acontecimentos

Outra postura bastante comum é resistir aos fatos em vez de aceitá-los. A resistência é a negação do que aconteceu e também nos impede de evoluir. Afinal de contas, de nada adianta “chorar o leite derramado”, ele já caiu e é preciso limpar a mesa.
Quanto mais negamos os fatos, mais os intensificamos. Toda vez que repetimos que “tal coisa não deveria ter acontecido” estamos reforçando o problema, em vez de pensar na solução. Essa atitude consome nossa energia, nos deixa pessimistas e mal-humorados e nos impede de enxergar novos caminhos.

A aceitação é, sobretudo, uma postura de coragem perante a vida. Muitas vezes não é fácil encarar todas as situações que nos apresentam, não é mesmo? Contudo, a opção que temos ao não aceitar é aumentar ainda mais nossa dor e sofrimento perante algo que jamais poderá ser mudado. É como diz a frase do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung: “O que negas te subordina. O que aceitas te transforma”.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

You Might Also Like

Quero receber notificações: