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Filosofia, Mente

Por que temos tanto medo de arriscar?

30 de outubro de 2017

“Quem não arrisca, não petisca”. O conhecimento popular nos mostra que é preciso abdicar de certa segurança para conseguir avançar – seja na vida pessoal ou profissional. Mas por que temos medo de arriscar? Apesar de sabermos que o risco é intrínseco a toda mudança, muitas vezes a nossa necessidade de nos sentir seguros nos impede de avançar e alcançar a prosperidade.

Como superar o medo de arriscar

Existe uma frase disseminada na internet que diz: “quem mede muito as consequências corre o risco de diminuir o tamanho da própria felicidade”. Quando ficamos presos a uma situação por conta da dúvida ou do medo, é sinal de que temos que agir. Nessas horas, o autoconhecimento é o mais importante para nos ajudar a tomar uma decisão.

Onde quero estar daqui a cinco anos? Pense qual vida você quer ter no futuro e tenha em mente que a decisão de agora é crucial para que seu objetivo se concretize. Está com medo de sair do emprego? De terminar um relacionamento? De mudar de cidade? Pense o que te segura nessas situações e se estar nelas condiz com a vida que quer ter no futuro. Tenha certeza: é a sua meta futura que vai te dar coragem para arriscar o que não está bom no presente.

É claro que todos temos necessidades básicas e precisamos saber até onde conseguimos arriscar. O psicólogo americano Abraham Maslow, por exemplo, foi conhecido por “hierarquizar” as necessidades humanas. Segundo ele, a ordem é a seguinte:

NECESSIDADES HUMANAS

1 – Fisiológicas: satisfação das necessidades básicas, como comer, beber água, respirar, etc;

2 – Segurança e proteção: estar seguro no emprego e financeiramente, ter uma casa, estar fisicamente e emocionalmente seguro;

3 – Filiação: é a sensação de pertencimento a um grupo, a uma comunidade, a uma família, estabelecer relações de afeto e amizade;

4 – Reconhecimento: é uma necessidade atendida pelo respeito próprio e dos outros, pelo reconhecimento, status, reputação e atenção;

5 – Autorrealização: é o autodesenvolvimento, que inclui crescimento moral, ético, espiritual, realização de um propósito e a busca de um objetivo na vida.

A hierarquia de Maslow nos leva a entender que dificilmente uma pessoa conseguirá suprir a necessidade de autorrealização caso não tenha as necessidades fisiológicas básicas supridas, por exemplo.

A importância do autoconhecimento

Ao criar para si a Filosofia do Bonsai, o empresário Alexandre Tagawa percebeu a importância do autoconhecimento para ficar mais seguro na hora de tomar decisões. Ele garante que estar bem consigo mesmo o ajuda diariamente tanto nos negócios como na vida pessoal.

Para isso, ele busca estar equilibrado e em paz consigo mesmo, o que consegue por meio de rituais diários, prática de meditação, uma alimentação equilibrada e atividades físicas. Tudo isso faz com que a mente dele esteja mais “limpa”, ou seja, menos tomada por pensamentos negativos.

O otimismo e o bem-estar nos ajudam a eliminar o medo de arriscar; afinal, precisamos estar seguros para tomar uma decisão. “Quer segurança? Compre uma geladeira. Ela não vai quebrar nunca, mas vai fazer sempre a mesma coisa”, afirma Tagawa.

O empresário arriscou-se muito no passado, principalmente na vida profissional. Ele abriu uma agência de publicidade sem nunca ter se formado na área – o que só foi fazer mais de 15 anos depois. É claro que ele abdicou de certa segurança e passou por “perrengues”, mas a possibilidade de fazer uma universidade não se apresentou para ele no início da carreira e ele teve que jogar com as cartas que tinha na mão.

“Se eu ficasse acomodado no conceito de vida que eu tinha, então automaticamente eu não poderia tocar as estrelas, porque eu pensaria que nada seria possível. Eu poderia pensar: ‘não estudei e por isso não tenho condições de encontrar um caminho melhor’. Eu poderia ficar nessa crença”, avalia.

Filosofia, Mente

Como ser uma pessoa melhor cuidando de nós mesmos

27 de outubro de 2017

O equilíbrio físico e mental reflete diretamente nas nossas relações sociais. Quando estamos de bem com nós mesmos, aumentamos o nível de tolerância com os outros, somos mais educados e prestativos. Quanto mais fortalecemos internamente, melhor sabemos lidar com problemas, imprevistos diários e situações adversas. Ou seja, ao cuidarmos de nós, nos tornamos uma pessoa melhor para a sociedade.

Como ser uma pessoa melhor

Práticas da Filosofia do Bonsai como meditação e rituais diários ajudam o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da filosofia, a ter um melhor convívio social – o que vale tanto para a família e amigos, como na vida profissional.

Por muitos anos ele viveu desequilibrado. Ficava nervoso com facilidade, estourava com funcionários e até com familiares em momentos de conflitos. Dono de uma agência de publicidade, era um chefe nervoso. Confessa que muitas vezes se excedeu com funcionários, gritando e dando retornos agressivos.

“O que mudou depois das minhas práticas é que eu não deixo mais o nervoso tomar conta de mim. Quando vem um nervoso, um desequilíbrio, eu respiro dez vezes. Ao final, a forma que eu ia conduzir determinada situação é mais amena.”

Ele tem uma filha pequena e também utiliza a prática com ela. Ou seja, quando a filha apronta ou não dá trégua, o pai respira e escolhe uma boa forma de dizer não ou controlar a filha, sem precisar apelar para gritos ou palmadas.

“Ao respirar e contar até dez eu tenho um tempo de escolha. Surge a possibilidade de mudar o canal”, avalia. Em vez de agir com raiva ou agressividade, a resposta é mais certeira.

“Faço isso no trabalho, na rua, com a família, com a minha filha, com todo mundo”, revela. Tagawa garante que desde que começou a praticar a Filosofia do Bonsai diariamente, tem conseguido manter a resiliência, a calma e a tranquilidade, sem perder a linha.

O empresário dá o exemplo de discussões no trânsito. Quantas vezes nos tornamos verdadeiros “monstrinhos” quando estamos no volante? “Se você começa a discutir com o outro motorista, de repente ele está em um dia ruim, com uma energia pesada, e se você não se controla acaba participando de uma história que não é sua.”

O outro motorista pode ter acabado de sair de uma discussão com a família, ter perdido dinheiro, estar atrasado para um compromisso e etc. Nessas horas, quando estamos desequilibrados, entramos em uma briga desnecessária, garante Tagawa. “Você passa a viver a energia do outro. Quando você vive a energia do outro, você aumenta a sua fragilidade.”

Práticas ajudam a manter o equilíbrio

 Detentor de uma história cheia de altos e baixos tanto na vida pessoal como profissional, Tagawa encontrou nas práticas da filosofia uma forma de se equilibrar. A meditação o ajuda muito a limpar os pensamentos diariamente. Os exercícios físicos matinais o ajudam a controlar o estresse e a manter-se em forma. Além disso, ele também pratica rituais e mantras diariamente para se fortalecer.

O empresário garante que essas medidas colaboram para manter pensamentos positivos, reduzem a raiva e o estresse e melhoram o seu dia. “Os sentimentos negativos existem, mas quando eles vêm eu canalizo. É como se eu tivesse uma maneira de jogar para o universo, de liberá-los. Eu não me deixo dominar.”

 

Alma, Propósito

Aprenda a estabelecer prioridades na vida

11 de outubro de 2017

Quem tudo quer, nada tem”, já diz a sabedoria popular. Você já viveu uma situação onde buscou muitas coisas e, ao final, não conseguiu nada? Isso ocorre justamente porque precisamos estabelecer prioridades na vida e focar nelas para alcançar objetivos. Caso contrário, viveremos sempre querendo tudo e não tendo nada.

Como estabelecer prioridades na vida

Querer ter vários amigos e não conseguir estar presente em encontros; desejar atender bem muitos clientes e fazer uma entrega sofrida; tentar agradar a todos os familiares. Foi querendo “abraçar o mundo” que Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, percebeu que “não estava abraçando ninguém”.

Aos poucos Tagawa percebeu a importância de ter foco em determinados setores da vida para conseguir evoluir como ser humano e crescer nos negócios. “Eu não conseguia fazer tudo aquilo que eu gostaria. Então, em vez de eu ficar dividindo energia em diversas coisas, eu decidi que é melhor me concentrar em prioridades”, explica.

Fazer algo bem feito

Focar na qualidade e não na quantidade é uma escolha importante para quem deseja evoluir em qualquer nível da vida. O que adianta fazer cursos de três idiomas ao mesmo tempo, se não conseguir falar bem nenhum deles? Ou fazer investimentos pensando no futuro, mas gastar muito dinheiro?

Na Filosofia do Bonsai, o equilíbrio é o principal conceito norteador. A miniárvore é uma natureza moldada pelas nossas mãos. Fazendo uma analogia com nossas vidas, devemos refletir como as moldamos para atingir o objetivo que queremos. Temos que estar conscientes que não damos conta de tudo. E saber fazer escolhas é fundamental.

“Eu tenho muitos amigos? Não. Percebi que são poucos amigos que eu consigo manter acesos. Não adianta a gente ter milhares de amigos e no fim não cuidar de nenhum direito”, esclarece Tagawa.

É preciso escolher entre ter uma plantação de eucaliptos ou um jardim de bonsais, explica Tagawa. No eucalipto produzido em série as raízes são curtas, todas as árvores são iguais e logo são cortadas para o uso da madeira.

Já o bonsai leva anos para adquirir uma copa robusta, exige cuidado diário e atenção: porém, a árvore é bela e exótica. “Então eu acho que o grande aprendizado é: como não podemos ter tudo na vida, façamos escolhas. E as escolhas que fizermos, façamos bem feito.”

Equilíbrio na Filosofia do Bonsai 

É importante não cairmos no erro de fazer “mínimo de tudo e o máximo de nada” ou seja: querer fazer tudo ao mesmo tempo e não concluir nada com qualidade. As práticas da Filosofia do Bonsai ajudaram Tagawa a se conhecer melhor, ter mais calma e a focar em atividades. “Eu fazia o mínimo de tudo porque eu queria dar conta, mas você não consegue fazer tudo”.

Afinal, se “quem quer abraçar o mundo acaba não abraçando ninguém”, melhor dar um abraço bem apertado naqueles que nossos braços alcançam, não é mesmo?

Mente, Vida Profissional

Como sair do ciclo de ‘apagar incêndios’ na vida empreendedora

2 de outubro de 2017

Quem é empreendedor sabe: vez ou outra é preciso “apagar incêndios” dentro da empresa, ou seja, resolver de última hora um caos instalado. O que não pode acontecer é essa forma de lidar com problemas ser institucionalizada no negócio. Viver apagando incêndios é insustentável no longo prazo, atrapalhando o crescimento e a produtividade.

A Filosofia do Bonsai originalmente nasceu na agência de publicidade do empresário Alexandre Tagawa, como forma de ajudá-lo a sair de um ciclo contínuo de incêndios a serem apagados. Isso ocorreu em 2008, após o estouro da crise econômica mundial e quando o empresário se viu obrigado a demitir grande parte da equipe.

Fazia anos que a agência de Tagawa operava sem um sistema de gestão institucionalizado. Tudo era controlado manualmente e era comum a equipe trabalhar de madrugada ou aos finais de semana para cumprir prazos. A chegada da crise foi como jogar álcool no fogo, aumentando as chamas.

A intenção era justamente trazer equilíbrio ao negócio, tanto no lado emocional dos funcionários quanto na parte prática, com organização e planejamento. A filosofia foi o começo de uma série de medidas implantadas ao longo dos anos no negócio, mas a ideia inicial era justamente começar a organizar a casa.

Inicialmente foram criadas a missão, visão e os valores da empresa. Isso foi feito com a participação de toda a equipe. Posteriormente, Tagawa pesquisou formas de ter um sistema de planejamento e organizar os esquemas internos de trabalho. Na parte tecnológica, foram implantadas ferramentas e softwares que acompanhassem a demanda de trabalho.

Sem organização negócio não se sustenta

Levou anos para Tagawa aprender, mas hoje o empresário sabe que sem organização um negócio não fica de pé. “Se você vai ser empresário e ter uma vida empreendedora, planejamento e gestão financeira são fundamentais para você prosperar.”

O empresário era jovem quando abriu o primeiro negócio. Aos 20 anos montou um salão de cabeleireiros junto com a mãe e, paralelamente, abriu uma pequena produtora de books fotográficos e eventos. Entrava em sociedades sem refletir muito e passou anos patinando, chegando a se endividar ao ponto de ter um oficial de Justiça batendo na sua porta para decretar a falência do negócio.

“As coisas eram cheias de altos e baixos. Eu não tinha fluxo de caixa, não tinha reserva. Sempre estava no vermelho. Eu ia tocando. Sabe quando você tem três tampinhas e cinco garrafas, tampa daqui e destampa dali? Era assim que acontecia.”

Separar as despesas é fundamental

Um de seus principais erros do passado era misturar as contas pessoais com as da empresa. Ou seja: ele mantinha uma só conta para pessoa física e jurídica. Não controlava o dinheiro que era do negócio e nem o seu salário. “Sabe o que acontece se você não tem um pró-labore e vai tirando dinheiro conforme a sua necessidade? Você nunca sabe se a empresa dá lucro.”

De acordo com ele, esse é um grande erro de boa parte dos empreendedores. Aí vem, novamente, a necessidade de “apagar incêndios”, ou seja, ir atrás de empréstimos altíssimos para pagar dívidas. “É um ciclo vicioso. Aí você entra em cheque especial, começa a pagar o mínimo dos cartões de crédito, começa a se endividar e vira uma bola de neve. Você não consegue mais controlar e quando vai ver, está quebrado.”

Com o passar do tempo, Tagawa percebeu que a Filosofia do Bonsai o ajudava também na vida pessoal. Ou seja, além de arrumar a casa nos negócios, ele viu a necessidade de estar equilibrado internamente. De acordo com o empreendedor, estar bem consigo mesmo é muito importante para quem quer tocar uma empresa: isso ajuda a ter foco e tranquilidade na hora de tomar decisões, reduzindo ainda mais a necessidade de apagar incêndios.

Alma, Filosofia, Mente, Propósito

Como fazer o universo conspirar a nosso favor

27 de setembro de 2017

É popularmente conhecida a frase: “quando realmente queremos alguma coisa, o universo conspira a nosso favor”. Crenças à parte, a frase já pressupõe uma participação ativa nossa para que algo se realize, o querer. Realmente acreditamos que o que queremos é possível? O que estamos fazendo para tornar esses desejos realidade? Com essa etapa definida, ter fé que o universo vai nos ajudar é um estímulo a mais.

O universo conspira a favor do que?

Acreditar que o universo conspira a nosso favor pode nos ajudar, e muito, na concretização de objetivos. Afinal, especialistas em psicologia e neurociência afirmam que o pensamento positivo e o otimismo são muito importantes quando desejamos algo.

Porém, precisamos fazer a nossa parte. O filósofo Mário Sérgio Cortella nos alerta para a importância de sabermos identificar sonhos de delírio. “O sonho é aquilo que nos impulsiona, é um desejo que no futuro queremos buscar. O delírio carrega dentro de si a impossibilidade”, explica em vídeo disponível no YouTube.

Cortella esclarece: “sonhar tem que ter dentro de si a possibilidade de ser factível. O sonho é o desejo com factibilidade”. Como exemplo ele conta que por mais que queira ser o melhor jogador de futebol da Fifa em 2017, isso não será possível. “Eu não teria condição orgânica de fazer isso, nem se eu rezar muito, se minha mãe fizer novena, se eu ler o livro ‘O segredo’”, brinca.

‘Minha vida é feita de o universo conspirar’

O empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, costuma dizer com frequência que o universo conspira a seu favor. “A minha vida é feita de o universo conspirar. Mesmo nas adversidades, parece que se abre um portal para mim e eu consigo sair da roubada. Isso é algo muito forte em minha vida”, garante.

Contudo, mesmo acreditando na força da atuação do universo sobre a vida, Tagawa passou a perceber, com o tempo, que quanto mais equilibrado ele está consigo mesmo, maior é a probabilidade de perceber essa sincronicidade com algo maior. “Quando você está equilibrado parece que acessa com mais facilidade o portal. Quando você está muito agitado, muito fora do eixo, em adversidades, você nem consegue perceber que ele existe”, afirma.

Ao estar equilibrado, você percebe um conexão com o universo em quase todos os movimentos que você faz na sua vida. “Minha intuição sobe, meu humor oscila menos e eu consigo ficar mais focado.”

Ansiedade, pressa, agitação e nervosismo eram sintomas muito comuns na vida de Tagawa, que sofreu durante muito tempo com a falta de equilíbrio. Após ser diagnosticado com uma doença e passar por uma cirurgia, ele percebeu que precisava dar um basta em hábitos que o prejudicavam. Desde então, medita, faz rituais, repete mantras e pratica atividades físicas diariamente.

Conspirar a favor é possível?

No blog Sobre Palavras, o autor Sérgio Rodrigues diz que o emprego do verbo “conspirar” com sentido positivo não está errado. “Trata-se de uma expansão semântica, com alguma dose de licença poética, em que a carga negativa da acepção mais conhecida desaparece para deixar apenas a ideia de ‘tramar em segredo’ para a obtenção de certo resultado, que tanto pode ser positivo quanto negativo”, defende.

De acordo com ele, o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa diz que um dos significados de conspirar é: “conduzir ou levar a um resultado; contribuir para um fim”.

Alma, Espiritualidade

Como transformar a sensação de vazio interior na nossa principal motivação

22 de setembro de 2017

Gabriela Gasparin

Às vezes sentimos um vazio interior que faz a gente pensar que nada na vida faz sentido. Parece que há um vácuo no fundo da alma. Ficamos chateados e deprimidos. Quando essa sensação de vazio estranha aparece, a melhor forma de curá-la é buscar formas sadias de preencher o vazio. Afinal, como diz o psiquiatra Viktor Frankl: “a busca por sentido é a principal motivação da vida do homem”.

Por que temos essa sensação de vazio?

O sentimento de vazio existencial é bastante comum na atual geração. De acordo com Frankl, em seu livro “A busca de sentido”, há dois fatores para isso. Um deles é que o ser humano evoluiu e perdeu instintos animais básicos que antes asseguravam a nossa existência. Outro, um pouco mais recente, é a perda de tradições, que antes serviam de apoio para o nosso comportamento.

Sem instinto e tradições, muitos de nós ficamos perdidos, sem ter o que nos guiar. É comum buscarmos preencher esse vazio com fontes externas a nós, como comida, sexo, álcool, dinheiro, poder, status, fama e etc. Porém, como sabemos, tais comportamentos pode nos levar a vícios e acabam não preenchendo a lacuna interior, que é sentida na alma.

Além disso, a sociedade atual prega cada vez mais o individualismo. Todos nós acreditamos que somos especiais e queremos provar isso para o mundo. Não queremos sentir que estamos aqui de passagem, como diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, em seu livro “Por que fazemos o que fazemos?”

Sanar esse sentimento geralmente exige uma busca mais profunda, menos superficial. Precisamos encontrar um propósito que nos mova, algo que nos faça sentir atuantes, sabendo que fazemos alguma diferença. “Uma vida com propósito é aquela em que sou o autor da minha própria vida. Eu não sou alguém que vou vivendo”, diz Cortella.

‘Quem procura, acha’

Dessa forma, um motivador para quando estamos sentindo esse vazio interior que parece que jamais vai embora é ir à caça do que no faz bem. “Uma vez que cada situação na vida constitui um desafio na vida da pessoa e lhe apresenta um problema para resolver, pode-se, a rigor, inverter a questão do sentido da vida. A pessoa não deveria perguntar qual é o sentido da vida, mas antes deve reconhecer que é ela que está sendo indagada”, salienta Frankl.

No livro “QS, Inteligência Espiritual”, os autores Danah Zohar e Ian Marshall, afirmam que podemos encontrar tais respostas acessando a nossa inteligência espiritual, que é a “inteligência da alma”. Ao utilizarmos o QS, criamos os próprios valores e o que nos move. “É a inteligência com a qual reconhecemos não só valores existentes, mas com a qual, criativamente, descobrimos novos valores”.

Os autores salientam que pelo uso refinado dessa inteligência, e com o emprego de honestidade pessoal e da coragem, podemos nos conectar com as fontes e os sentidos mais profundos existentes em nós. Então podemos usar essa conexão para servir causas e processos muito mais amplos do que nós mesmos. “Nossa salvação mais autêntica talvez esteja em servir nossa imaginação mais profunda.”

Como diz Frankl, cada pessoa é indagada pela vida e somente ela pode responder à vida. Sabe como? Sendo responsável pela sua própria vida.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

 

Atividade Física, Corpo

Fazer alongamento mantém o corpo saudável e a mente equilibrada

20 de setembro de 2017

Alongar o corpo diariamente é fundamental para mantê-lo em bom funcionamento e, de acordo com especialistas, é tão essencial quanto exercitar-se. Fazer alongamento é importante para aquecer e relaxar os músculos, além de prevenir lesões e doenças. O exercício faz bem não só para o corpo, mas também para a alma, pois eleva o ânimo e alivia tensões emocionais.

Por que fazer alongamento é importante?

Na Filosofia do Bonsai, a prevenção está dentro das práticas que proporcionam equilíbrio ao dia a dia, evitando maiores problemas repentinos que nos desestabilizam. Como já diz o ditado, “prevenir é melhor do que remediar.”

Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular. Além da prevenção de lesões, eles proporcionam mais agilidade e elasticidade ao corpo. São essenciais para o aquecimento e relaxamento dos músculos, explica o hospital Vivalle, em artigo publicado em seu site.

Qualquer pessoa pode praticar alongamento, independente da sua idade ou flexibilidade. O importante é não ultrapassar os limites do corpo – forçar o alongamento pode causar lesões nos músculos e tendões. De acordo com o hospital, até mesmo pessoas que apresentam problema específico, como as Lesões de Exercícios Repetitivos (LER), podem se alongar, mas com menos intensidade.

Alongar-se não leva muito tempo

Engana-se quem pensa que é preciso ter muito tempo para praticar alongamentos. Pelo contrário, é possível fazer em cerca de dez minutos e a qualquer hora do dia. Alexandre Tagawa, idealizador da filosofia, faz alongamento todas as manhãs enquanto prepara o seu café.

O alongamento, aliás, faz bem não somente para o corpo, mas também para a alma, ressalta a rede de academias Companhia Athletica. “A sensação de relaxamento produz bem-estar e melhora a qualidade de vida, afinal, eleva o ânimo, aumenta a autonomia do corpo e previne o surgimento de dores”, salienta a organização especializada em atividades físicas.

A prática alivia tensões emocionais. Segundo a rede de academias, músculos encurtados e tensos limitam a amplitude dos movimentos, afetam a postura e, em certos casos, a precariedade na flexibilidade da musculatura pode gerar sérios desconfortos físicos.

Respiração é fundamental

É preciso estar com o corpo relaxado antes de fazer alongamentos. Eles também devem ser feitos devagar. O ideal é respirar fundo e expirar enquanto se alonga, sempre contando alguns segundo na mente em cada movimento. “A respiração é fundamental, pois quando se respira fundo o relaxamento muscular aumenta e é ela que dá ritmo ao exercício. Por isso, ela deve ser lenta e profunda”, ensina o hospital, em seu site.

Benefícios do alongamento:

  • Aumenta a flexibilidade do corpo;
  • Reduz tensões musculares e promove relaxamento;
  • Alivia tensões emocionais;
  • Promove o aquecimento;
  • Preparam o corpo para atividades físicas;
  • Previne lesões;
  • Ativa a circulação;
  • Favorece a boa postura.

 

Filosofia, Mente

Quais crenças atrapalham seu crescimento?

19 de setembro de 2017

Ao longo da vida acumulamos uma série de crenças limitantes que atrapalham a nossa evolução. São ideias que ouvimos da nossa família, da sociedade ou que criamos e acreditamos profundamente que são verdade. Porém, muitas delas são apenas construções sociais ou da nossa mente. Precisamos quebrá-las para avançar etapas e crescer.

Como nascem as crenças limitantes

Tudo o que escutamos de nossos pais, na escola, de amigos e na mídia, além de situações que vivenciamos, constroem nossas crenças no decorrer da vida. Quando chegamos à fase adulta, acumulamos uma série de verdades absolutas sobre vários âmbitos da existência. A questão é que nem sempre essas crenças correspondem à realidade.

É assim que nascem as crenças limitantes: são ideias negativas a respeito de situações ou de nós mesmos que nos impedem de crescer. Elas agem sobre tudo o que pensamos, sentimos e fazemos.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, por exemplo, ouviu muito de seus familiares quando criança que ele não teria futuro, que se tornaria um “marginal”. Isso porque ele teve uma infância conturbada e era um aluno muito rebelde na escola.

A crença que ele construiu no decorrer da vida era a de que ele não seria capaz de ter sucesso sozinho. Ele se tornou um adulto inseguro. Estava sempre procurando alguém para estar ao seu lado nos negócios, mesmo que o sócio não fosse o ideal para o que ele precisava.

Crenças são como ímãs

As crenças são como ímãs, você crê em uma verdade e ela se torna real, diz a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. Isso acontece porque, quando estamos conectados com uma verdade, a vida nos trará situações que sejam compatíveis com tal vibração.

É necessários que criemos distância dessas crenças enraizadas dentro de nós para que possamos ressignificá-las. Toda vez que identificarmos um pensamento negativo vindo à nossa mente, devemos refletir se ele realmente é verdade ou se é apenas uma construção criada ao longo dos anos.

“Não é porque alguém disse que você é incapaz que isso é verdadeiro. Não é porque um relacionamento não deu certo uma vez, que toda vez será igual. Não é porque tudo ainda não está como queria em sua carreira e vida pessoal, que não vai conseguir”, alerta o Instituto Brasileiro de Coaching. De acordo com a organização, é muito importante ter esta consciência e buscar ser mais otimista em relação a si mesmo.

Quebre as crenças que te fazem mal

Tagawa afirma que precisou bater muito a cabeça para entender alguns comportamentos que repetia por conta de crenças limitantes que o atrapalhavam. Nos negócios, por exemplos, participou de várias sociedades que não deram certo até entender que elas eram apenas uma “muleta” para a sua insegurança.

Ele revela que precisou de resiliência para expandir esse pensamento. “Eu poderia ficar remoendo tudo aquilo que eu passei, com medo de tudo e não expandir para a vida”, lembra. “Todos os dias e eu acredito que a minha vida é próspera.”

Para superar a crença limitante, umas das ações é entender de onde ela veio. Por exemplo, se você pensa todos os dias que não é capaz de fazer algo, tente identificar o que te faz pensar dessa forma. Entenda a origem da crença e a transmute. Se sentir dificuldades, busque a ajuda de algum profissional para te ajudar.

Alma, Propósito

Quais são os seus sonhos e objetivos?

15 de setembro de 2017

Por Gabriela Gasparin

A nossa vida é reflexo do que fazemos diariamente. Logo, nosso futuro é resultado das nossas ações de hoje. Mas onde queremos estar amanhã? Quais são nossos sonhos e objetivos? Eis a pergunta crucial que devemos nos fazer constantemente para não corrermos o risco de construir uma realidade que não desejamos para nós. “Lembre-se de que aquilo que você tem hoje um dia esteve entre as coisas que desejava”, diz o filósofo grego Epicuro.

Como definir sonhos e objetivos?

A grande questão muitas vezes não está em perseguir nossos sonhos e objetivos, mas sim em definir quais são eles. Com a vida agitada que levamos, vivemos como se estivéssemos no “modo automático”.

Apertamos o nosso botão de “ligar” na hora em que acordamos e passamos o dia cumprindo uma série de tarefas que muitas vezes sequer sabemos direito por que estão lá. À noite, antes de dormir, repetimos o hábito: de tão esgotados, apenas desligamos o botãozinho. Só queremos descansar para repetir a saga novamente.

Porém, tirar um tempo para refletir o que estamos fazendo dos nossos dias é muito importante para que a gente consiga construir conscientemente o futuro que queremos ter. “Um vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”, já dizia Sócrates.

Essa pausa reflexiva pode ser feita a qualquer momento: após acordar, enquanto estamos nos preparando para os compromissos do dia, no transporte de casa para o trabalho, naquele intervalo para o café durante a tarde ou cinco minutos antes de ir dormir.

Conhece-te a ti mesmo

O psiquiatra e pesquisador de neurociência Pedro Calabrez dá uma dica importante para nos ajudar nessa tarefa de compreender os nossos dias: o Diário das Três Bênçãos . A sugestão é separar alguns minutos à noite e listarmos três coisas boas que aconteceram durante o dia, e justificando o porquê. Pode ser ter tido um almoço gostoso, recebido um telefonema ou conseguido cumprir uma meta.

O propósito do exercício é, na verdade, nos tornarmos mais otimistas; porém, isso nos ajuda a entender o que mais nos faz bem diariamente: e aí podemos agir para aumentar a frequência desses acontecimentos simples na nossa vida.

Fazer esse diário é apenas uma pequena ação em busca de entendermos quem somos, o que gostamos e, com isso, delimitarmos objetivos em busca da vida que queremos ter lá na frente. Além do mais, esses objetivos precisam ser factíveis: coisas que sabemos que são realizáveis a longo prazo. Do contrário, só nos gerará frustrações. “Perseguir um objetivo que por definição é inatingível é condenar-se a um estado de infelicidade perpétua”, já alerta o sociólogo Émile Durkheim.

Não tenha medo de agir

Além de termos a consciência do que queremos no nosso futuro, é importante que não deixemos a ação de lado. Afinal, a vida é uma obra em construção. A cada dia vamos nos percebendo e levantando as paredes para a “casa” que queremos ter. Porém, temporais e tempestades podem surgir, derrubar tudo e nos obrigar a recomeçar. Quando mais firme estiver o nosso alicerce, ou seja, o nosso autoconhecimento, com mais rapidez conseguimos nos reerguer.

“Arriscamos muita coisa ao agir: podemos cair, fracassar no objetivo, parecer incompetentes, suscitar críticas, rivalidades, resistências ou ódios, ou simplesmente ser ignorados”, diz Parker J. Palmer, autor do livro “Vida Ativa”. Contudo, sem a ação jamais vamos atingir qualquer objetivo. Para isso, podemos nos inspirar nas palavras do poeta Theodore Roethke: “descubro, indo, para onde tenho que ir.”

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria

 

Atividade Física, Corpo

Conheça Rádio Taissô: a ginástica laboral japonesa

13 de setembro de 2017

Tirar alguns minutos para alongar e acordar o corpo diariamente só nos traz benefícios. No Japão, essa prática é institucionalizada por meio da Rádio Taissô, uma ginástica laboral criada em 1928 e realizada até hoje pelos japoneses. Ao criar para si a Filosofia do Bonsai, Alexandre Tagawa incluiu na sua rotina exercícios físicos diários, sendo que o taissô que fazia na fábrica quando trabalhou no Japão está entre suas inspirações.

O que é Rádio Taissô

A palavra “taissô” significa ginástica. A prática é conhecida como “Rádio Taissô” porque sua disseminação ocorreu no Japão por meio da transmissão pelo rádio. Ela foi regulamentada no dia 1º de novembro de 1928, em comemoração e homenagem à posse do Imperador Hirohito (também conhecido como Showa).

Seus princípios são estimular na população a prática de uma atividade física acessível que pode ser feita em qualquer lugar e por qualquer pessoa, independente da idade ou gênero. O objetivo é melhorar a saúde, a disposição e até a longevidade das pessoas. A prova de que a técnica funciona é que o Japão é o país com a maior longevidade do mundo.

Como praticar o Taissô

O Taissô é uma espécie de ginástica laboral, com movimentos leves, repetitivos e alongamentos, sempre com uma música de fundo. É possível praticar o Taissô em casa, na fábrica, no escritório ou em lugares públicos (na rua, em praças, cafés e etc). É bastante recomendável fazer a ginástica antes do trabalho, seja no escritório, na fábrica ou em locais públicos.

A prática diária ajuda a combater dores no corpo em geral, como costas, músculos e articulações, e até o estresse. Os praticantes ficam mais dispostos e alegres porque ela relaxa os músculos e as articulações ósseas de todo o corpo.

Existem diversos vídeos na internet com os exercícios, basta fazer uma busca e selecionar um para acompanhar diariamente. Conheça no vídeo abaixo:

Taissô na Filosofia do Bonsai

Com 17 anos, o empresário Alexandre Tagawa foi trabalhar no Japão como dekassegui. Foi operário em fábricas e fazia o taissô diariamente, antes de encarar uma jornada de 12 horas. Além disso, ele foi criado pela avó japonesa que todos os dias de manhã fazia alongamentos em casa.

A soma das duas referências, mais o prazer que sempre teve em praticar exercícios físicos, o fez criar a própria sequência de exercícios físicos matinais.

Além disso, Tagawa também faz diariamente meditação e rituais, como reverenciar os antepassados e repetir o ho’oponopono. E garante: tal disciplina tem sido fundamental para ter uma vida mais equilibrada.