Alma, Propósito

Quais são os seus sonhos e objetivos?

15 de setembro de 2017

Por Gabriela Gasparin

A nossa vida é reflexo do que fazemos diariamente. Logo, nosso futuro é resultado das nossas ações de hoje. Mas onde queremos estar amanhã? Quais são nossos sonhos e objetivos? Eis a pergunta crucial que devemos nos fazer constantemente para não corrermos o risco de construir uma realidade que não desejamos para nós. “Lembre-se de que aquilo que você tem hoje um dia esteve entre as coisas que desejava”, diz o filósofo grego Epicuro.

Como definir sonhos e objetivos?

A grande questão muitas vezes não está em perseguir nossos sonhos e objetivos, mas sim em definir quais são eles. Com a vida agitada que levamos, vivemos como se estivéssemos no “modo automático”.

Apertamos o nosso botão de “ligar” na hora em que acordamos e passamos o dia cumprindo uma série de tarefas que muitas vezes sequer sabemos direito por que estão lá. À noite, antes de dormir, repetimos o hábito: de tão esgotados, apenas desligamos o botãozinho. Só queremos descansar para repetir a saga novamente.

Porém, tirar um tempo para refletir o que estamos fazendo dos nossos dias é muito importante para que a gente consiga construir conscientemente o futuro que queremos ter. “Um vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”, já dizia Sócrates.

Essa pausa reflexiva pode ser feita a qualquer momento: após acordar, enquanto estamos nos preparando para os compromissos do dia, no transporte de casa para o trabalho, naquele intervalo para o café durante a tarde ou cinco minutos antes de ir dormir.

Conhece-te a ti mesmo

O psiquiatra e pesquisador de neurociência Pedro Calabrez dá uma dica importante para nos ajudar nessa tarefa de compreender os nossos dias: o Diário das Três Bênçãos . A sugestão é separar alguns minutos à noite e listarmos três coisas boas que aconteceram durante o dia, e justificando o porquê. Pode ser ter tido um almoço gostoso, recebido um telefonema ou conseguido cumprir uma meta.

O propósito do exercício é, na verdade, nos tornarmos mais otimistas; porém, isso nos ajuda a entender o que mais nos faz bem diariamente: e aí podemos agir para aumentar a frequência desses acontecimentos simples na nossa vida.

Fazer esse diário é apenas uma pequena ação em busca de entendermos quem somos, o que gostamos e, com isso, delimitarmos objetivos em busca da vida que queremos ter lá na frente. Além do mais, esses objetivos precisam ser factíveis: coisas que sabemos que são realizáveis a longo prazo. Do contrário, só nos gerará frustrações. “Perseguir um objetivo que por definição é inatingível é condenar-se a um estado de infelicidade perpétua”, já alerta o sociólogo Émile Durkheim.

Não tenha medo de agir

Além de termos a consciência do que queremos no nosso futuro, é importante que não deixemos a ação de lado. Afinal, a vida é uma obra em construção. A cada dia vamos nos percebendo e levantando as paredes para a “casa” que queremos ter. Porém, temporais e tempestades podem surgir, derrubar tudo e nos obrigar a recomeçar. Quando mais firme estiver o nosso alicerce, ou seja, o nosso autoconhecimento, com mais rapidez conseguimos nos reerguer.

“Arriscamos muita coisa ao agir: podemos cair, fracassar no objetivo, parecer incompetentes, suscitar críticas, rivalidades, resistências ou ódios, ou simplesmente ser ignorados”, diz Parker J. Palmer, autor do livro “Vida Ativa”. Contudo, sem a ação jamais vamos atingir qualquer objetivo. Para isso, podemos nos inspirar nas palavras do poeta Theodore Roethke: “descubro, indo, para onde tenho que ir.”

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria

 

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