Mente, Vida Profissional

Como sair do ciclo de ‘apagar incêndios’ na vida empreendedora

2 de outubro de 2017

Quem é empreendedor sabe: vez ou outra é preciso “apagar incêndios” dentro da empresa, ou seja, resolver de última hora um caos instalado. O que não pode acontecer é essa forma de lidar com problemas ser institucionalizada no negócio. Viver apagando incêndios é insustentável no longo prazo, atrapalhando o crescimento e a produtividade.

A Filosofia do Bonsai originalmente nasceu na agência de publicidade do empresário Alexandre Tagawa, como forma de ajudá-lo a sair de um ciclo contínuo de incêndios a serem apagados. Isso ocorreu em 2008, após o estouro da crise econômica mundial e quando o empresário se viu obrigado a demitir grande parte da equipe.

Fazia anos que a agência de Tagawa operava sem um sistema de gestão institucionalizado. Tudo era controlado manualmente e era comum a equipe trabalhar de madrugada ou aos finais de semana para cumprir prazos. A chegada da crise foi como jogar álcool no fogo, aumentando as chamas.

A intenção era justamente trazer equilíbrio ao negócio, tanto no lado emocional dos funcionários quanto na parte prática, com organização e planejamento. A filosofia foi o começo de uma série de medidas implantadas ao longo dos anos no negócio, mas a ideia inicial era justamente começar a organizar a casa.

Inicialmente foram criadas a missão, visão e os valores da empresa. Isso foi feito com a participação de toda a equipe. Posteriormente, Tagawa pesquisou formas de ter um sistema de planejamento e organizar os esquemas internos de trabalho. Na parte tecnológica, foram implantadas ferramentas e softwares que acompanhassem a demanda de trabalho.

Sem organização negócio não se sustenta

Levou anos para Tagawa aprender, mas hoje o empresário sabe que sem organização um negócio não fica de pé. “Se você vai ser empresário e ter uma vida empreendedora, planejamento e gestão financeira são fundamentais para você prosperar.”

O empresário era jovem quando abriu o primeiro negócio. Aos 20 anos montou um salão de cabeleireiros junto com a mãe e, paralelamente, abriu uma pequena produtora de books fotográficos e eventos. Entrava em sociedades sem refletir muito e passou anos patinando, chegando a se endividar ao ponto de ter um oficial de Justiça batendo na sua porta para decretar a falência do negócio.

“As coisas eram cheias de altos e baixos. Eu não tinha fluxo de caixa, não tinha reserva. Sempre estava no vermelho. Eu ia tocando. Sabe quando você tem três tampinhas e cinco garrafas, tampa daqui e destampa dali? Era assim que acontecia.”

Separar as despesas é fundamental

Um de seus principais erros do passado era misturar as contas pessoais com as da empresa. Ou seja: ele mantinha uma só conta para pessoa física e jurídica. Não controlava o dinheiro que era do negócio e nem o seu salário. “Sabe o que acontece se você não tem um pró-labore e vai tirando dinheiro conforme a sua necessidade? Você nunca sabe se a empresa dá lucro.”

De acordo com ele, esse é um grande erro de boa parte dos empreendedores. Aí vem, novamente, a necessidade de “apagar incêndios”, ou seja, ir atrás de empréstimos altíssimos para pagar dívidas. “É um ciclo vicioso. Aí você entra em cheque especial, começa a pagar o mínimo dos cartões de crédito, começa a se endividar e vira uma bola de neve. Você não consegue mais controlar e quando vai ver, está quebrado.”

Com o passar do tempo, Tagawa percebeu que a Filosofia do Bonsai o ajudava também na vida pessoal. Ou seja, além de arrumar a casa nos negócios, ele viu a necessidade de estar equilibrado internamente. De acordo com o empreendedor, estar bem consigo mesmo é muito importante para quem quer tocar uma empresa: isso ajuda a ter foco e tranquilidade na hora de tomar decisões, reduzindo ainda mais a necessidade de apagar incêndios.

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