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Filosofia, Mente

Por que insistimos em dar murro em ponta de faca?

9 de outubro de 2017

Você já se pegou dando murro em ponta de faca? Ou seja, repetindo erros e situações que só aumentam o seu sofrimento sobre determinada questão? É comum a gente se colocar em situações como essa. Porém, às vezes simplesmente não conseguimos lutar contra a água que passa debaixo da ponte. Se a situação não muda, cabe a nós mudarmos nossa atitude perante ela.

O que é dar murro em ponta de faca?

A expressão é usada para descrever situações em que empregamos muito esforço em vão, de forma repetitiva. Por exemplo: gastar muito tempo e energia em um projeto e, por mais que os resultados esperados não apareçam, insistir em continuar nele; buscar convencer um teimoso a mudar de ideia; cansar de tentar resolver um problema que parece não ter solução.

Quando damos murro em ponta de faca, gastamos uma energia em determinada situação que poderia ser canalizada para outras coisas. Nessas horas, precisamos ter sabedoria para identificar o que em nós provoca a necessidade de insistir no erro.

Deixe a água passar debaixo da ponte

“Tem muitas vezes que você não consegue lutar contra a água que vai passar debaixo da ponte. Há situações que são muito mais fortes do que você”, avalia o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai. De acordo com ele, em vez de ficar despendendo uma energia que nos desgasta, o ideal é focar naquilo que podemos resolver.

“Não adianta você dar murro em ponta de faca”, sugere. Segundo Tagawa, muitas vezes acabamos com a nossa saúde ao insistir em resolver problemas que estão fora do nosso controle.

Para isso, é preciso perceber: estou lutando contra algo que não tem solução, que é maior do que eu ou que simplesmente não posso mudar? “A percepção é o mais importante. Tem coisas que são incontroláveis e não cabe a você decidir”, avalia.

Tagawa revela que já cansou de dar murro em ponta de faca com relação à família, por exemplo. Era comum ele ter discussões com familiares, insistindo em tentar alterar comportamentos que não mudariam. O melhor que fez foi sair da situação em vez de esperar que a situação em si mude. Ele decidiu focar naquilo que conseguia cuidar e resolver, largando mão do que não era possível transformar.

Não resistir é importante

Aceitar, ao invés de resistir a um problema, é uma atitude que nos ajuda a para de insistir em situações que nos fazem mal. É importante olhar em volta, analisar a situação e pensar em quais as ações tomar, aconselha Tagawa.

No bestseller “O poder do agora” o escritor alemão Eckhart Tolle diz que a resistência ao sofrimento apenas o intensifica. Ele nos chama a atenção para a sabedoria contida nas artes marciais: “não ofereça resistência à força opositora, submeta-se para superá-la”, sugere.

Filosofia, Mente

Como ter paciência e sabedoria para lidar com dificuldades

25 de setembro de 2017

Quando enfrentamos um período de dificuldades na vida é comum querermos sair dele imediatamente. Contudo, na maioria das vezes a experiência nos mostra que nada melhora de um dia para o outro. Sendo assim, como lidar com a fase ruim? Nessas horas, mais do que pressa, o que precisamos mesmo ter é paciência e sabedoria para saber qual atitude tomar e conseguir tirar algum aprendizado da experiência.

Como lidar com a fase ruim

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, perdeu as contas de quantas vezes entrou em alguma tempestade na vida e tinha ansiedade para sair depressa. O que acontecia é que quanto mais ele tentava nadar em meio às ondas, sem direção, mais perdido ficava, quase se afogando.

De tanto cometer os mesmo erros, chegou uma hora em que percebeu que era possível aprender com eles. O poema intitulado Autobiografia em 5 capítulos o ajuda a perceber que, a cada queda, sempre há a chance de aprender e evitar um novo tombo.

O poema é contado em cinco capítulos. No primeiro o personagem cai em um buraco e levar uma eternidade para sair. Aos poucos, volta a cair no mesmo buraco, mas leva menos tempo para achar a saída. Até que, ao final, ele percebe que pode atravessar a rua para não cair novamente ou até mesmo fazer outro caminho.

Não resistir é importante

Aceitar e não resistir é uma atitude que nos ajuda a ter clareza para entender quais ações tomar. “Não é fácil, mas eu acredito que depois do tsunami não adianta você tentar nadar sem saber onde está. Você tem que olhar em volta, esperar baixar a onda e aí você vai entender o que aconteceu e pensar em quais as ações tomar”, aconselha Tagawa.

No bestseller “O poder do agora” o escritor alemão Eckhart Tolle diz que a resistência ao sofrimento apenas o intensifica. Ele nos chama a atenção para a sabedoria contida nas artes marciais: “não ofereça resistência à força opositora, submeta-se para superá-la”, sugere.

Os erros nos ensinam

Empresário, Tagawa já passou por crises muito profundas com a empresa e quase quebrou. “Antes eu não era um líder com capacidade. Passei maus bocados e sempre chegava ao fundo do poço para depois, com muito esforço, conseguir me levantar. Chegou uma hora que eu falei para mim mesmo: nunca mais vou passar por isso, eu nunca mais vou ter que renascer das cinzas”, lembra.

O caminho para adquirir a estabilidade não foi fácil. Exigiu perseverança. Porém, no caso de Tagawa, o principal fator que o fez evoluir foram de fato os erros. A cada queda, ele aprendeu o que não poderia ser repetido. Ele já fez dívidas, vivia no vermelho, quase quebrou a empresa, era um péssimo líder, não tinha gestão e nem planejamento.

“Hoje eu não faço mais dívida, a empresa é super saudável, tenho o processo todo na mão. Isso foi constituído também inspirado na Filosofia do Bonsai: com paciência, visão de futuro, planejamento, regando na hora certa, colocando o sol na hora certa e aí foi. Consegui atingir a maturidade. A gente não fica mais com aquela raiz curta, que bate o vento e te derruba.”

Alma, Espiritualidade

Como transformar a sensação de vazio interior na nossa principal motivação

22 de setembro de 2017

Gabriela Gasparin

Às vezes sentimos um vazio interior que faz a gente pensar que nada na vida faz sentido. Parece que há um vácuo no fundo da alma. Ficamos chateados e deprimidos. Quando essa sensação de vazio estranha aparece, a melhor forma de curá-la é buscar formas sadias de preencher o vazio. Afinal, como diz o psiquiatra Viktor Frankl: “a busca por sentido é a principal motivação da vida do homem”.

Por que temos essa sensação de vazio?

O sentimento de vazio existencial é bastante comum na atual geração. De acordo com Frankl, em seu livro “A busca de sentido”, há dois fatores para isso. Um deles é que o ser humano evoluiu e perdeu instintos animais básicos que antes asseguravam a nossa existência. Outro, um pouco mais recente, é a perda de tradições, que antes serviam de apoio para o nosso comportamento.

Sem instinto e tradições, muitos de nós ficamos perdidos, sem ter o que nos guiar. É comum buscarmos preencher esse vazio com fontes externas a nós, como comida, sexo, álcool, dinheiro, poder, status, fama e etc. Porém, como sabemos, tais comportamentos pode nos levar a vícios e acabam não preenchendo a lacuna interior, que é sentida na alma.

Além disso, a sociedade atual prega cada vez mais o individualismo. Todos nós acreditamos que somos especiais e queremos provar isso para o mundo. Não queremos sentir que estamos aqui de passagem, como diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, em seu livro “Por que fazemos o que fazemos?”

Sanar esse sentimento geralmente exige uma busca mais profunda, menos superficial. Precisamos encontrar um propósito que nos mova, algo que nos faça sentir atuantes, sabendo que fazemos alguma diferença. “Uma vida com propósito é aquela em que sou o autor da minha própria vida. Eu não sou alguém que vou vivendo”, diz Cortella.

‘Quem procura, acha’

Dessa forma, um motivador para quando estamos sentindo esse vazio interior que parece que jamais vai embora é ir à caça do que no faz bem. “Uma vez que cada situação na vida constitui um desafio na vida da pessoa e lhe apresenta um problema para resolver, pode-se, a rigor, inverter a questão do sentido da vida. A pessoa não deveria perguntar qual é o sentido da vida, mas antes deve reconhecer que é ela que está sendo indagada”, salienta Frankl.

No livro “QS, Inteligência Espiritual”, os autores Danah Zohar e Ian Marshall, afirmam que podemos encontrar tais respostas acessando a nossa inteligência espiritual, que é a “inteligência da alma”. Ao utilizarmos o QS, criamos os próprios valores e o que nos move. “É a inteligência com a qual reconhecemos não só valores existentes, mas com a qual, criativamente, descobrimos novos valores”.

Os autores salientam que pelo uso refinado dessa inteligência, e com o emprego de honestidade pessoal e da coragem, podemos nos conectar com as fontes e os sentidos mais profundos existentes em nós. Então podemos usar essa conexão para servir causas e processos muito mais amplos do que nós mesmos. “Nossa salvação mais autêntica talvez esteja em servir nossa imaginação mais profunda.”

Como diz Frankl, cada pessoa é indagada pela vida e somente ela pode responder à vida. Sabe como? Sendo responsável pela sua própria vida.

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

 

Filosofia, Mente

Viver apressadamente só nos traz atrasos

11 de setembro de 2017

“O apressado come cru”, “a pressa é inimiga da perfeição”. A sabedoria popular nos ensina que a pressa não é uma boa companhia para as nossas vidas. Estamos cansados de saber disso, mas na prática é difícil eliminá-la do nosso dia a dia, não é mesmo? Uma boa maneira de aprender a como ter mais calma e paciência é olhar por outra ótica: perceber que viver apressadamente na verdade só nos traz atrasos.

Como termos mais calma e paciência

“Sempre que tive pressa, dei um passo pra trás”, garante o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai. Tanto no âmbito pessoal como profissional, ele afirma que a ansiedade o fez voltar muitas casas no “jogo da vida”. “Essa postura sempre me atrapalhou. Sempre tive pressa e ansiedade.”

Nos negócios, ele já aceitou mais clientes do que tinha capacidade de suportar; entrou em sociedades que não tinham solidez pensando apenas em resultados futuros que nunca chegavam. Na vida pessoal, precipitou-se ao entrar em um casamento sem o relacionamento estar maduro o suficiente. De nada adiantou ser tão apressado: chegou a receber pedidos de falência de empresas e precisou rever o casamento.

“A pergunta que a Filosofia do Bonsai faz é: qual é o tamanho do seu jardim? De quantos bonsai eu posso cuidar?”, sugere Alexandre. “Se eu quero ser um diretor, então é preciso saber da responsabilidade que envolve ter essa função em uma empresa. Você está disposto a assumir essa responsabilidade? Se sim, você pode seguir passo a passo o caminho para alcançar esse desejo.”

O prazer está na jornada

O que acontece é que muitas vezes queremos ser diretores, mas com responsabilidades de analistas, e isso não é possível. “O grande erro do ser humano é não saber o que ele quer”, avalia Tagawa.

Quem realmente gosta das funções executadas por um diretor, por exemplo, não vai ter pressa em atingir o posto sem antes aprender tudo o que é necessário para tal – afinal, o aprendizado será prazeroso em si.

“Com paciência, visão de futuro, planejamento, é aí que você consegue atingir a maturidade”, defende Tagawa. Quem cuida de um bonsai, por exemplo, sabe que leva muito tempo para a miniárvore ser moldada e ficar com galhos exóticos e bonitos. O bonsaísta tem consciência disso, mas se envolve no percurso até atingir o objetivo.

Sábia frase atribuída ao escritor britânico Gilbert Keith Chesterton diz: “uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que isso nos faz perder.” Em entrevista disponível no YouTube, o filósofo Mário Sérgio Cortella diz que há uma diferença entre pressa e velocidade. “Viver apressadamente não é viver velozmente. Velocidade é sinal de habilidade. Pressa, de desorganização e despreparo.”

Alma, Espiritualidade

Como alcançar as estrelas sem tirar os pés do chão

5 de setembro de 2017

Se as coisas são inatingíveis… ora!/ Não é motivo para não querê-las…/ Que tristes os caminhos, se não fora/ A presença distante das estrelas!”. O poema de Mário Quintana nos inspira a não desistirmos dos nossos sonhos, por mais distantes que pareçam estar. Afinal de contas, as coisas só acontecem quando temos a coragem de dar o primeiro passo. Contudo, na hora de estabelecermos desejos e metas é preciso ter sabedoria. Com paciência e foco é possível alcançar as estrelas sem tirar os pés do chão.

Alcançar as estrelas é possível

Alcançar as estrelas sem tirar os pés no chão significa ter consciência das dificuldades existentes na trajetória rumo à concretização de um desejo. É como diz sábia frase atribuída ao filósofo Sêneca: “a coragem conduz às estrelas, e o medo à morte.”

“Manter os pés no chão”, de acordo com o Dicionário Informal, é se manter na realidade, ou seja, viver sem ilusões, viver a vida como ela é. Dessa forma, o caminho rumo a um sonho pode ser longo e cheio de curvas e bifurcações, o que faz com que muitos desistam de prosseguir.

“Muitas vezes a gente acaba tendo crenças que são limitantes. Ou seja, a gente fica preso a coisas que impedem a gente conseguir tocar as estrelas”, acredita Alexandre Tagawa, idealizar da Filosofia do Bonsai.

Crenças limitantes são aqueles pensamentos formatados na nossa mente sobre determinado assunto que nos impedem de realizar objetivos. Um exemplo é quando afirmamos internamente para nós uma verdade sobre algo sem questionar o fundamento, por exemplo: dinheiro é sujo. “Se eu criei essa crença, como vou fazer para aceitar que o dinheiro pode ser bem vindo, bem utilizado e que necessitamos dele?”, avalia Tagawa.

Que estrela te guia?

Conhecer as próprias raízes e valores é uma forma de conseguirmos identificar quais são nossas crenças e o que realmente queremos para nós – um ponto crucial para irmos na direção desse desejo, dessa “estrela a ser buscada”.

Depois disso, é preciso ter disciplina para cuidar do corpo e da mente, que compõem o “veículo” que nos levará até o céu, rumo às constelações. De acordo com a Filosofia do Bonsai, esse cuidado está representado pelo pilar “tronco”, e inclui práticas como meditação, respirações, rituais, atividades físicas e alimentação saudável.

“Céu, terra, pé no chão e tronco erguido, é isso que te norteia. Se você não trabalhar esse meio – esse tronco – dificilmente você vai tocar as estrelas”, defende Tagawa, que confessa ter demorado a compreender a importância do equilíbrio na concretização de seus objetivos.

“Você é o seu movimento. Você é aquilo que se dispõe a fazer. Se você se dispor à ignorância, a vida vai te entregar ignorância. Se você se dispor a entender a sua existência, a vida te devolverá complexidade. Quanto mais você se aprofunda, mais complexo fica. Por isso as pessoas desistem no meio do caminho: não aguentam ir até o final. Mas se você for até o final, você pode tocar as estrelas sem tirar os pés do chão.”

Autodesenvolvimento, Mente

Autobiografia em 5 capítulos: um poema para a vida

1 de setembro de 2017

No decorrer das nossas vidas, é frequente seguirmos padrões repetitivos de comportamento que sempre nos levam para a mesma direção: cair no buraco. Há um sábio poema escrito pela escritora norte-americana Portia Nelson que serve de inspiração para evitarmos novas quedas, aprendendo com cada uma delas. Chamado “Autobiografia em 5 capítulos”, o poema é conhecido mundo afora e é citado no livro “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”, um clássico da espiritualidade e bestseller internacional.

Conheça o poema “Autobiografia em 5 capítulos”

O poema abaixo é praticamente um mantra de Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai. “Conhecer esse poema foi muito importante pra mim e me fez refletir sobre quanto eu posso evoluir com meus erros, reflete. O empresário foi apresentado ao texto em um dos cursos que fez no Instituto Tadashi Kadomoto, que aplica treinamentos comportamentais e vivenciais para o desenvolvimento pessoal.

Autobiografia em 5 capítulos (do “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”)

  1. Ando pela rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Eu caio.

Estou perdido… sem esperança.

Não é culpa minha.

Leva uma eternidade para encontrar a saída.

  1. Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Mas finjo não vê-lo.

Caio nele de novo.

Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.

Mas não é culpa minha.

Ainda assim leva um tempão para sair.

  1. Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Vejo que ele ali está

Ainda assim caio… é um hábito.

Meus olhos se abrem.

Sei onde estou.

É minha culpa.

Saio imediatamente.

  1. Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Dou a volta.

  1. Ando por outra rua.

Padrões comportamentais repetitivos

No “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”, o lama Sogyal Rinpoche diz que caímos com frequência em arraigados padrões repetitivos de comportamento e começamos a nos ansiar por nos livrar deles. “Podemos, é claro, recair neles muitas e muitas vezes, mas lentamente saímos deles até a mudança acontecer.”

No livro, aliás, o autor usa o poema para nos instigar a refletir sobre a morte – o que tendemos a evitar, não é mesmo? Contudo, apesar de nunca pensarmos sobre esse fato inegável da vida, é quase inevitável cairmos no buraco quando ela chega até nós. “A finalidade de refletir sobre a morte é fazer uma mudança real nas profundezas do seu coração e chegar a aprender como ‘evitar o buraco na calçada’ e como ‘andar por outra rua’.”

Mudar padrões repetitivos, salienta o lama, com frequência vai exigir um período de retiro e de profunda contemplação. “Somente isso pode abrir nossos olhos para o que estamos fazendo da nossa vida”, sugere. A recomendação dele vai ao encontro da proposta da Filosofia do Bonsai, que propõe momentos de introspecção diária por meio da meditação ou meditação ativa.

Tagawa, aliás, usa o poema para refletir sobre as escolhas, o que acredita ser fundamental para o processo de aprendizado e amadurecimento. É por meio da prática da Filosofia do Bonsai que ele consegue se manter equilibrado, aumentando seu nível de consciência. Além da meditação, entre as práticas diárias realizadas por ele estão: realizar exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e os rituais. “A partir do momento que eu tenho essa prática eu não preciso mais voltar ao Capítulo 1, eu consigo navegar entre o Capítulo 3 e o Capítulo 5”.

De acordo com Tagawa, claro que na vida há momentos que caímos no buraco – mas o equilíbrio ajuda a sairmos dele rapidamente ou sequer andarmos pela rua onde ele está. “Então, preste atenção se você está caindo em um buraco e levando uma eternidade pra sair, se você está acostumado a conviver com essa situação ou acostumado a deixar com que a vida siga sem muita reação sua para fazer diferente”, aconselha.

Filosofia, Mente

Querer fazer tudo ao mesmo tempo só desequilibra a nossa vida

1 de setembro de 2017

Querer fazer tudo ao mesmo tempo é ânsia de muitos de nós. O problema disso é que invariavelmente ficamos frustrados ao perceber que tal pretensão é impossível de ser realizada. Como se não bastasse, quanto mais atividades tentamos fazer de uma vez, maior a probabilidade de nenhuma delas ficar bem feita. Quando isso ocorre, “fazemos o mínimo de tudo e o máximo de nada”, explica Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, e esse comportamento que só desequilibra a nossa vida.

Evite fazer tudo ao mesmo tempo

“Eu percebi que eu fazia o mínimo de tudo e o máximo de nada em todas as coisas da minha vida. Com isso, eu não fazia nada exemplar, nada 100%”, revela Tagawa, que seguiu tal comportamento por muitos anos, até perceber que precisava mudar.

O que nos faz agir de tal maneira é a ansiedade. Temos tantas atividades a serem realizadas ao longo do dia que não queremos abrir mão de nenhuma delas. Com isso, mal começamos a fazer algo e deixamos pela metade para conseguir dar conta de outra coisa, e assim por diante.

No livro “O Poder do Agora”, o escritor alemão Eckhart Tolle menciona uma sábia citação de Jesus Cristo: “‘por que vocês estão sempre ansiosos?’, perguntou Jesus aos seus discípulos. ‘Será que os seus pensamentos ansiosos podem acrescentar um simples dia às vossas vidas?’”.

‘Ter cinco garrafas e três tampinhas’

Tagawa afirma que agia dessa maneira tanto na vida pessoal como profissional. “Eu fazia o mínimo de tudo porque eu queria dar conta, mas você não consegue fazer tudo”. Na vida pessoal, se matriculava em cursos que não conseguia frequentar ou confirmava a presença em encontros entre amigos, mas não ia. Praticava vários esportes, mas sem qualquer rotina.

“Na minha empresa eu não delegava, eu era extremamente centralizador e não dava autonomia para que alguém pudesse fazer. Eu era cabeça dura”, avalia. Além disso, o empresário tinha dificuldade de dizer não a novos clientes ou projetos. O resultado é que o trabalho se acumulava e, como consequência, atrasos e erros aconteciam.

“A gente ficava sempre na corda bamba, vamos dizer assim. Então a empresa faturava e não sobrava dinheiro. A gente estava sempre com cinco garrafas e três tampinhas: tampa aqui, destampa ali.”

De quantos bonsais você consegue cuidar?

Depois de tanto apanhar, virar noites trabalhando para cumprir prazos e ter que refazer serviços, Tagawa percebeu que precisava mudar a maneira de atuar. “Se tenho muitos clientes e não consigo entregar um padrão de trabalho e resultado, devo reduzir os clientes”, afirmou.

A Filosofia do Bonsai o ajudou nesse sentido. Ele costuma fazer uma analogia entre uma plantação de eucaliptos e um jardim de bonsai: “o eucalipto tem um raiz curta, só estraga a terra [na plantação], é plantado e vendido em quantidade. O bonsai não. Não existe bonsai igual a outro, como não existe cliente igual a outro, nem uma pessoa igual a outra. Cada bonsai é único, ele tem a sua característica”.

Diante disso, a pergunta que devemos fazer quando nos pegamos querendo fazer tudo ao mesmo tempo é: “Qual o tamanho do jardim? De quantos bonsai eu consigo cuidar? Bonsai é equilíbrio. Que equilíbrio eu gostaria de dar ao meu negócio, à minha vida?”, questiona Tagawa.

Filosofia, Mente

Use os dias da semana para medir a qualidade de vida e garanta equilíbrio e bem-estar

28 de agosto de 2017

O que é ter uma vida boa para você? Na Filosofia do Bonsai, quanto mais equilibrados somos ao praticar aquilo que faz bem para o nosso corpo e mente, maior é a probabilidade de sentirmos bem-estar. Usar os dias da semana para medir a qualidade de vida, ou seja, o nível de satisfação pessoal com a rotina que levamos, pode nos ajudar a atingir o equilíbrio. Uma forma é aplicar o conceito “5 por 2”, como propõe Alexandre Tagawa, idealizador da filosofia.

Como medir a qualidade de vida?

Foi aos poucos que o empresário Tagawa descobriu que práticas como meditação, rituais, alimentação saudável e a realização de atividades físicas colaboravam para que a vida dele fosse mais harmônica e equilibrada. Contudo, durante muito tempo ele praticou essas atividades de forma irregular: ou seja, meditava só de vez em quando, fazia muitos exageros na alimentação durante a semana e só praticava exercícios físicos esporadicamente.

A falta de comprometimento resultava em uma vida cheia de altos e baixos. Ele vivia ansioso, estressado ou irritável. Não era raro descontar essa ansiedade em exageros na alimentação, comendo mais para “compensar” o nervoso – aquele hábito que muitos de nós conhecemos. Outro reflexo do desequilíbrio emocional era sentido no relacionamento pessoal e profissional, com brigas e discussões frequentes com familiares ou funcionários.

Ele vivia dessa forma até que resolveu fazer um “check up” geral e recebeu o diagnóstico de ter Esôfago de Barrett (que é, de forma simples, uma agressão ao esôfago por conta de refluxo). Ele precisou passar por uma cirurgia e desde então modificou todos os seus hábitos alimentares e de saúde física e mental. Caso não tivesse detectado a doença, ela poderia se desenvolver para um câncer no futuro.

Bem-estar medido pelos dias da semana

Tagawa começou a sentir os reflexos das práticas propostas pela Filosofia do Bonsai quando se comprometeu a realizá-las quase todos os dias. Quando percebeu o bem que essa regularidade proporcionava para o seu corpo e mente, criou a própria régua para se manter “na linha”.

O sistema, nomeado por ele de “5 por 2”, funciona da seguinte forma: dos sete dias da semana, ele se organiza para cumprir os preceitos da filosofia por no mínimo cinco dias. Se conseguir mais, por seis ou sete dias, melhor ainda.

“Se você conseguir estar ao menos cinco dias da semana bem, alimentando-se bem, meditando, fazendo rituais, praticando exercícios físicos, você vai realmente conseguir suportar qualquer adversidade”, assegura.

Tagawa acredita que esse conceito de “5 por 2” pode ajudar as pessoas a encontrarem o caminho da alegria, da felicidade, da espiritualidade e da saúde. “O que eu idealizo é o ‘6 por 1’, ou seja, manter o total equilíbrio por seis dias para em um deles poder comer um pouco mais, beber álcool, deixar de praticar exercício físico”, explica.

Cada um pode usar a régua para cumprir qualquer meta para a vida pessoal ou profissional. Ela nos permite prosseguir quando damos aquela escapadinha daquilo que propomos, pois sabemos que ainda há outros dias pelas frente para compensar o dia desequilibrado.

“Eu só comecei a tomar a consciência de que é muito fácil medir seu grau de felicidade quando comecei a usar os dias da semana. A semana tem sete dias. Você precisa estar pelo menos cinco dias bem com você mesmo. Isso já mostra que você está no caminho do equilíbrio”, conclui.

Alimentação, Corpo

‘Mindful eating’: o que é comer consciente e como a prática pode mudar sua relação com a alimentação

25 de agosto de 2017

A vida apressada muita vezes nos impede de prestar atenção em uma importante necessidade de nosso corpo: a alimentação. Comer depressa, sem mastigar direito ou olhar para o alimento infelizmente é um hábito cultivado por muitos de nós. Contudo, dar a devida atenção ao ato de se alimentar é imprescindível para ter uma vida mais equilibrada e saudável. Essa necessidade pode ser sanada por um ato simples: o “comer consciente” – uma tradução do termo mindful eating, que nada mais é do que comer com intenção e atenção.

Como praticar o ‘comer consciente’

Alimentar-se depressa e devorar lanches dentro do escritório, em frente ao computador, em pé ou enquanto estamos fazendo outra coisa é um hábito que, no longo prazo, além de causar estresse pode dar origem a transtornos alimentares.

Comer consciente é o oposto do mencionado acima. É dar a devida atenção ao ato de se alimentar no momento em que ele está ocorrendo: mastigar devagar, prestar atenção nos sabores dos alimentos, na saciedade e nos sinais do corpo na hora da alimentação. Essa consciência e atenção plena deve ocorrer inclusive no processo de escolha dos alimentos.

Alimentar-se deveria ser uma atividade natural, saudável e prazerosa para saciar a fome, explica a nutricionista Isabella Zanoni em sua página na internet.

“Ao estabelecer uma relação consciente com a comida você estará também conhecendo os efeitos da comida em você, colocando essa prática no seu cotidiano”, analisa Isabella, que acrescenta: os benefícios dessa consciência são diminuição do stress, o que por sua vez, reduz a chance de você comer por pura razão emocional.

A alimentação consciente e o ‘mindfulness’

O mindfulness é um termo contemporâneo usado para definir um estilo de vida focado no momento presente. Isso ocorre por meio de um estado mental de controle sobre nossa capacidade de se concentrar nas experiências, atividades e sensações do “aqui e agora”. Tal benefício ocorre principalmente por meio de práticas de meditação.

O mindful eating é um braço do mindfulness. “Na alimentação consciente podemos encontrar uma nova forma de nos relacionar com o alimento, e dessa relação vivenciar o pertencimento, reconhecendo diferentes tipos de fome, desde a que está relacionada ao estômago e à necessidade celular até a fome de conexão, amor e carinho, sendo que as últimas podemos saciar com a ‘presença’ de nós mesmo, do outro e do todo”, afirma a nutricionista Driele Quinhoneiro, instrutora mindful eating, em artigo publicado na página do Centro Brasileiro de Mindful Eating.

Por isso, é importante estarmos atentos ao nosso corpo e às nossas necessidades. Muitas vezes comemos por ansiedade e estresse – e não por estarmos realmente com fome. “Ao não saber muito bem como nos sentimos e quais são as sensações corporais das emoções, tratamos muitas vezes isso como fome, aquela sensação de vazio que não sei muito bem o que é e tento preencher com comida”, explica Driele.

Afinar a relação entre corpo e mente, assim como o proposto pela Filosofia do Bonsai, nos ajuda a entender o que nos guia a começar e a parar de comer. O exercício é praticar diariamente a atenção plena na hora de se alimentar. O resultado pode ser uma diminuição do alimento ingerido, uma alimentação mais devagar, refletindo em maior saciedade e bem-estar após a alimentação. Afinal, “guiar a alimentação por essa aproximação com o corpo denomina-se utilizar a sabedoria interna”, esclarece a especialista.

Corpo, Saúde

Respirar corretamente é sinônimo de saúde para o corpo e a mente

16 de agosto de 2017

“Inspire, expire e conte até dez”. Quem nunca ouviu tal conselho para lidar ante situações de estresse ou nervosismo? O poder da respiração para acalmar os pensamentos é popularmente disseminado, mas a recomendação tem um fundamento científico. Respirar corretamente é sinônimo de saúde para o corpo e a mente, aumentando a resistência imunológica e aliviando doenças mentais.

A importância de respirar corretamente

Todos sabemos que precisamos de ar, água e alimentos para nos mantermos vivos. Contudo, desses três itens, o único que fazemos de forma automática é respirar. A consequência disso é que praticamente não prestamos atenção na nossa respiração ou sequer nos damos conta que estamos respirando, explica Marcos Netter, em seu livro “Respiração: poder mental”.

Só nos damos conta da respiração quando sofremos de algum problema respiratório que nos imponha restrição ou dificuldade. “Embora você com certeza tenha controle sobre sua respiração, não precisa estar consciente do ato de respirar para que o processo aconteça”, salienta, acrescentando que, por conta de ser um processo automático, muitos de nós respiramos de forma incorreta. “Respirar corretamente é sinônimo de uma saúde melhor e de maior resistência aos microorganismos responsáveis por doenças”, reforça.

Respiração agitada e o estresse

No dia a dia apressado, muitas vezes respiramos de forma agitada, enviando quantidades insuficientes de oxigênio para os pulmões em ritmos mais rápidos. “Vários fatores levam à respiração incorreta, como postura, obesidade, roupas muito apertadas e o estresse, tão presente em nossas vidas e responsável pelo respirar entrecortado”, afirma.

De acordo com a organização internacional Arte de Viver, que difunde mundo afora técnicas de respiração e meditação, o estresse causa muitos efeitos no nosso corpo, como dores de cabeça, problemas digestivos, dores no corpo e cansaço.

O estresse também afeta nosso cérebro, diz a entidade, impactando nossa capacidade de manter o foco e a concentração, além de limitar nossa habilidade de nos conectar com amigos, afetando relacionamentos.

“O cérebro usa células chamadas neurotransmissores para se comunicar. Sob estresse o hormônio chamado cortisol é liberado no organismo, inibindo a função dos neurotransmissores, dificultando a comunicação das células do cérebro. Isso dificulta pensar claramente, motivo pelo qual ficamos confusos em crises ou situações estressantes”, explica um vídeo produzido pela Arte de Viver para explicar os efeitos da respiração no nosso organismo. O cortisol, que é o hormônio do estresse, também provoca uma reação química que diretamente mata as células do cérebro (os neurônios).

Respiração faz mente relaxar

A respiração é poderosa ferramenta que temos para “forçar” a mente a relaxar – isso porque simplesmente “pensar” e mandar nossa mente a ficar quieta não resolve – e todos sabemos disso pela prática, não é mesmo?

Segundo a entidade, há uma ligação direta entre a respiração e as emoções. “Podemos influenciar as nossas emoções com a respiração. Em vez de nos deixar levar por nossas emoções, podemos transformá-las através de técnicas específicas de respiração.” De acordo com a entidade, o nível do hormônio do estresse, o cortisol, é menor em praticantes da técnica de respiração Sudarshan Kria Yoga, por exemplo (que é ensinada pela entidade).

Há inúmeras técnicas de respiração que podem ser facilmente encontradas pela internet e em aplicativos no celular. Todas estão relacionadas a respirar profunda e pausadamente por alguns minutos, diariamente.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai faz a respiração pausada diariamente, durante sua meditação. O primeiro passo para começar a meditar, diz, é respirar. “Depois que eu repeti umas 40 vezes a respiração, já oxigenou bem o cérebro e os pensamentos começam a se dissipar”, explica.

A respiração ajuda a reduzir o estresse, ansiedade, resolver problemas, melhora a concentração e nos ajuda a lidar com questões complexas. Também aumenta o bem-estar e as emoções positivas. Entre os benefícios físicos, ajuda a reduzir o colesterol e aumentar a imunidade, pois estimula o sistema imunológico, diz a Arte de Viver.

O primeiro passo para quem quer começar a sentir todos esses benefícios é tão simples como… respirar. Contudo, exige disciplina e força de vontade. Afinal, como disse Buda, toda grande caminhada começa com um simples passo”.