Autodesenvolvimento, Mente

Autobiografia em 5 capítulos: um poema para a vida

1 de setembro de 2017

No decorrer das nossas vidas, é frequente seguirmos padrões repetitivos de comportamento que sempre nos levam para a mesma direção: cair no buraco. Há um sábio poema escrito pela escritora norte-americana Portia Nelson que serve de inspiração para evitarmos novas quedas, aprendendo com cada uma delas. Chamado “Autobiografia em 5 capítulos”, o poema é conhecido mundo afora e é citado no livro “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”, um clássico da espiritualidade e bestseller internacional.

Conheça o poema “Autobiografia em 5 capítulos”

O poema abaixo é praticamente um mantra de Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai. “Conhecer esse poema foi muito importante pra mim e me fez refletir sobre quanto eu posso evoluir com meus erros, reflete. O empresário foi apresentado ao texto em um dos cursos que fez no Instituto Tadashi Kadomoto, que aplica treinamentos comportamentais e vivenciais para o desenvolvimento pessoal.

Autobiografia em 5 capítulos (do “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”)

  1. Ando pela rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Eu caio.

Estou perdido… sem esperança.

Não é culpa minha.

Leva uma eternidade para encontrar a saída.

  1. Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Mas finjo não vê-lo.

Caio nele de novo.

Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.

Mas não é culpa minha.

Ainda assim leva um tempão para sair.

  1. Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Vejo que ele ali está

Ainda assim caio… é um hábito.

Meus olhos se abrem.

Sei onde estou.

É minha culpa.

Saio imediatamente.

  1. Ando pela mesma rua.

Há um buraco fundo na calçada.

Dou a volta.

  1. Ando por outra rua.

Padrões comportamentais repetitivos

No “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”, o lama Sogyal Rinpoche diz que caímos com frequência em arraigados padrões repetitivos de comportamento e começamos a nos ansiar por nos livrar deles. “Podemos, é claro, recair neles muitas e muitas vezes, mas lentamente saímos deles até a mudança acontecer.”

No livro, aliás, o autor usa o poema para nos instigar a refletir sobre a morte – o que tendemos a evitar, não é mesmo? Contudo, apesar de nunca pensarmos sobre esse fato inegável da vida, é quase inevitável cairmos no buraco quando ela chega até nós. “A finalidade de refletir sobre a morte é fazer uma mudança real nas profundezas do seu coração e chegar a aprender como ‘evitar o buraco na calçada’ e como ‘andar por outra rua’.”

Mudar padrões repetitivos, salienta o lama, com frequência vai exigir um período de retiro e de profunda contemplação. “Somente isso pode abrir nossos olhos para o que estamos fazendo da nossa vida”, sugere. A recomendação dele vai ao encontro da proposta da Filosofia do Bonsai, que propõe momentos de introspecção diária por meio da meditação ou meditação ativa.

Tagawa, aliás, usa o poema para refletir sobre as escolhas, o que acredita ser fundamental para o processo de aprendizado e amadurecimento. É por meio da prática da Filosofia do Bonsai que ele consegue se manter equilibrado, aumentando seu nível de consciência. Além da meditação, entre as práticas diárias realizadas por ele estão: realizar exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e os rituais. “A partir do momento que eu tenho essa prática eu não preciso mais voltar ao Capítulo 1, eu consigo navegar entre o Capítulo 3 e o Capítulo 5”.

De acordo com Tagawa, claro que na vida há momentos que caímos no buraco – mas o equilíbrio ajuda a sairmos dele rapidamente ou sequer andarmos pela rua onde ele está. “Então, preste atenção se você está caindo em um buraco e levando uma eternidade pra sair, se você está acostumado a conviver com essa situação ou acostumado a deixar com que a vida siga sem muita reação sua para fazer diferente”, aconselha.

You Might Also Like

No Comments

Leave a Reply

Quero receber notificações: