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Filosofia, Mente

Conheça seus valores inegociáveis e tome decisões acertadas

9 de fevereiro de 2018

Todos temos valores que nos guiam, e conhecer os próprios é fundamental para compreender e resolver nossos problemas e impasses. A lista de valores de uma pessoa pode ser extensa; contudo, há alguns deles que são tão importantes para a nossa existência como beber água ou dormir: sãos os chamados valores inegociáveis.

O que são valores inegociáveis

Antes de mais nada, é importante saber o que é valor. Os valores são as verdades que nos guiam, ou seja, aquilo que é importante para a nossa vida. No livro “Desperte o Gigante Interior”, o renomado especialista em neurolinguística Anthony Robbins esclarece: “qualquer coisa que você muito preza pode ser considerada um valor”. Ele explica que prezar alguma coisa significa atribuir-lhe importância.

Já os valores inegociáveis são aqueles sem os quais não vemos o menor sentido em executar determinada ação caso sejam infringidos. Dessa forma, há valores que são importantes para nós, mas podemos contorná-los e fazer algumas exceções sem sofrimento. Outros, contudo, tornam qualquer desvio simplesmente inaceitável.

A coach Patricia Martins de Andrade explicou, em entrevista ao podcast Mamilos, o quão importante é termos consciência de nossos valores inegociáveis. “Quando eu estou em processo de coaching eu costumo puxar os cinco valores inegociáveis da pessoa. Quando o que você está fazendo bate em um valor fundamental seu, isso vai te atingir tão frontalmente que será impossível continuar”, explica, referindo-se ao ambiente profissional.

A especialista dá alguns exemplos: como um vegano (pessoa que não come nada de origem animal) poderia trabalhar em um frigorífico? Ou como um ativista antitabagista trabalharia em uma fabricante de cigarros?

Segundo ela, é comum em empresas os indivíduos terem valores diferentes; afinal, as pessoas não são iguais. As organizações conseguem caminhar porque em geral os integrantes das equipes fazem certas concessões, há flexibilidade. Contudo, se o indivíduo precisa ser flexível em algo que infringe um valor ou crença inegociável, uma hora a bomba explode.

Conheça seus valores

Muitas vezes vivemos de forma tão automática que não paramos para refletir sobre os próprios valores. Com isso, é possível sofrermos sem sequer compreender que o motivo foi a violação de um dos nossos valores inegociáveis.

Isso pode acontecer de forma menos explícita do que nos exemplos citados acima. Em um exemplo mais brando, uma pessoa pode ter a família como valor inegociável e se perceber em um emprego que exige viagens constantes, que a afasta dos familiares.

A lista de valores possíveis é vasta. Exemplos comuns são: amor, família, segurança, saúde, trabalho, dinheiro, liberdade, autoconhecimento, aventura, sucesso, poder, entre outros. Uma dica é descobrir quais valores são importantes para você e identificar aqueles que são inegociáveis.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, por exemplo, afirma que ficou muito mais fácil tomar decisões quando passou a levar em conta seus valores inegociáveis. Um exemplo citado por ele foi a opção de dizer não a uma proposta de negócio que poderia consumir muito de seu tempo reservado à família.

Alma, Propósito

Você reconhece as suas virtudes?

7 de fevereiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“O que é uma erva daninha senão uma planta da qual ainda se não descobriram as virtudes?”, questionou o renomado escritor americano Ralph Waldo Emerson. Muitos de nós passamos uma vida inteira sem identificar as próprias virtudes, ou seja, qualidades genuínas e verdadeiras que carregamos internamente e podem transformar nossa forma de enxergar a nós mesmos e aos demais.

O que é virtude?

A palavra virtude tem origem no latim virtus, que significa força viril ou poder. De acordo com o dicionário da língua portuguesa, “é a disposição firme e constante para a prática do bem” e a “qualidade própria que nos permite produzir certos efeitos” – que, de forma geral, são relacionados a algo positivo.

Há significados morais e teológicos de virtudes. Por exemplo, na teologia, as três virtudes (trindade) são a fé, a esperança e a caridade. Na moral, por sua vez, existem as quatro virtudes cardeais ou centrais, que são tidas como orientadoras da conduta do ser humanos. São elas: a prudência, a temperança, a fortaleza e a justiça.

Juntas, as virtudes morais e teológicas compõem o termo conhecido como as virtudes celestiais ou as sete virtudes cardinais. Entenda cada uma delas:

As sete virtudes cardinais

Fé: no sentido teológico, é a adesão e anuência pessoal a Deus, mas pode, ainda, ser compreendida como crença e confiança. É a firmeza na execução de uma promessa ou compromisso;

Esperança: é o ato de se esperar com fé (ou seja, com confiança) o que se deseja;

Caridade: sentimento bom que nos leva a poupar a quem poderíamos castigar ou punir; a prática desse sentimento é conhecida como a obra de caridade;

Prudência: é a qualidade de saber agir com cautela, precaução e comedimento, buscando evitar tudo o que julga fonte de erro ou dano. Buscar os melhores meios para se atingir um objetivo;

Temperança: qualidade de quem modera apetites, prazeres ou paixões, visando o equilíbrio;

Fortaleza: qualidade dos fortes, que remete à solidez e segurança. Força e energia moral;

Justiça: ser justo, qualidade de dar a cada um aquilo que é seu. Faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

As virtudes nos dias de hoje

As sete virtudes cardinais são apenas um meio para nos ajudar a identificar nossas próprias virtudes e conseguir colocá-las em prática no dia a dia. Afinal, atualmente o termo é compreendido forma mais geral e ampla, como as qualidades gerais de qualquer pessoa. É comumente conhecida como uma característica positiva, dentro do que é considerado certo, desejado e digno.

Pensar em quais são as nossas virtudes e em como aplicá-las no dia a dia pode trazer bons resultados para a nossa vida como um todo. No livro O cérebro de Buda, o neuropsicólogo Rick Hanson afirma: “a virtude parece uma qualidade que está além do nosso alcance mas, na verdade, é algo bem realista. Ela significa simplesmente viver segundo nossa bondade interior, guiada por princípios.”

*Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.