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Com equilíbrio e planejamento, negócio sai de status ‘quebrado’ para ‘lucrativo’

8 de agosto de 2017

Abrir o próprio negócio exige planejamento e organização financeira. É o que o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, aprendeu com os erros do passado. São dicas óbvias, mas ele “bateu muito a cabeça” até computar o aprendizado. E garante: focar no longo prazo, ter paciência e equilíbrio faz toda a diferença.

Recentemente Tagawa teve a chance de dividir o conhecimento com um jovem familiar que se desequilibrou ao empreender. Neste post compartilhamos a história de Maurício Tagawa, dono do restaurante de comida japonesa Sangawa.

Maurício quase colocou tudo a perder, mas conseguiu se reerguer e está organizando as finanças com as dicas que recebeu do primo Alexandre inspiradas na Filosofia do Bonsai. “Eles estavam quebrados e agora o negócio está saudável já”, afirma Alexandre, explicando que em três meses foi possível reverter o negócio do status “quebrado” para “lucrativo”.

Sonho de ter o próprio negócio

Formado em administração, Maurício, de 31 anos, trabalhou desde cedo com o pai no comércio de comida japonesa – seu pai comercializa os alimentos em feiras e eventos. A experiência fez ele gostar do ramo e não deu outra: ao ingressar na vida adulta, foi atrás de unir o útil ao agradável. Chegou a ter lanchonetes dentro de academias, mas não era bem o que queria. Em 2017 é que realizou o sonho de abrir o próprio restaurante de comida japonesa, o Sangawa.

Junto com a concretização do objetivo, porém, vieram os contratempos. Sem organização financeira, as dívidas surgiram rapidamente e o estabelecimento já abriu as portas no vermelho.

De acordo com Maurício, uma sequência de fatos atrapalhou a decolagem do negócio, como a contratação de pessoas erradas e o roubo de um automóvel. “Tínhamos vendido nosso carro para usar o dinheiro e colocar no negócio. Pegamos um outro bem mais barato, mas com menos de um mês de uso, o roubaram”.

Além disso, a abertura da loja atrasou quase três meses. “Esse tempo parado fez minha conta do banco estourar. Parecia um pesadelo, nem gosto de lembrar”, desabafa. E acrescenta: “a coisa estava tão feia que até peso perdi, foram quase 8 quilos.”

Ou muda ou fecha

Em um almoço com o primo Alexandre Tagawa, Maurício comentou sobre a situação financeira em que se encontrava e recebeu o seguinte alerta: “ele logo falou que precisávamos mudar ou em menos de um mês iríamos quebrar, pois a dívida era muito grande.”

Com base em suas experiências anteriores, Tagawa montou um plano de ação para ajudar o primo a evitar a quebra. Ambos são bem próximos e o primeiro emprego de Maurício inclusive foi na agência de publicidade do primo, o que facilitou no processo de “consultoria” criado por Tagawa.

Organizando a casa

A palavra-chave para a mudança, segundo Maurício, foi organização. E é aí que entra a Filosofia do Bonsai. Isso porque, segundo o empreendedor, ele e sua esposa Juliana Santana, que são sócios, estavam tão desesperados com a situação que não conseguiam parar para pensar sobre o que fazer. “Ele falou que deveríamos acalmar e começar a organizar”, revelou.

Por conta das dívidas, o estado psicológico dos sócios ficou abalado e eles não conseguiam enxergar uma luz no fim do túnel. “Mesmo vendendo bem, existia muita desorganização. Acho que eu estava passando por uma fase tão difícil na vida do ponto de vista financeiro que acabou virando um desespero.”

Alexandre fez uma espécie de consultoria com o primo. Para isso, ele olhou tudo: conceito, caixa, gestão e descobriu o que eles estavam fazendo de errado. “Eles pegaram dinheiro em banco, se endividaram, não fizeram planejamento, não entenderam que tem juros”. Isso porque, ao antecipar com o banco os recebimentos dos cartões, as taxas são altíssimas. Além disso, ambos misturavam as despesas pessoais com as da empresa em uma conta só.

Entre as principais mudanças propostas por Alexandre estão: fazer um planejamento financeiro, definir um pró-labore, cortar gastos pessoais (reduzir o padrão de vida ao máximo a princípio), administrar as dívidas e priorizar o pagamento das mais importantes primeiro.

Disciplina

Enquanto isso, o casal está “pagando o preço” da desorganização e trabalhando pesado. Eles trabalham de segunda a segunda, de 13 a 14 horas por dia. É claro que se trata de um período de ajustes apenas para quitar as dívidas, e não será sempre assim. Segundo Maurício, o que o mantém é a felicidade de ter aberto a loja, mas em breve contratará um funcionário para ajudar.

“O mais difícil de cortar gastos é não ter funcionário, porque trabalhar direto sem descansar é bem complicado. Tem dias que tudo dói (referindo-se a dores musculares), mas sabemos que é para o bem.”

De acordo com Alexandre, o dinheiro está entrando e aos poucos o casal está quitando as dívidas. “Ele continua antecipando o crédito, então ele ainda está pagando uma taxa de juros alta. Até um tempo ele vai pagar, até fazer capital de giro suficiente para deixar de antecipar o cartão”, explicou.

Maurício afirma que está seguindo à risca as recomendações do primo. “Sempre falo que nunca mais quero passar pelo que passamos. Já ficou mais do que claro o que não devemos fazer.” E garante que está dando muito certo. “Tenho certeza de que até final do ano teremos o capital de giro que planejamos juntos.”

Equilíbrio para crescer

Assim como na vida, é preciso equilíbrio também nos negócios para alcançar a prosperidade, diz Alexandre, citando a Filosofia do Bonsai. “Ao abrir o negócio próprio, o equilíbrio chega com o planejamento. Se você pensar no curto prazo, você não vai conseguir crescer. E a paciência é fundamental.”

Segundo o empresário, na hora em que o casal entendeu o propósito em relação ao negócio deles e mudou a perspectiva de enxergar isso, eles conseguiram se organizar. A lógica é focar nas ações prioritárias visando os resultados no futuro. Para isso, é preciso saber onde se quer chegar. “Na hora que você consegue fazer esse desenho, automaticamente você consegue ter resultado.”

Autodesenvolvimento, Mente

Por que o planejamento financeiro é essencial para ter uma vida equilibrada

26 de julho de 2017

Dinheiro traz felicidade? Existem inúmeras respostas para a clássica pergunta. Há quem acredite que sim e há quem diga que não. Contudo, uma coisa é certa: estar endividado ou desorganizado financeiramente, seja lá qual for seu padrão de vida, traz estresse e, consequentemente, pode te deixar infeliz. Fazer um planejamento financeiro é essencial para ter uma vida saudável e equilibrada, um dos princípios da Filosofia do Bonsai.

A importância de ter equilíbrio financeiro

Seja qual for seu objetivo de vida, recursos e alguma renda serão necessários para realizá-lo. Não há como negligenciar a importância do capital para ter se ter uma vida harmônica. Exceto raríssimas exceções, é preciso de dinheiro para qualquer meio de vida – do mais robusto ao mais modesto.

Nos dias atuais muitas pessoas estão entendendo a importância de ter uma vida mais simples. Para isso, organizar as finanças é fundamental. É preciso avaliar os gastos e definir quais realmente são desnecessários.

Situação mais alarmante é a de quem possui dívidas e não consegue se livrar delas. “Como é que você consegue ter equilíbrio se você está devendo? Se você não consegue se organizar financeiramente?”, avalia Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai.

Tagawa não diz isso em vão. Ele passou anos da vida desorganizado financeiramente, vivendo endividado no cartão de crédito. Empreendedor desde os 20 anos, por muito tempo ele não separou as contas pessoais das do negócio, o que causava muitos transtornos – ele chegou a receber pedido de falência de uma empresa. “As coisas não caminhavam”, lembra.

Tudo mudou quando ele foi apresentado a uma planilha de planejamento financeiro. Aos poucos começou a organizar as contas e de endividado passou a ser poupador e, com o tempo, investidor. “Na hora em que eu consegui separar as contas e fazer um planejamento financeiro, aplicar em uma planilha de Excel o quanto eu gastava, qual era a minha despesa, meu gasto com alimentação, com vestuário, lazer e moradia, as coisas começaram a melhorar.”

Dicas para se organizar financeiramente

1 – Liste ganhos e gastos

O primeiro passo para colocar as finanças em ordem é saber exatamente qual é sua renda mensal e o quanto você gasta. Coloque tudo em uma tabela, as receitas de um lado e as despesas do outro. A regra básica é: os gastos jamais podem ser maiores do os ganhos. Se isso estiver acontecendo, é hora de olhar com calma cada uma das despesas e começar a cortá-las.

2 – Repense suas necessidades

Você realmente precisa de tudo o que compra ou consome? Por meio do autoconhecimento, da meditação, busque organizar seus pensamentos e reveja a vida que tem levado. Nessa introspecção você pode encontrar respostas para um meio de vida mais simples – nem que seja apenas durante o período necessário para cortar gastos.

3 – Corte despesas

Essa é parte mais difícil de ser aplicada. Contudo, não há como fugir dela. Aqui vale de tudo: desde cortar compras supérfluas (para quem as faz) a até abrir mão de gastos importantes para quem não tem alternativa. Elimine o máximo possível, como compras de roupas ou acessórios novos, refeições fora ou passeios caros – substitua-os pelos gratuitos. Troque o carro pelo transporte público ou pela bicicleta.

4 – Troque ou venda bens

Bens que estão fora de uso podem valer algum dinheiro. A internet ajuda nessa troca, com vários sites e lojas virtuais em que qualquer um pode fazer um cadastro, comprar, trocar e vender o que quiser. Quer trocar de celular? Talvez alguém pague algo pelo seu e você possa comprar um do modelo que quer de segunda mão, pagar mais barato e ainda dar o dinheiro que recebeu pela venda do seu como parte do pagamento.

5 – Negocie suas dívidas

Tenha em mente que o objetivo é eliminar as dívidas ou renegociá-las. Tente acumular o máximo de dinheiro possível para quitar empréstimos, como vender veículos, bens que não estejam sendo usado, etc. Procure trocar dívidas caras, como a do cartão de crédito, por crédito mais em conta (como um consignado ou empréstimo pessoal). Vá a bancos, financeiras e pesquise com calma os juros. Não elimine a possibilidade de consultar amigos ou familiares que possam ajudar com algum empréstimo mais barato.

6 – Poupe e invista

Após organizar as contas, é hora de pensar em guardar dinheiro. Ter uma reserva é importante para eventuais emergências e nos dá liberdade para tomar decisões que envolvam a questão financeira – como fazer aquela viagem que apareceu de última hora ou até mesmo consertar o notebook que quebrou de um dia para o outro. Não há regra, mas é recomendado guardar de 10% a 30% da renda mensal. O próximo passo é investir o dinheiro em soluções rentáveis – o que exige pesquisa, mas há opções para todo o tipo de bolso e perfil. Para quem é conservador e está começando, uma dica clássica dos economistas é fugir da Poupança, que rende pouco, e buscar o Tesouro Direto.

Mente, Vida Profissional

Conhecer a si mesmo é essencial para qualquer empreendedor

23 de junho de 2017

Por Gabriela Gasparin

 

Ter o negócio próprio e ser seu próprio chefe é o sonho de muitas pessoas. Além disso, ser empreendedor “está na moda”. Muitos profissionais não aceitam ou não querem mais seguir as regras do mercado de trabalho tradicional.

A cobrança para ser autêntico é frequente nos dias de hoje, principalmente entre os jovens. Contudo, criar uma forma autêntica de ser na vida real, o que inclui um trabalho próprio e rentável, não é um processo fácil.

Paralelamente, o mercado de trabalho está mudando. Com o avanço tecnológico, serviços que antes eram indispensáveis passam a ser desnecessários ou são substituídos por aplicativos. Profissões estão sendo extintas e outras começam a ser criadas; além de serviços parecidos com a Uber, onde a tecnologia encurta os intermediários de um processo.

O resultado é uma leva de pessoas desempregadas, perdidas sobre o que fazer ou decepcionadas com o que se tornaram. E é aí que o empreendedorismo entra como alternativa.

Empreender fazendo o que se gosta parece ótimo no papel, mas na hora de colocar em prática começam os desafios. O primeiro deles é: o que fazer? É nessas horas que é preciso conhecer a si mesmo, fator essencial para qualquer aspirante a empreendedor.

O que o autoconhecimento tem a ver com empreendedorismo

O autoconhecimento é essencial para descobrir o que te atrai, quais são suas aptidões e limitações, para conhecer seus pontos fracos e fortes e, principalmente, aprender qual o seu verdadeiro valor. Conhecer o seu propósito de vida e entender qual é o seu verdadeiro potencial são passos decisivos na hora de criar seu próprio negócio e conseguir fazê-lo prosperar.

“O autoconhecimento te ajuda a descobrir exatamente tudo que faz teu olho brilhar, portanto aquilo que você vai encontrar paixão (…). Conhecendo bem o seu próprio perfil, você consegue ter clareza dos papéis que gostaria – e teria boas condições – de desempenhar, e daqueles que realmente não são a sua praia”, diz a organização Endeavor, em artigo publicado em seu site.

É necessário olhar para dentro para poder assumir os riscos de ser empreendedor. Quando você tiver a visão holística do seu negócio, ou seja, conhecer todos os âmbitos do seu papel como empreendedor, conhecendo os elementos, estratégias e atividades da sua futura empresa, você será capaz de cometer menos erros e aprender com eles.

Desafios aparecem para todos que empreendem

Mas não basta trabalhar com o que gosta, é preciso ter disciplina para fazer o negócio andar, saber tomar decisões, ter resiliência e flexibilidade perante os desafios, entre outras características – para tudo isso, conhecer-se é essencial.

Na Filosofia do Bonsai, entre as formas de praticar o autoconhecimento estão: meditação, prática de respirações, rituais, terapias, investigação da ancestralidade, busca por conhecimento teórico, entre outras. Aos poucos e com paciência, o equilíbrio proporcionado por tais práticas colabora para a descoberta do propósito e missão individual.

Alexandre Tagawa, que idealizou a filosofia inspirado na experiência com o bonsai, é empreendedor desde os 20 anos é já perdeu as contas de quantas vezes fracassou, chegando a ficar endividado, sem negócios e perdido porque não conhecia a si profundamente na hora de fazer sociedades e gerir as empresas.

Um dos fatores era a ansiedade, que o compelia a dizer sim às propostas e só depois analisar a situação, “antes eu dizia sim e depois analisava. Tive vários tipos de negócios porque gostava do novo, mas não tinha filtro, então saia dizendo sim”, exemplifica.

No caso dele, a insegurança também o atrapalhou muito até Tagawa perceber que precisava assumir sozinho as rédeas do próprio negócio. Aos poucos, ele entendeu a importância de conhecer suas crenças e valores e aplicá-los na vida profissional.

De acordo com a Endeavor, quando você se conhece, você entende melhor o caminho do seu raciocínio para tomar decisões, sente-se confortável para assumir riscos e liderar pessoas. O psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung aconselha que “quem olha para fora, sonha, quem olha para dentro, acorda. Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração.”

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.