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Mente, Vida Profissional

Conheça o ‘CHA’ e desenvolva competências essenciais para crescer

11 de dezembro de 2017

Há ferramentas que nos ajudam a identificar competências que precisamos desenvolver para evoluir tanto na vida pessoal como profissional. Um conceito bastante disseminado por especialistas em gestão de empresas mundo afora é o “CHA”, sigla que representa as iniciais das palavras “conhecimentos, habilidades e atitudes”. Na Filosofia do Bonsai, trabalhar essas competências faz parte do tema prevenção, que é justamente atuar no presente para evitar futuros contratempos.

Como desenvolver as competências do CHA

Conhecimento, habilidade e atitudes são competências complementares que, juntas, formam o cenário necessário completo para o desenvolvimento de uma ação. Inicialmente, precisamos conhecer (C) a respeito do assunto (pesquisar, ler, estudar e saber exatamente do que se trata). Em seguida, é necessário desenvolver a habilidade (H) necessária para realizar tal procedimento. A atitude (A) representa o ato de colocar a “mão na massa”, fazer o projeto acontecer e funcionar. De forma resumida, o conhecimento representa o “saber”, a habilidade o “saber fazer” e a atitude o “querer fazer”.

Quando foi apresentado ao conceito do CHA, o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia, conseguiu enxergar exatamente onde estavam suas forças e fraquezas como líder de uma agência de publicidade.

Ele explica que podemos enxergar o CHA como uma pirâmide, onde o conhecimento é a base, as habilidades estão no meio e a atitude, no topo. “Eu acredito que o conhecimento de fato é essencial, mas se a pessoa não desenvolver habilidades e não possuir atitude, ela não sai do lugar.”

Aprender fazendo ou aprender para fazer?

Como empreendedor, Tagawa passou muitos anos da vida profissional invertendo a ordem do CHA. Ele estava acostumado a adquirir o conhecimento por último, ou seja, primeiro tinha a atitude de se propor a fazer algo para, em seguida, aprender fazendo <link txt aprender fazendo>. Um exemplo é que primeiro o publicitário montou uma agência para só depois fazer faculdade na área.

Tagawa não desmerece a forma como atuou em grande parte da vida. Ele considera que ter atitude foi essencial para ele se firmar em um mercado extremamente competitivo. Contudo, reconhece que se tivesse adquirido conhecimento antes, ou seja, se preparado com antecedência, teria evitado muitas dores de cabeça. “A minha atitude surgia porque eu não tinha escolha. Tanto que muitas vezes agi sem pensar. Hoje, depois das ferramentas que adquiri, não faço mais isso.”

É importante buscar conhecimento constantemente para estar preparado para as possibilidades que a vida pode apresentar. “Se te oferecem uma promoção hoje, você está apto, preparado para aceitar? Tem o conhecimento necessário?”, questiona Tagawa. O mesmo deve ser feito com as habilidades e as atitudes. Quais habilidades você precisa desenvolver para efetuar determinada tarefa com êxito? Você tem conhecimento e habilidades de sobra, mas te faltam atitude?

Na Filosofia do Bonsai a prática da prevenção é vista como essencial em todos os setores da vida, tanto no que diz respeito à saúde física e mental como nas relações humanas e no ambiente profissional. O maior benefício da prevenção é que é feita com medidas simples e rotineiras, diferentemente de ações drásticas, custosas e complexas que geralmente são necessárias quando nos vemos diante de um grande problema. Pensar no conceito do CHA pode nos ajudar a entender qual competência nos falta para realizar o objetivo que queremos alcançar. Ou seja, melhor prevenir do que remediar. Que tal começar a se preparar agora?

Filosofia, Mente

Por que temos tanto medo de arriscar?

30 de outubro de 2017

“Quem não arrisca, não petisca”. O conhecimento popular nos mostra que é preciso abdicar de certa segurança para conseguir avançar – seja na vida pessoal ou profissional. Mas por que temos medo de arriscar? Apesar de sabermos que o risco é intrínseco a toda mudança, muitas vezes a nossa necessidade de nos sentir seguros nos impede de avançar e alcançar a prosperidade.

Como superar o medo de arriscar

Existe uma frase disseminada na internet que diz: “quem mede muito as consequências corre o risco de diminuir o tamanho da própria felicidade”. Quando ficamos presos a uma situação por conta da dúvida ou do medo, é sinal de que temos que agir. Nessas horas, o autoconhecimento é o mais importante para nos ajudar a tomar uma decisão.

Onde quero estar daqui a cinco anos? Pense qual vida você quer ter no futuro e tenha em mente que a decisão de agora é crucial para que seu objetivo se concretize. Está com medo de sair do emprego? De terminar um relacionamento? De mudar de cidade? Pense o que te segura nessas situações e se estar nelas condiz com a vida que quer ter no futuro. Tenha certeza: é a sua meta futura que vai te dar coragem para arriscar o que não está bom no presente.

É claro que todos temos necessidades básicas e precisamos saber até onde conseguimos arriscar. O psicólogo americano Abraham Maslow, por exemplo, foi conhecido por “hierarquizar” as necessidades humanas. Segundo ele, a ordem é a seguinte:

NECESSIDADES HUMANAS

1 – Fisiológicas: satisfação das necessidades básicas, como comer, beber água, respirar, etc;

2 – Segurança e proteção: estar seguro no emprego e financeiramente, ter uma casa, estar fisicamente e emocionalmente seguro;

3 – Filiação: é a sensação de pertencimento a um grupo, a uma comunidade, a uma família, estabelecer relações de afeto e amizade;

4 – Reconhecimento: é uma necessidade atendida pelo respeito próprio e dos outros, pelo reconhecimento, status, reputação e atenção;

5 – Autorrealização: é o autodesenvolvimento, que inclui crescimento moral, ético, espiritual, realização de um propósito e a busca de um objetivo na vida.

A hierarquia de Maslow nos leva a entender que dificilmente uma pessoa conseguirá suprir a necessidade de autorrealização caso não tenha as necessidades fisiológicas básicas supridas, por exemplo.

A importância do autoconhecimento

Ao criar para si a Filosofia do Bonsai, o empresário Alexandre Tagawa percebeu a importância do autoconhecimento para ficar mais seguro na hora de tomar decisões. Ele garante que estar bem consigo mesmo o ajuda diariamente tanto nos negócios como na vida pessoal.

Para isso, ele busca estar equilibrado e em paz consigo mesmo, o que consegue por meio de rituais diários, prática de meditação, uma alimentação equilibrada e atividades físicas. Tudo isso faz com que a mente dele esteja mais “limpa”, ou seja, menos tomada por pensamentos negativos.

O otimismo e o bem-estar nos ajudam a eliminar o medo de arriscar; afinal, precisamos estar seguros para tomar uma decisão. “Quer segurança? Compre uma geladeira. Ela não vai quebrar nunca, mas vai fazer sempre a mesma coisa”, afirma Tagawa.

O empresário arriscou-se muito no passado, principalmente na vida profissional. Ele abriu uma agência de publicidade sem nunca ter se formado na área – o que só foi fazer mais de 15 anos depois. É claro que ele abdicou de certa segurança e passou por “perrengues”, mas a possibilidade de fazer uma universidade não se apresentou para ele no início da carreira e ele teve que jogar com as cartas que tinha na mão.

“Se eu ficasse acomodado no conceito de vida que eu tinha, então automaticamente eu não poderia tocar as estrelas, porque eu pensaria que nada seria possível. Eu poderia pensar: ‘não estudei e por isso não tenho condições de encontrar um caminho melhor’. Eu poderia ficar nessa crença”, avalia.

Mente, Vida Profissional

Aprender fazendo é a melhor forma de sair da inércia e realizar objetivos

18 de outubro de 2017

“Estou sempre fazendo aquilo que não sou capaz numa tentativa de aprender como fazê-lo”, disse Picasso. Quantas vezes ficamos paralisados, sem sair do lugar, porque achamos que não sabemos fazer alguma coisa? Aprender fazendo, “colocando a mão na massa”, é a melhor forma de sair da inércia e caminhar rumo à realização de sonhos e objetivos.

Como aprender fazendo

A vida profissional do empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, resume-se a aprender fazendo. O publicitário primeiro ingressou no ramo para só depois fazer faculdade na área – porém, nada ocorreu de forma planejada.

Tagawa, que hoje é dono de uma agência de publicidade, começou a fazer os primeiros panfletos após receber o pedido inesperado de um cliente. Ele trabalhava com produção de fotos quando uma das empresas para a qual prestava serviço perguntou se ele poderia produzir um panfleto. Sem ter a menor ideia de como fazer tal produção, respondeu positivamente.

“Primeiro eu falo ‘sim’ para depois pensar como eu vou fazer. Em alguns momentos os resultados foram bons, em outros, ruins. Mas avalio que durante a minha vida essa postura me ajudou muito mais do que me prejudicou”, observa.

Nesse caso em que recebeu o pedido para fazer panfletos de divulgação, o empreendedor conta que precisou “se virar”: foi atrás de profissionais que sabiam executar o serviço e adquiriu os equipamentos necessários – no caso, parcelou um antigo computador da Mac, o “Macintosh,” em 36 vezes, o que ocorreu há cerca de 20 anos.

“Ficou horrível o folheto, mas aí o cara falou: a partir de hoje você é minha agência. Ele na verdade não gostou do folheto, mas como eu tinha me esforçado para entregar, ele me deu a chance”, explica.

Maturidade para aceitar um desafio

Com o passar do tempo, Tagawa afirma que adquiriu maturidade para refletir antes de aceitar um pedido, já que nem sempre responder sim para tudo pode ser uma boa ideia. São incontáveis as experiências em sua vida de aceitar uma proposta ou entrar em uma sociedade e só depois descobrir como colocar a ideia em prática. Por conta disso, já recebeu até pedido de falência da empresa no passado.

“Ser assim, por um lado, sempre me ajudou muito. Eu não tinha receio. De alguma maneira as coisas que aconteciam ao meu redor me ajudavam e tudo dava certo no final, mas muitas vezes eu fui despreparado.”

Equilíbrio e uma dose de risco

O empresário acredita que as práticas da Filosofia do Bonsai, como buscar o autodesenvolvimento, praticar meditação e exercícios de respiração hoje o ajudam a ficar centrado e a evitar aceitar propostas por impulso, por exemplo. Apesar disso, garante que prefere arrepender-se do que fez do que daquilo que não fez.

Para ele, arriscar-se é fundamental. “Mesmo quando deu errado, no final deu certo, porque me gerou muito aprendizado. Eu só tive oportunidades porque fiz movimentos.”

E Tagawa não é o único a pensar dessa forma, seguem outras frases de célebres personalidades que nos inspiram a aprender fazendo:

“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer” – Aristóteles.

“Deve-se aprender fazendo a coisa; pelo pensamento você acha que sabe. Você não tem certeza, até que você tente” – Sófocles.

“Tudo sempre parece impossível até que seja feito” – Nelson Mandela.

Alma, Propósito

Nunca está satisfeito com a vida? Tenha controle sobre seus desejos

11 de outubro de 2017

Por Gabriela Gasparin

“Nada é bastante para o homem para quem tudo é demasiado pouco”, disse o filósofo grego Epicuro, nascido em 341 a.C., cujos pensamentos são considerados bastante atuais nos dias de hoje. O pensador nos estimula a refletir sobre nossa a desenfreada busca por satisfazer desejos “insaciáveis”. Afinal, é importante estarmos conscientes do que desejamos e quais prazeres buscamos saciar.

Quais são os seus desejos?

Epicuro, de certa forma, faz uma apologia à uma vida sem excessos. Afirma em sua filosofia que alcançamos a felicidade ao controlar os nossos desejos – ou seja, desejando as coisas de forma moderada. Por meio da saúde do corpo e a serenidade do espírito, podemos encontrar a tranquilidade e a felicidade, garante. Do contrário, atraímos perturbações e a infelicidade.

Para Epicuro, há três tipos de desejo: “os naturais e necessários”, que suprem necessidades básicas, como alimentar-se e dormir (sem as quais, morremos); “os desejos naturais e não necessários”, como o sexo, gula, excesso de sono e embriaguez, por exemplo. E os “não naturais e não necessários”: como glória, sucesso, luxo, riqueza, etc, vistos como “vazios” pelo pensador.

Tudo o que desejamos deve ser satisfeito?

Os tipos de desejo elencados por Epicuro podem nos ajudar a refletir sobre o que queremos e por quê. Muitas vezes buscamos sanar prazeres para preencher algo que nada tem a ver com sanar uma necessidade do nosso corpo. Quantas vezes recorremos à comida em excesso, ao consumo, à fama ou ao poder apenas para suprir uma ansiedade ou sentimento de tristeza?

Segundo o filósofo, devemos buscar a satisfação dos desejos “naturais e necessários” com comedimento – afinal, comer e beber demais com frequência pode nos causar mal estar e nos afastar da felicidade. Com relação ao segundo grupo, podemos satisfazê-lo, mas pode fazer mal ao nosso espírito se buscados em excesso.

Contudo, é com relação ao terceiro grupo de desejos que podemos refletir: de fato precisamos saciá-los? No livro “A vida que vale a pena ser vivida”, os autores Clóvis de Barros Filho e Arthut Meucci explicam que a satisfação dos desejos “não naturais e não necessários” é repudiada por Epicuro. “Todos esses desejos, se realizados, nada agregam ao bem-estar, não prolongam a vida e não trazem tranquilidade para o corpo e para a alma”, defendem.

Outra reflexão que os autores levantam é o quanto buscamos no consumo uma nova posição ou identificação. “Quase todas são artificiais e, portanto, não necessárias. Assim, teremos mais posses, mais coisas do que nos vangloriar, mas continuaremos tristes.”

Desejamos para suprir o sofrimento

 Os prazeres têm muito a ver com o sofrimento: afinal, bebemos água para aplacar a sede, dormirmos para descansar, procuramos uma casa não só por proteção, mas também conforto. Até mesmo a busca pela beleza pode ser sadia – uma vez que o belo alegra nossos olhos e alma.

Não devemos eliminar os desejos, mas refletir a origem deles e qual dor buscar sanar. “Posso perceber meus desejos por qualquer coisa ou pessoa. Posso desejar ter um templo, por exemplo. Posso desejar me alimentar melhor. Posso desejar alcançar a iluminação suprema. Posso desejar consumir de forma responsável”, afirma a monja zen budista conhecida como Monja Coen, em sua página na internet.

Diferente é o apego, diz: “apego é como se passasse melado, cola na mão. Ficamos grudados, limitados, causamos sofrimento e sofremos. Livrar-se dos apegos é estar satisfeita, satisfeito com a realidade tal qual é”.

Avaliar os desejos é justamente importante ferramenta para conseguir realizar aqueles que de fato nos levam à felicidade – em vez de proporcionar apenas satisfação momentânea e, no futuro, resultam em culpa e mais mal estar. Talvez nos tempos de hoje Epicuro pudesse nos aconselhar com um “deseje com moderação.”

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Alma, Propósito

Aprenda a estabelecer prioridades na vida

11 de outubro de 2017

Quem tudo quer, nada tem”, já diz a sabedoria popular. Você já viveu uma situação onde buscou muitas coisas e, ao final, não conseguiu nada? Isso ocorre justamente porque precisamos estabelecer prioridades na vida e focar nelas para alcançar objetivos. Caso contrário, viveremos sempre querendo tudo e não tendo nada.

Como estabelecer prioridades na vida

Querer ter vários amigos e não conseguir estar presente em encontros; desejar atender bem muitos clientes e fazer uma entrega sofrida; tentar agradar a todos os familiares. Foi querendo “abraçar o mundo” que Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, percebeu que “não estava abraçando ninguém”.

Aos poucos Tagawa percebeu a importância de ter foco em determinados setores da vida para conseguir evoluir como ser humano e crescer nos negócios. “Eu não conseguia fazer tudo aquilo que eu gostaria. Então, em vez de eu ficar dividindo energia em diversas coisas, eu decidi que é melhor me concentrar em prioridades”, explica.

Fazer algo bem feito

Focar na qualidade e não na quantidade é uma escolha importante para quem deseja evoluir em qualquer nível da vida. O que adianta fazer cursos de três idiomas ao mesmo tempo, se não conseguir falar bem nenhum deles? Ou fazer investimentos pensando no futuro, mas gastar muito dinheiro?

Na Filosofia do Bonsai, o equilíbrio é o principal conceito norteador. A miniárvore é uma natureza moldada pelas nossas mãos. Fazendo uma analogia com nossas vidas, devemos refletir como as moldamos para atingir o objetivo que queremos. Temos que estar conscientes que não damos conta de tudo. E saber fazer escolhas é fundamental.

“Eu tenho muitos amigos? Não. Percebi que são poucos amigos que eu consigo manter acesos. Não adianta a gente ter milhares de amigos e no fim não cuidar de nenhum direito”, esclarece Tagawa.

É preciso escolher entre ter uma plantação de eucaliptos ou um jardim de bonsais, explica Tagawa. No eucalipto produzido em série as raízes são curtas, todas as árvores são iguais e logo são cortadas para o uso da madeira.

Já o bonsai leva anos para adquirir uma copa robusta, exige cuidado diário e atenção: porém, a árvore é bela e exótica. “Então eu acho que o grande aprendizado é: como não podemos ter tudo na vida, façamos escolhas. E as escolhas que fizermos, façamos bem feito.”

Equilíbrio na Filosofia do Bonsai 

É importante não cairmos no erro de fazer “mínimo de tudo e o máximo de nada” ou seja: querer fazer tudo ao mesmo tempo e não concluir nada com qualidade. As práticas da Filosofia do Bonsai ajudaram Tagawa a se conhecer melhor, ter mais calma e a focar em atividades. “Eu fazia o mínimo de tudo porque eu queria dar conta, mas você não consegue fazer tudo”.

Afinal, se “quem quer abraçar o mundo acaba não abraçando ninguém”, melhor dar um abraço bem apertado naqueles que nossos braços alcançam, não é mesmo?

Autodesenvolvimento, Mente

‘Tá ruim, mas tá bom’: a desculpa que nos impede de sair da zona de conforto

6 de outubro de 2017

“Tá ruim, mas tá bom” é uma crença comum que muitos de nós temos. Geralmente ela serve como desculpa para nos manter estagnados e nos impede de sair da zona de conforto. Quando isso acontece, precisamos analisar a situação e enxergá-la de outra perspectiva. Se o que está ruim pesa mais do que aquilo que está bom, algo precisa ser feito.

Como sair da zona de conforto

A zona de conforto é um cenário de acomodação em nossas vidas, que pode ocorrer tanto no âmbito pessoal como profissional. Nos encontramos em tal situação quando apenas repetimos hábitos, pensamentos e comportamentos por costume, sem refletir se aquilo é necessariamente o que precisamos, devemos ou queremos fazer de nossas vidas.

O pensamento “está ruim, mas está bom” caracteriza tal cenário. Afinal, pode até ser confortável acordar todos os dias para ir a um emprego estável e rotineiro – esse é o lado bom. O ruim é quando internamente sabemos que esse trabalho não nos proporciona qualquer tipo de prazer, desafio ou evolução, e nos sentimos entediados ao executar as funções.

Para Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, a crença “tá ruim, mas tá bom” ocorre quando nos acostumamos com pouco. “Quando isso acontece, a pessoa tem que sair daquela ótica. Olhar a situação de outra perspectiva”, sugere. Com isso, podemos enxergar que a vida que estamos levando não é bem aquela que gostaríamos de ter

Falsa sensação de segurança

Estar na zona de conforto nos causa uma falsa sensação de segurança. Como estamos acostumado a ela, não sentimos qualquer medo, risco ou ameaça. Contudo, nada na vida é estável ou permanente e a zona de conforto é uma “ilusão”.

“Todo mundo faz questão de não arriscar pela segurança. Muitas vezes a pessoa trabalha em uma empresa durante 40 anos, mas sempre reclamando. De repente ela tem a oportunidade de montar um negócio e fazer aquilo que gosta, mas ela continua lá pelo simples fato da segurança, em vez de investir em algo que poderia fazê-la feliz”, avalia.

Tagawa tem uma frase que ilustra essa situação: “quer segurança? Compra uma geladeira”, diz. “Ela vai funcionar durante 20 anos, não vai quebrar, só que ela vai fazer sempre a mesma coisa.”

Plano B

No mundo do empreendedorismo, é comum os especialistas alertarem para a importância de qualquer indivíduo ter um Plano B na vida profissional. Isso implica em sair da zona de conforto e pesquisar, paralelamente ao emprego atual, formas alternativas de trabalho. Essas opções podem ser tanto dentro do seu campo de especialização como fora dele – desde que você tenha afinidade e interesse pela nova área.

A sugestão é que tal busca seja feita aos poucos, com começar um curso diferente, pensar em formas autônomas de trabalho, participar de eventos e ampliar a rede de relacionamentos.

O autoconhecimento é muito importante para quem quer sair da zona de conforto. É preciso conhecer a si mesmo para saber o que te move, quais são as suas limitações e anseios. De repente podemos ser mandados embora do emprego ou o parceiro com quem nos relacionamos há anos optar por encerrar a relação. Nesses casos, quem estiver consciente da impermanência da vida lidará melhor com a situação.

Mente, Vida Profissional

Como sair do ciclo de ‘apagar incêndios’ na vida empreendedora

2 de outubro de 2017

Quem é empreendedor sabe: vez ou outra é preciso “apagar incêndios” dentro da empresa, ou seja, resolver de última hora um caos instalado. O que não pode acontecer é essa forma de lidar com problemas ser institucionalizada no negócio. Viver apagando incêndios é insustentável no longo prazo, atrapalhando o crescimento e a produtividade.

A Filosofia do Bonsai originalmente nasceu na agência de publicidade do empresário Alexandre Tagawa, como forma de ajudá-lo a sair de um ciclo contínuo de incêndios a serem apagados. Isso ocorreu em 2008, após o estouro da crise econômica mundial e quando o empresário se viu obrigado a demitir grande parte da equipe.

Fazia anos que a agência de Tagawa operava sem um sistema de gestão institucionalizado. Tudo era controlado manualmente e era comum a equipe trabalhar de madrugada ou aos finais de semana para cumprir prazos. A chegada da crise foi como jogar álcool no fogo, aumentando as chamas.

A intenção era justamente trazer equilíbrio ao negócio, tanto no lado emocional dos funcionários quanto na parte prática, com organização e planejamento. A filosofia foi o começo de uma série de medidas implantadas ao longo dos anos no negócio, mas a ideia inicial era justamente começar a organizar a casa.

Inicialmente foram criadas a missão, visão e os valores da empresa. Isso foi feito com a participação de toda a equipe. Posteriormente, Tagawa pesquisou formas de ter um sistema de planejamento e organizar os esquemas internos de trabalho. Na parte tecnológica, foram implantadas ferramentas e softwares que acompanhassem a demanda de trabalho.

Sem organização negócio não se sustenta

Levou anos para Tagawa aprender, mas hoje o empresário sabe que sem organização um negócio não fica de pé. “Se você vai ser empresário e ter uma vida empreendedora, planejamento e gestão financeira são fundamentais para você prosperar.”

O empresário era jovem quando abriu o primeiro negócio. Aos 20 anos montou um salão de cabeleireiros junto com a mãe e, paralelamente, abriu uma pequena produtora de books fotográficos e eventos. Entrava em sociedades sem refletir muito e passou anos patinando, chegando a se endividar ao ponto de ter um oficial de Justiça batendo na sua porta para decretar a falência do negócio.

“As coisas eram cheias de altos e baixos. Eu não tinha fluxo de caixa, não tinha reserva. Sempre estava no vermelho. Eu ia tocando. Sabe quando você tem três tampinhas e cinco garrafas, tampa daqui e destampa dali? Era assim que acontecia.”

Separar as despesas é fundamental

Um de seus principais erros do passado era misturar as contas pessoais com as da empresa. Ou seja: ele mantinha uma só conta para pessoa física e jurídica. Não controlava o dinheiro que era do negócio e nem o seu salário. “Sabe o que acontece se você não tem um pró-labore e vai tirando dinheiro conforme a sua necessidade? Você nunca sabe se a empresa dá lucro.”

De acordo com ele, esse é um grande erro de boa parte dos empreendedores. Aí vem, novamente, a necessidade de “apagar incêndios”, ou seja, ir atrás de empréstimos altíssimos para pagar dívidas. “É um ciclo vicioso. Aí você entra em cheque especial, começa a pagar o mínimo dos cartões de crédito, começa a se endividar e vira uma bola de neve. Você não consegue mais controlar e quando vai ver, está quebrado.”

Com o passar do tempo, Tagawa percebeu que a Filosofia do Bonsai o ajudava também na vida pessoal. Ou seja, além de arrumar a casa nos negócios, ele viu a necessidade de estar equilibrado internamente. De acordo com o empreendedor, estar bem consigo mesmo é muito importante para quem quer tocar uma empresa: isso ajuda a ter foco e tranquilidade na hora de tomar decisões, reduzindo ainda mais a necessidade de apagar incêndios.

Alma, Filosofia, Mente, Propósito

Como fazer o universo conspirar a nosso favor

27 de setembro de 2017

É popularmente conhecida a frase: “quando realmente queremos alguma coisa, o universo conspira a nosso favor”. Crenças à parte, a frase já pressupõe uma participação ativa nossa para que algo se realize, o querer. Realmente acreditamos que o que queremos é possível? O que estamos fazendo para tornar esses desejos realidade? Com essa etapa definida, ter fé que o universo vai nos ajudar é um estímulo a mais.

O universo conspira a favor do que?

Acreditar que o universo conspira a nosso favor pode nos ajudar, e muito, na concretização de objetivos. Afinal, especialistas em psicologia e neurociência afirmam que o pensamento positivo e o otimismo são muito importantes quando desejamos algo.

Porém, precisamos fazer a nossa parte. O filósofo Mário Sérgio Cortella nos alerta para a importância de sabermos identificar sonhos de delírio. “O sonho é aquilo que nos impulsiona, é um desejo que no futuro queremos buscar. O delírio carrega dentro de si a impossibilidade”, explica em vídeo disponível no YouTube.

Cortella esclarece: “sonhar tem que ter dentro de si a possibilidade de ser factível. O sonho é o desejo com factibilidade”. Como exemplo ele conta que por mais que queira ser o melhor jogador de futebol da Fifa em 2017, isso não será possível. “Eu não teria condição orgânica de fazer isso, nem se eu rezar muito, se minha mãe fizer novena, se eu ler o livro ‘O segredo’”, brinca.

‘Minha vida é feita de o universo conspirar’

O empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, costuma dizer com frequência que o universo conspira a seu favor. “A minha vida é feita de o universo conspirar. Mesmo nas adversidades, parece que se abre um portal para mim e eu consigo sair da roubada. Isso é algo muito forte em minha vida”, garante.

Contudo, mesmo acreditando na força da atuação do universo sobre a vida, Tagawa passou a perceber, com o tempo, que quanto mais equilibrado ele está consigo mesmo, maior é a probabilidade de perceber essa sincronicidade com algo maior. “Quando você está equilibrado parece que acessa com mais facilidade o portal. Quando você está muito agitado, muito fora do eixo, em adversidades, você nem consegue perceber que ele existe”, afirma.

Ao estar equilibrado, você percebe um conexão com o universo em quase todos os movimentos que você faz na sua vida. “Minha intuição sobe, meu humor oscila menos e eu consigo ficar mais focado.”

Ansiedade, pressa, agitação e nervosismo eram sintomas muito comuns na vida de Tagawa, que sofreu durante muito tempo com a falta de equilíbrio. Após ser diagnosticado com uma doença e passar por uma cirurgia, ele percebeu que precisava dar um basta em hábitos que o prejudicavam. Desde então, medita, faz rituais, repete mantras e pratica atividades físicas diariamente.

Conspirar a favor é possível?

No blog Sobre Palavras, o autor Sérgio Rodrigues diz que o emprego do verbo “conspirar” com sentido positivo não está errado. “Trata-se de uma expansão semântica, com alguma dose de licença poética, em que a carga negativa da acepção mais conhecida desaparece para deixar apenas a ideia de ‘tramar em segredo’ para a obtenção de certo resultado, que tanto pode ser positivo quanto negativo”, defende.

De acordo com ele, o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa diz que um dos significados de conspirar é: “conduzir ou levar a um resultado; contribuir para um fim”.

Filosofia, Mente

Viver apressadamente só nos traz atrasos

11 de setembro de 2017

“O apressado come cru”, “a pressa é inimiga da perfeição”. A sabedoria popular nos ensina que a pressa não é uma boa companhia para as nossas vidas. Estamos cansados de saber disso, mas na prática é difícil eliminá-la do nosso dia a dia, não é mesmo? Uma boa maneira de aprender a como ter mais calma e paciência é olhar por outra ótica: perceber que viver apressadamente na verdade só nos traz atrasos.

Como termos mais calma e paciência

“Sempre que tive pressa, dei um passo pra trás”, garante o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai. Tanto no âmbito pessoal como profissional, ele afirma que a ansiedade o fez voltar muitas casas no “jogo da vida”. “Essa postura sempre me atrapalhou. Sempre tive pressa e ansiedade.”

Nos negócios, ele já aceitou mais clientes do que tinha capacidade de suportar; entrou em sociedades que não tinham solidez pensando apenas em resultados futuros que nunca chegavam. Na vida pessoal, precipitou-se ao entrar em um casamento sem o relacionamento estar maduro o suficiente. De nada adiantou ser tão apressado: chegou a receber pedidos de falência de empresas e precisou rever o casamento.

“A pergunta que a Filosofia do Bonsai faz é: qual é o tamanho do seu jardim? De quantos bonsai eu posso cuidar?”, sugere Alexandre. “Se eu quero ser um diretor, então é preciso saber da responsabilidade que envolve ter essa função em uma empresa. Você está disposto a assumir essa responsabilidade? Se sim, você pode seguir passo a passo o caminho para alcançar esse desejo.”

O prazer está na jornada

O que acontece é que muitas vezes queremos ser diretores, mas com responsabilidades de analistas, e isso não é possível. “O grande erro do ser humano é não saber o que ele quer”, avalia Tagawa.

Quem realmente gosta das funções executadas por um diretor, por exemplo, não vai ter pressa em atingir o posto sem antes aprender tudo o que é necessário para tal – afinal, o aprendizado será prazeroso em si.

“Com paciência, visão de futuro, planejamento, é aí que você consegue atingir a maturidade”, defende Tagawa. Quem cuida de um bonsai, por exemplo, sabe que leva muito tempo para a miniárvore ser moldada e ficar com galhos exóticos e bonitos. O bonsaísta tem consciência disso, mas se envolve no percurso até atingir o objetivo.

Sábia frase atribuída ao escritor britânico Gilbert Keith Chesterton diz: “uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que isso nos faz perder.” Em entrevista disponível no YouTube, o filósofo Mário Sérgio Cortella diz que há uma diferença entre pressa e velocidade. “Viver apressadamente não é viver velozmente. Velocidade é sinal de habilidade. Pressa, de desorganização e despreparo.”

Alma, Propósito

Frases que nos inspiram a tomar coragem para seguir o caminho do coração

30 de agosto de 2017

Por Gabriela Gasparin

“Numa terra de fugitivos, aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo”, diz disseminada máxima do poeta inglês T. S. Eliot. Frase com significado muito semelhante é de autoria de outro poeta, o polonês Stanislaw Jerzy Lec: “para chegar à fonte, é preciso nadar contra a corrente”. As imagens transmitidas pelas palavras desses sábios pensadores nos inspiram a tomar coragem para seguir o caminho do coração.

Dê o primeiro passo rumo ao caminho do coração

Caso as duas frases ainda não tenham servido de inspiração para você dar agora o primeiro passo rumo ao que sempre sonhou, outra dica é imaginar as seguintes cenas: é um dia de muito calor e você está finalmente chegando embaixo de uma energética cachoeira, após o esforço de ter nadado contra a correnteza. Ou: você está se despedindo de uma empresa, grupo ou comunidade da qual participava, mas sente que aquele lugar não te pertence mais.

Qual sensação você sentiu? Liberdade, alívio, felicidade e alegria são respostas possíveis. Contudo, todos sabemos que outras sensações muito diferentes podem estar impedindo a ação: medo, insegurança, sofrimento, abdicação e dor, por exemplo.

No caminho a toda conquista ou vitória, há sempre um esforço ou dificuldade a ser vencida e superada. Contudo, estudiosos e especialistas asseguram que mais vale arriscar-se do que viver na frustração.

Comece a voar

Vencer o medo é o primeiro passo a ser dado. Um trecho de autoria do escritor francês Guilherme Apollinaire diz: “nós os conduzimos até a borda e pedimos que voassem. Eles não arredaram o pé. Voem, dissemos. Eles não se mexeram. Nós os empurramos para o abismo. E eles voaram.”

Temos medo de não conseguir, de sofrer e de passar por dificuldades. Tememos até o que os outros vão pensar de nós caso comecemos a fazer o que realmente queremos. Enquanto isso, ficamos no campo do desejo e não partimos para a ação. E por isso que uma característica importantíssima precisa estar presente em nós para que possamos “pular no abismo e começar a voar”: o otimismo e a crença de que tudo dará certo.

O filósofo alemão Goethe nos faz refletir que quando caminhamos rumo ao caminho do coração, coisas inimagináveis acontecem para a nossa realização:

“Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade fundamental, cujo desconhecimento mata inúmeras ideias e planos esplêndidos: a de que no momento em que nos comprometemos definitivamente, a Providência move-se também. Toda uma corrente de acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes, encontros e ajuda que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção. Se você é capaz de sonhar, então já é capaz de realizar. A coragem contém em si mesma genialidade, poder e magia. Comece agora.”

‘Não confunda derrota com fracasso’

Ao adentrarmos o caminho do coração, temos que ter consciência, contudo, de que coisas podem dar errado. Nessas horas, ter resiliência é fundamental.

O filósofo Mário Sérgio Cortella, em entrevista à rádio CBN durante as Olimpíadas de 2016, falou sobre a capacidade dos atletas de não temerem a derrota. “Não confunda derrota com a ideia de fracasso. Uma pessoa não fracassa quando ela é derrotada, ela fracassa quando desiste após ser derrotada”, ressaltou.

De acordo com Cortella, só conseguimos a capacidade de equilíbrio naquilo que pratica quando admite que, vez ou outra, é tirada do caminho da vitória. “O fracasso existe quando você desiste sem tentar de novo. A derrota ela faz parte, não é a coisa mais gostosa, mas é um componente da vida.”

 

*Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria