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Quer liberdade? Assuma a responsabilidade pela própria felicidade

24 de janeiro de 2018

Por Gabriela Gasparin

“Liberdade exige responsabilidade, é por isso que tanta gente tem medo dela”, diz a frase do escritor irlandês George Bernard Shaw. Victor Hugo diz algo muito parecido: “tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade”. É comum idealizarmos a liberdade, imaginando que estar completamente livre de algo que nos prende é o passe mágico para a felicidade. Contudo, em vez de apenas sonhar com ela, que tal sermos responsáveis e encarar seus prós e contras de uma vez por todas?

Livrar-se de um emprego, de um relacionamento, de ordens de superiores ou de qualquer outra situação que nos prenda é o desejo de muitas pessoas. Quando estamos em tais circunstâncias, é comum colocarmos toda a culpa de nossa infelicidade na entidade que nos prende, não é verdade?

“Se eu não precisasse mais trabalhar nessa empresa eu seria feliz”, “esse casamento me impede de ser quem sou” e ”os estudos da faculdade atrapalham minha diversão”, são frases corriqueiras em nosso cotidiano. Porém, o erro que cometemos muitas vezes ao fazer tais queixas é deixar de avaliar como seria a nossa vida caso não tivéssemos tais amarras e, se consideremos que seria melhor, encarar o desafio de vez.

Largar o emprego rumo a um destino desconhecido, por exemplo, é uma decisão que exige coragem. Afinal, é como diz a disseminada frase do ator Antônio Abujamra: “enforque-se na corda da liberdade”. Estar livre pode ser de fato sufocante para quem está acostumado a sempre culpar fatores externos pelas adversidades da vida.

Sua felicidade está nas suas mãos

Ser livre significa assumir que toda a responsabilidade por sua felicidade está em suas próprias mãos. O medo vem porque sabemos que não teremos mais de quem reclamar. “Ser-se livre não é nada fazer, é ser-se o único árbitro daquilo que se faz ou daquilo que se não faz”, disse o pensador francês Jean de La Bruyere. E aí, vai encarar?

Arbitrar a nossa própria vida significa saber claramente quais são as regras do jogo. O que inclui momentos de sofrimento, mas também de evolução e aprendizado. Jamais teremos todas as garantias e seguranças de tudo, mas estar disposto a correr riscos faz parte da jogada.

É por isso que a liberdade exige desprendimento. Devemos ter consciência que não temos controle sobre tudo e estarmos prontos para os imprevistos que surgirem. “Para a liberdade só há um caminho: o desprezo das coisas que não dependem de nós”, diz o filósofo Epicteto. Na mesma direção, segue a máxima atribuída a Diógenes: “só é verdadeiramente livre quem está sempre pronto a morrer”.

O que te move?

O exercício de conhecer a si próprio ajuda na jornada rumo a uma vida mais livre. Precisamos estar conscientes do que nos move ao saltarmos cada uma das amarras. Só com esse objetivo claro é que teremos forças para enfrentar todas as adversidades que porventura aparecerem.

Encarar a liberdade com tudo o que ela traz, significa estar disposto a mudar padrões mentais que muitos de nós aprendemos desde pequenos. A citação atribuída a Alejandro Jodorowsky diz: “pássaros criados em gaiolas acreditam que voar é uma doença”. É preciso perder o medo de voar e estar disposto a cair algumas vezes ao bater as asas pela primeira vez. Com certeza, o prazer do voo vale o esforço.

Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.