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Quais crenças atrapalham seu crescimento?

19 de setembro de 2017

Ao longo da vida acumulamos uma série de crenças limitantes que atrapalham a nossa evolução. São ideias que ouvimos da nossa família, da sociedade ou que criamos e acreditamos profundamente que são verdade. Porém, muitas delas são apenas construções sociais ou da nossa mente. Precisamos quebrá-las para avançar etapas e crescer.

Como nascem as crenças limitantes

Tudo o que escutamos de nossos pais, na escola, de amigos e na mídia, além de situações que vivenciamos, constroem nossas crenças no decorrer da vida. Quando chegamos à fase adulta, acumulamos uma série de verdades absolutas sobre vários âmbitos da existência. A questão é que nem sempre essas crenças correspondem à realidade.

É assim que nascem as crenças limitantes: são ideias negativas a respeito de situações ou de nós mesmos que nos impedem de crescer. Elas agem sobre tudo o que pensamos, sentimos e fazemos.

Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, por exemplo, ouviu muito de seus familiares quando criança que ele não teria futuro, que se tornaria um “marginal”. Isso porque ele teve uma infância conturbada e era um aluno muito rebelde na escola.

A crença que ele construiu no decorrer da vida era a de que ele não seria capaz de ter sucesso sozinho. Ele se tornou um adulto inseguro. Estava sempre procurando alguém para estar ao seu lado nos negócios, mesmo que o sócio não fosse o ideal para o que ele precisava.

Crenças são como ímãs

As crenças são como ímãs, você crê em uma verdade e ela se torna real, diz a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. Isso acontece porque, quando estamos conectados com uma verdade, a vida nos trará situações que sejam compatíveis com tal vibração.

É necessários que criemos distância dessas crenças enraizadas dentro de nós para que possamos ressignificá-las. Toda vez que identificarmos um pensamento negativo vindo à nossa mente, devemos refletir se ele realmente é verdade ou se é apenas uma construção criada ao longo dos anos.

“Não é porque alguém disse que você é incapaz que isso é verdadeiro. Não é porque um relacionamento não deu certo uma vez, que toda vez será igual. Não é porque tudo ainda não está como queria em sua carreira e vida pessoal, que não vai conseguir”, alerta o Instituto Brasileiro de Coaching. De acordo com a organização, é muito importante ter esta consciência e buscar ser mais otimista em relação a si mesmo.

Quebre as crenças que te fazem mal

Tagawa afirma que precisou bater muito a cabeça para entender alguns comportamentos que repetia por conta de crenças limitantes que o atrapalhavam. Nos negócios, por exemplos, participou de várias sociedades que não deram certo até entender que elas eram apenas uma “muleta” para a sua insegurança.

Ele revela que precisou de resiliência para expandir esse pensamento. “Eu poderia ficar remoendo tudo aquilo que eu passei, com medo de tudo e não expandir para a vida”, lembra. “Todos os dias e eu acredito que a minha vida é próspera.”

Para superar a crença limitante, umas das ações é entender de onde ela veio. Por exemplo, se você pensa todos os dias que não é capaz de fazer algo, tente identificar o que te faz pensar dessa forma. Entenda a origem da crença e a transmute. Se sentir dificuldades, busque a ajuda de algum profissional para te ajudar.

Filosofia, Mente

Viver apressadamente só nos traz atrasos

11 de setembro de 2017

“O apressado come cru”, “a pressa é inimiga da perfeição”. A sabedoria popular nos ensina que a pressa não é uma boa companhia para as nossas vidas. Estamos cansados de saber disso, mas na prática é difícil eliminá-la do nosso dia a dia, não é mesmo? Uma boa maneira de aprender a como ter mais calma e paciência é olhar por outra ótica: perceber que viver apressadamente na verdade só nos traz atrasos.

Como termos mais calma e paciência

“Sempre que tive pressa, dei um passo pra trás”, garante o empresário Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai. Tanto no âmbito pessoal como profissional, ele afirma que a ansiedade o fez voltar muitas casas no “jogo da vida”. “Essa postura sempre me atrapalhou. Sempre tive pressa e ansiedade.”

Nos negócios, ele já aceitou mais clientes do que tinha capacidade de suportar; entrou em sociedades que não tinham solidez pensando apenas em resultados futuros que nunca chegavam. Na vida pessoal, precipitou-se ao entrar em um casamento sem o relacionamento estar maduro o suficiente. De nada adiantou ser tão apressado: chegou a receber pedidos de falência de empresas e precisou rever o casamento.

“A pergunta que a Filosofia do Bonsai faz é: qual é o tamanho do seu jardim? De quantos bonsai eu posso cuidar?”, sugere Alexandre. “Se eu quero ser um diretor, então é preciso saber da responsabilidade que envolve ter essa função em uma empresa. Você está disposto a assumir essa responsabilidade? Se sim, você pode seguir passo a passo o caminho para alcançar esse desejo.”

O prazer está na jornada

O que acontece é que muitas vezes queremos ser diretores, mas com responsabilidades de analistas, e isso não é possível. “O grande erro do ser humano é não saber o que ele quer”, avalia Tagawa.

Quem realmente gosta das funções executadas por um diretor, por exemplo, não vai ter pressa em atingir o posto sem antes aprender tudo o que é necessário para tal – afinal, o aprendizado será prazeroso em si.

“Com paciência, visão de futuro, planejamento, é aí que você consegue atingir a maturidade”, defende Tagawa. Quem cuida de um bonsai, por exemplo, sabe que leva muito tempo para a miniárvore ser moldada e ficar com galhos exóticos e bonitos. O bonsaísta tem consciência disso, mas se envolve no percurso até atingir o objetivo.

Sábia frase atribuída ao escritor britânico Gilbert Keith Chesterton diz: “uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que isso nos faz perder.” Em entrevista disponível no YouTube, o filósofo Mário Sérgio Cortella diz que há uma diferença entre pressa e velocidade. “Viver apressadamente não é viver velozmente. Velocidade é sinal de habilidade. Pressa, de desorganização e despreparo.”

Filosofia, Mente

Nossas cicatrizes são nosso maior legado

6 de setembro de 2017

Por Gabriela Gasparin

Existe uma disseminada frase da escritora dinamarquesa Izak Dinesen que diz: “todos os sofrimentos podem ser suportados se os convertermos numa história, ou se contarmos uma história sobre eles. Ser uma pessoa é ter uma história para contar”. Para o empresário Alexandre Tagawa, as cicatrizes que temos na vida nada mais são do que um legado. Foram as adversidades que ele encontrou pelo caminho que o levaram ao encontro da Filosofia do Bonsai, prática que tem transformado sua existência.

“As cicatrizes nada mais são do que um legado. Elas te mostram o quanto você pode ser forte”, afirma o empresário, que já passou por muitos altos e baixos na vida, tanto como empreendedor como na trajetória pessoal e familiar – suas vivências estão sendo compartilhadas aos poucos aqui neste blog e, em breve, toda a sua história estará registrada em um livro.

“Aquela cicatriz você vai transformar em história para você contar para alguém, compartilhar e dali gerar uma possibilidade de uma outra pessoa ouvir e compartilhar isso com outra, com outra, com outra… E assim a gente consegue unir pessoas prósperas”, acredita o empreendedor.

Dificuldades nos fazem crescer

As dificuldades nos fazem crescer, mas só conseguimos compreender o aprendizado depois que o problema já passou. Tal entendimento ocorre graças à nossa habilidade de recordar a história vivida, construindo uma nova narrativa sobre ela.

Há linhas que estudam a escrita de biografias para significar, ou ressignificar, nossas vidas após traumas, momentos difíceis ou fases de transformação – assim como Tagawa está fazendo com seus aprendizados.

Em seu livro “5 lições de storytelling”, o autor James McSill ressalta: “na vida, a grande força do storytelling vem do seu efeito inspirador, que permite às pessoas desconstruir, analisar e reinterpretar as próprias histórias a partir de suas próprias experiências, criar e recriar significados.”

A narrativa que fazemos sobre nós afeta nossa vida em si. McSill ressalta: “quanto mais conhecer de história para entender as histórias da sua vida, mais fácil será reinterpretá-las e transformá-las. Podemos narrar a mesma história com foco no problema ou na solução.”

‘Nós nos contamos a partir da nossa história’

Em “O nome do vento”, o autor Patrick Rothfuss explica que é como se o tempo todos nós contássemos uma história sobre nós mesmos dentro da nossa mente. E essa história é o que faz você ser quem você é. “Nós nos contamos a partir das histórias”, salienta Rothfuss.

Contadores de história e até especialistas em psicologia garantem que narrar nossas vidas ao outro é essencial. E muitos de nós sabemos o alívio que sentimos ao fazer um verdadeiro desabafo, não é mesmo?

De onde vem nossa necessidade de contar a própria história

Nossos hábitos de “contação de histórias” são antigos. No passado, a troca ocorria em círculos ao redor de uma fogueira no final do dia. Mais adiante, na cadeira posta em frente à calçada. Numa mesa de bar. Apesar de ainda contarmos com todas essas opções tradicionais, hoje essa tendência se intensificou, com a possibilidade de usarmos as redes sociais.

É claro que há todo um debate sobre o “espetáculo” que criamos com essa virtualização de nós mesmos em “avatares” online, costume que exige cuidado. Não é sadio quando se torna uma busca incessante e inconsciente por “curtidas”, por se tornar popular. Porém, o hábito e a vontade de nos fazer revelar para o mundo está dentro de nós.

Estudiosos da comunicação vão dizer que o ato de criar narrativas é intrínseco ao ser humano e faz parte de sua comunicação. E a comunicação, por sua vez, sempre foi a base da interação social e essencial para a vida do homem em sociedade, esclarece o jornalista Francisco Rudiger, em seu livro “Teorias da Comunicação”.

E taí a importância de falarmos – verdadeiramente – sobre nós mesmos. Ao nos narrar, marcamos nossa existência no mundo. Na Filosofia do Bonsai, a prática de conhecer a própria história é trabalhada dentro do pilar raiz. Afinal, quanto mais nos conhecemos, mais temos a possibilidade de atuar no mundo de forma inspiradora e próspera.

Que a nossa vida seja repleta de boas, e significativas, histórias!

* Gabriela Gasparin é jornalista, escritora e autora do livro “Vidaria, uma coletânea de sentidos da vida”. É também criadora do blog Vidaria.

Filosofia, Mente

Querer fazer tudo ao mesmo tempo só desequilibra a nossa vida

1 de setembro de 2017

Querer fazer tudo ao mesmo tempo é ânsia de muitos de nós. O problema disso é que invariavelmente ficamos frustrados ao perceber que tal pretensão é impossível de ser realizada. Como se não bastasse, quanto mais atividades tentamos fazer de uma vez, maior a probabilidade de nenhuma delas ficar bem feita. Quando isso ocorre, “fazemos o mínimo de tudo e o máximo de nada”, explica Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, e esse comportamento que só desequilibra a nossa vida.

Evite fazer tudo ao mesmo tempo

“Eu percebi que eu fazia o mínimo de tudo e o máximo de nada em todas as coisas da minha vida. Com isso, eu não fazia nada exemplar, nada 100%”, revela Tagawa, que seguiu tal comportamento por muitos anos, até perceber que precisava mudar.

O que nos faz agir de tal maneira é a ansiedade. Temos tantas atividades a serem realizadas ao longo do dia que não queremos abrir mão de nenhuma delas. Com isso, mal começamos a fazer algo e deixamos pela metade para conseguir dar conta de outra coisa, e assim por diante.

No livro “O Poder do Agora”, o escritor alemão Eckhart Tolle menciona uma sábia citação de Jesus Cristo: “‘por que vocês estão sempre ansiosos?’, perguntou Jesus aos seus discípulos. ‘Será que os seus pensamentos ansiosos podem acrescentar um simples dia às vossas vidas?’”.

‘Ter cinco garrafas e três tampinhas’

Tagawa afirma que agia dessa maneira tanto na vida pessoal como profissional. “Eu fazia o mínimo de tudo porque eu queria dar conta, mas você não consegue fazer tudo”. Na vida pessoal, se matriculava em cursos que não conseguia frequentar ou confirmava a presença em encontros entre amigos, mas não ia. Praticava vários esportes, mas sem qualquer rotina.

“Na minha empresa eu não delegava, eu era extremamente centralizador e não dava autonomia para que alguém pudesse fazer. Eu era cabeça dura”, avalia. Além disso, o empresário tinha dificuldade de dizer não a novos clientes ou projetos. O resultado é que o trabalho se acumulava e, como consequência, atrasos e erros aconteciam.

“A gente ficava sempre na corda bamba, vamos dizer assim. Então a empresa faturava e não sobrava dinheiro. A gente estava sempre com cinco garrafas e três tampinhas: tampa aqui, destampa ali.”

De quantos bonsais você consegue cuidar?

Depois de tanto apanhar, virar noites trabalhando para cumprir prazos e ter que refazer serviços, Tagawa percebeu que precisava mudar a maneira de atuar. “Se tenho muitos clientes e não consigo entregar um padrão de trabalho e resultado, devo reduzir os clientes”, afirmou.

A Filosofia do Bonsai o ajudou nesse sentido. Ele costuma fazer uma analogia entre uma plantação de eucaliptos e um jardim de bonsai: “o eucalipto tem um raiz curta, só estraga a terra [na plantação], é plantado e vendido em quantidade. O bonsai não. Não existe bonsai igual a outro, como não existe cliente igual a outro, nem uma pessoa igual a outra. Cada bonsai é único, ele tem a sua característica”.

Diante disso, a pergunta que devemos fazer quando nos pegamos querendo fazer tudo ao mesmo tempo é: “Qual o tamanho do jardim? De quantos bonsai eu consigo cuidar? Bonsai é equilíbrio. Que equilíbrio eu gostaria de dar ao meu negócio, à minha vida?”, questiona Tagawa.

Filosofia, Mente

Use os dias da semana para medir a qualidade de vida e garanta equilíbrio e bem-estar

28 de agosto de 2017

O que é ter uma vida boa para você? Na Filosofia do Bonsai, quanto mais equilibrados somos ao praticar aquilo que faz bem para o nosso corpo e mente, maior é a probabilidade de sentirmos bem-estar. Usar os dias da semana para medir a qualidade de vida, ou seja, o nível de satisfação pessoal com a rotina que levamos, pode nos ajudar a atingir o equilíbrio. Uma forma é aplicar o conceito “5 por 2”, como propõe Alexandre Tagawa, idealizador da filosofia.

Como medir a qualidade de vida?

Foi aos poucos que o empresário Tagawa descobriu que práticas como meditação, rituais, alimentação saudável e a realização de atividades físicas colaboravam para que a vida dele fosse mais harmônica e equilibrada. Contudo, durante muito tempo ele praticou essas atividades de forma irregular: ou seja, meditava só de vez em quando, fazia muitos exageros na alimentação durante a semana e só praticava exercícios físicos esporadicamente.

A falta de comprometimento resultava em uma vida cheia de altos e baixos. Ele vivia ansioso, estressado ou irritável. Não era raro descontar essa ansiedade em exageros na alimentação, comendo mais para “compensar” o nervoso – aquele hábito que muitos de nós conhecemos. Outro reflexo do desequilíbrio emocional era sentido no relacionamento pessoal e profissional, com brigas e discussões frequentes com familiares ou funcionários.

Ele vivia dessa forma até que resolveu fazer um “check up” geral e recebeu o diagnóstico de ter Esôfago de Barrett (que é, de forma simples, uma agressão ao esôfago por conta de refluxo). Ele precisou passar por uma cirurgia e desde então modificou todos os seus hábitos alimentares e de saúde física e mental. Caso não tivesse detectado a doença, ela poderia se desenvolver para um câncer no futuro.

Bem-estar medido pelos dias da semana

Tagawa começou a sentir os reflexos das práticas propostas pela Filosofia do Bonsai quando se comprometeu a realizá-las quase todos os dias. Quando percebeu o bem que essa regularidade proporcionava para o seu corpo e mente, criou a própria régua para se manter “na linha”.

O sistema, nomeado por ele de “5 por 2”, funciona da seguinte forma: dos sete dias da semana, ele se organiza para cumprir os preceitos da filosofia por no mínimo cinco dias. Se conseguir mais, por seis ou sete dias, melhor ainda.

“Se você conseguir estar ao menos cinco dias da semana bem, alimentando-se bem, meditando, fazendo rituais, praticando exercícios físicos, você vai realmente conseguir suportar qualquer adversidade”, assegura.

Tagawa acredita que esse conceito de “5 por 2” pode ajudar as pessoas a encontrarem o caminho da alegria, da felicidade, da espiritualidade e da saúde. “O que eu idealizo é o ‘6 por 1’, ou seja, manter o total equilíbrio por seis dias para em um deles poder comer um pouco mais, beber álcool, deixar de praticar exercício físico”, explica.

Cada um pode usar a régua para cumprir qualquer meta para a vida pessoal ou profissional. Ela nos permite prosseguir quando damos aquela escapadinha daquilo que propomos, pois sabemos que ainda há outros dias pelas frente para compensar o dia desequilibrado.

“Eu só comecei a tomar a consciência de que é muito fácil medir seu grau de felicidade quando comecei a usar os dias da semana. A semana tem sete dias. Você precisa estar pelo menos cinco dias bem com você mesmo. Isso já mostra que você está no caminho do equilíbrio”, conclui.

Filosofia, Mente

Quais valores guiam suas escolhas e decisões na vida?

14 de agosto de 2017

Você já parou para pensar em quais são os seus valores? Aqueles que permeiam suas escolhas e decisões na vida? Na Filosofia do Bonsai, conhecer a fundo os próprios valores é fundamental para ter uma vida próspera e equilibrada – item que é trabalhado dentro do pilar raiz. Ter em mente cada valor que nos guia é essencial para não cairmos em contradições com o que buscamos ou acreditamos. Mas, antes disso, é preciso entender o que é valor e como identificar os seus.

Afinal, o que são valores humanos?

“O valor de um homem mede-se pelo seu querer, não pelo seu saber”, explica o filósofo alemão Johann Friedrich Herbart. A frase nos ajuda a entender o significado de valor humano. Os valores são as verdades que guiam nossas decisões; ou seja, aquilo que internamente buscamos porque é importante para a nossa vida.

No livro “Desperte o Gigante Interior”, o renomado especialista em neurolinguística Anthonny Robbins esclarece: “qualquer coisa que você muito preza pode ser considerada um valor”. Ele explica que prezar alguma coisa significa atribuir-lhe importância.

Conhecer o que é de fato importante para nós, o que realmente defendemos, é essencial na hora de definir valores, pois são essas características que devem guiar nossos comportamentos e ações. “Os valores guiam cada decisão que tomamos, e assim o nosso destino”, defende Anthonny Robbins em seu livro.

Como identificar seus valores

“Só o tolo confunde o valor com o preço”, afirma o poeta espanhol Antonio Machado. Hobbins sugere que há dois tipos de valores: os meios e os finais. E explica os conceitos da seguinte maneira:

“‘Quais são as coisas a que dá mais valor?’, você pode responder ‘Amor, família, dinheiro…’ Desses, o amor é o valor final que está procurando; em outras palavras, o estado emocional que deseja. Por outro lado, família e dinheiro são apenas valores que servem como meios. Em outras palavras, servem para você acionar os estados emocionais que realmente deseja.” O dinheiro, por exemplo, é um meio que pode levar a determinado valor final: que pode ser segurança, afirma.

O autor lista os valores finais invariavelmente citados por participantes em seminários, que são: Amor, sucesso, liberdade, intimidade, segurança, aventura, poder, paixão, conforto e saúde.

Robbins ressalta que quando não conseguimos definir o que é mais importante nas nossas vidas, a tomada de decisão se torna uma forma de tortura interior. “Precisamos compreender que a direção de nossas vidas é controlada pela pressão magnética de nossos valores. São a força à nossa frente, sistematicamente nos levando a tomar decisões que criam o rumo e supremo destino de nossas vidas.”

Paz de espírito

Viver de acordo com os valores, aliás, gera não só poder de decisão, mas também paz de espírito. Para Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, isso ocorre a partir do momento que conseguimos entender que valores são inegociáveis – pois não abriremos mão deles na hora de decidir o caminho a seguir. “Na hora que você realmente constitui seus valores, no que você acredita, vai atrás disso”, defende.

Seja na vida pessoal ou profissional, devemos entender que viveremos por esses valores, não importa o que aconteça. E tal coerência deve ocorrer independente de haver ou não recompensas, ressalta Hobbins.

De acordo com o autor, devemos viver por nossos princípios mesmo em meio às tempestades, mesmo quando ninguém nos concede o apoio de que precisamos. E acrescenta: “o único meio de ter a felicidade a longo prazo é viver por nossos ideais mais altos; agir sistematicamente em consonância com o que acreditamos é fundamental em nossa vida.”

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‘Toda grande caminhada começa com um simples passo’, disse Buda

4 de agosto de 2017

“Toda grande caminhada começa com um simples passo”. Atribuída a Buda, essa frase é um estímulo e tanto a ser lembrado toda vez que formos começar uma mudança, da mais simples à mais complexa. Pode ser trocar de emprego, fazer novas amizades, morar fora ou mudar radicalmente de vida. Seja lá qual for seu desejo, lembre-se: para o sonho ser concretizado é indispensável dar o primeiro passo.

O que nos impede de dar o primeiro passo

Começar uma mudança sempre parece ser mais difícil do que dar continuidade a algo que já foi iniciado. É por isso que o poeta da Roma antiga Horácio disse: “quem começa uma coisa já tem metade feita”.

Fatores como preguiça, insegurança, medo e ansiedade são características paralisantes que nos impedem de realizar sonhos e atingir objetivos. Eles precisam ser combatidos quando percebemos que estamos procrastinando na hora de colocar um plano em prática.

Perguntas que podem ser feitas são: por que estou tão inseguro para tomar tal atitude? O que temo? Por que tenho tanta preguiça de começar a me exercitar? Por que estou com medo de mudar de emprego? Por meio do autoconhecimento encontramos as respostas dentro de nós mesmos, e isso nos ajuda a entender o que está nos impedindo de caminhar.

Começar é mais simples do que parece

Outra ação importante é ter consciência de que o primeiro passo geralmente é mais simples do que se imagina. É comum ficarmos ansiosos quando olhamos apenas para o objetivo final, para o resultado esperado lá na frente. A ansiedade nos atrapalha a focar nas ações práticas que precisam ser tomadas, cada uma a seu tempo, para atingir o desejo final.

Toda meta tem uma primeira ação, algo imprescindível para que ela seja concretizada. Se o objetivo é mudar de emprego, é preciso fazer um plano de ação e pensar: que medida devo tomar diariamente para atingir essa meta, e dentro de quanto tempo? Você provavelmente terá de se planejar para se candidatar a vagas ou entrar em contato com empresas. O primeiro passo pode ser enviar um e-mail por dia para cada empresa onde pretende trabalhar, o que não é tão difícil assim.

O mesmo vale para qualquer sonho: pesquisar o que é preciso fazer para realizá-lo é indispensável para chegar ao objetivo.

Disciplina para alcançar objetivos

Estar em equilíbrio com o corpo e a mente também nos ajuda a ter foco para realizar objetivos. Muitas medidas propostas na Filosofia do Bonsai para se ter uma vida equilibrada, por exemplo, exigem disciplina.

Alimentar-se bem, fazer atividades físicas com frequência, cuidar da mente por meio de meditação, rituais ou respiração são práticas que proporcionam bem-estar e maior qualidade de vida. Contudo, para sentir os resultados positivos é preciso começar.

Dar o primeiro passo não significa fazer uma mudança radical de um dia para outro, alcançar o objetivo amanhã. Quando paramos para olhar nas ações possíveis para serem feitas a cada dia, as limitações desaparecem. Há um poema Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, que diz: “na véspera de não partir nunca, ao menos não há que arrumar malas, nem que fazer planos em papel”.

Se formos pensar assim, jamais partiremos e viveremos na véspera de concretizar nossos sonhos. Que tal fazer o tão esperado amanhã chegar, começando por hoje?

Filosofia, Mente

A importância de assumir a responsabilidade sobre nossas escolhas

29 de junho de 2017

A escolha do vaso do bonsai é de extrema importância para a vida da pequena árvore. O tamanho e modelo influenciam diretamente no desenvolvimento da planta e de sua raiz. Além disso, o bonsai precisa ser trocado de vaso de tempos em tempos, pois a raiz cresce e precisa de manutenção. Em analogia com as nossas vidas, a importância de usar o vaso certo para cada bonsai nos faz refletir: de que forma estamos escolhendo o “vaso” em que cultivamos nossa vida? Estamos preparados para assumir as responsabilidades sobre nossas escolhas?

Assumir responsabilidades sobre cada escolha

O bonsai precisa ser trocado de vaso periodicamente, conforme a raiz cresce. Se quisermos que a árvore continue do mesmo tamanho, é preciso tirá-la do vaso e fazer a manutenção e corte da raiz antes de colocá-la de volta. Isso porque a raiz vai crescendo e se “enrolando” para caber dentro do espaço disponível. Quando tal situação acontecer, outra opção é colocar o bonsai em um vaso maior para que ele tenha área suficiente para crescer mais.

Na Filosofia do Bonsai, Alexandre Tagawa se inspirou nesse cuidado com a troca do vaso para fazer uma analogia com a vida: “estamos preparado para tocar o vaso e as suas raízes crescerem? Temos que assumir as responsabilidades sobre as nossas escolhas”, avalia.

A sabedoria na hora da escolha do tamanho do vaso representa a nossa consciência na hora de tomar atitudes. “Ao trocar de vaso, a responsabilidade aumenta. A raiz vai começar a crescer, vai precisar de mais terra, de mais nutrientes, de equilíbrio”, explica Tagawa.

O empresário chegou a tal conclusão com base em suas experiências passadas. Muitas vezes ele se deixou seduzir por “vasos grandes e bonitos”, mas ao “trocar de vaso” percebeu que não estava preparado o suficiente para a mudança. Os aprendizados o fizeram chegar à seguinte conclusão: “sempre que eu tive pressa, dei um passo para trás”.

O que é ser responsável

No dicionário da língua portuguesa, o significado da palavra responsável é: “1. Que responde pelos próprios atos ou pelos de outrem; 2. Que é causa de algo”. Muitas vezes, ao tomarmos decisões sem refletir, não pensamos nas consequências do que está por vir e se conseguiremos responder por tais atos. Em um exemplo simples: se o chefe nos oferece uma promoção é preciso ter em mente que o salário aumenta, mas as cobranças também serão maiores.

Na Filosofia do Bonsai somos instigados a olhar para dentro e nos ouvirmos melhor diariamente, o que pode ser feito por meio de meditação, respirações, rituais, leituras, conversas, terapias ou momentos de introspecção – o que for mais acessível e tiver melhor receptividade para cada um. Contudo, a proposta é tornar tais ações rotineiras, e não apenas antes da tomada de uma decisão – afinal, estar conectado consigo mesmo leva tempo e não é algo que acontece de um dia para o outro.

Quanto melhor nos conhecermos, mais seguros estaremos na hora de tomar uma decisão, aceitar ou negar uma proposta. Além disso estaremos preparados para assumir responsabilidades de forma consciente, e não por impulso. O mais importante é saber que a escolha da troca do vaso deve acontecer de dentro para fora, e não por influências externas.

É como diz o psiquiatra Viktor Frankl, no livro Em busca de sentido: “O ser humano, em última análise, se determina a si mesmo. Aquilo que ele se torna – dentro dos limites dos seus dons e do meio ambiente – é ele que faz de si mesmo.”

 

Alma, Filosofia, Mente, Propósito

Pratique rituais diários e fique mais perto dos seus objetivos

18 de maio de 2017

Pessoas que cuidam de bonsais sabem que eles precisam de um cuidado diário para crescerem fortes e robustos. É preciso regá-los todos os dias e certificar-se que estão expostos à luz e ao sol — caso contrário, a miniárvore não crescerá saudável e pode ter a vida comprometida. Assim como com o bonsai, rituais diários nos ajudam a organizar nossas atividades do dia e a manter o foco nos objetivos de curto e longo prazo. Entenda como praticar um ritual diário pode te ajudar a ter um dia melhor.

Como praticar um ritual diário

Um ritual nada mais é do que a prática de um rito, um ato simbólico e intencional que ocorre com determinada frequência.

O rito representa as regras e cerimônias próprias de uma determinada prática ou religião. É um ato repetitivo, simbólico, que traduz uma crença, um agradecimento, saudação, intenção ou desejo, entre outras finalidades. Pode também ser uma festa, um momento de luto ou algo que se estabelece no calendário.

Dessa forma, o ritual é onde e como os ritos acontecem. Por exemplo: um cerimonial, uma etiqueta, uma liturgia, um culto ou até mesmo um ritual de passagem — como o casamento, batismo cristão ou o Bar Mitzvah no judaísmo.

Os rituais são importantes para marcar uma transformação ou dar um sentido a determinada ação. Segundo o antropólogo e historiador Roberto DaMatta, rituais são situações que abrem parênteses e promovem consciência e reconhecimento — ele estuda rituais e deu declaração em palestra da Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial.

A prática do ritual diário na Filosofia do Bonsai

Na Filosofia do Bonsai, a realização do ritual diário feito com intenção nos ajuda a manter o foco no nosso propósito. Alexandre Tagawa, o idealizador da filosofia, descobriu por experiência própria os benefícios de praticar um ritual diário. Todos os dias antes de sair de casa e começar seu trabalho, ele para alguns minutos em frente ao seu altar e faz seu ritual.

“É muito simples: eu reverencio meus antepassados, faço minha conexão com Deus, organizo meu pensamento e sentimento para o dia. Isso faz com o que o dia flua com mais naturalidade e você consiga organizar melhor as suas atividades.”

Não há uma regra dentro da Filosofia do Bonsai para a prática do ritual diário. O importante é que seja feito todos os dias e com uma intenção, que pode ser ter foco no trabalho, ter um dia calmo ou conseguir cumprir determinada meta. O ritual pode ser feito acompanhado de uma meditação, uma oração ou um mantra pessoal, independente de crença ou religião. É recomendado, ainda, que o ritual seja feito diante de um altar (descubra aqui como montar o seu).

Para que o ritual nos ajude a alcançar objetivos de curto e longo prazo, é recomendado saber e definir de forma prática quais são essas metas e mentalizá-las por etapas no ritual diário, fazendo sempre o que for possível no dia a dia para cumpri-las — a mentalização por si só vai ajudar a trazer clareza para cumprir essa intenção.

Por exemplo: se o seu desejo é perder peso até o final do ano, diariamente no seu ritual você deve colocar a intenção de alimentar-se de forma saudável (ou conforme a dieta pré-estabelecida) naquele dia. Com esse foco e disciplina, ao final de um período, o efeito aparecerá.

Alma, Espiritualidade, Filosofia, Mente

Monte seu altar independentemente de religião

18 de maio de 2017

Ter um altar em casa é muito importante para a prática de rituais diários, propiciando ricos momentos de conexão interior — seja qual for sua crença, religião ou forma de enxergar a vida. Qualquer pessoa pode montar seu altar personalizado e garantir um ambiente favorável para a prática de uma filosofia ou espiritualidade. Veja dicas de como montar um altar repleto de energias e significado.

Como montar um altar e garantir seu “cantinho” de conexão interior

Um altar é um espaço reservado para facilitar a conexão interior, com Deus e com o Universo. Independentemente de religião, ele sempre deverá conter itens que remetam à alguma simbologia ou significado importante para você.

É possível montá-lo da forma que achar melhor. Escolha um cantinho especial e calmo dentro da sua casa: pode ser no quarto, na sala ou na varanda, por exemplo. Em uma mesa ou prateleira, junte objetos e símbolos que de alguma forma conectem com sua espiritualidade ou crença: pode ser um livro de ensinamentos, imagens de santos ou deuses, velas, flores e incensos.

Tudo tem um significado e nada será colocado no altar à toa. Alexandre Tagawa, idealizador da Filosofia do Bonsai, coloca no dele itens que o remetem às raízes familiares e energias positivas.

Entre eles está o incenso, objeto relacionado à reverência aos antepassados e à impermanência da vida — além, é claro, do perfume que exala. Há também pedras de quartzo: uma branca ou transparente, que significa força de cura e equilibra os elementos do corpo; e uma rosa, que significa bondade, felicidade e amor.

Tagawa colocou, ainda, um gongo, que significa a cura terapêutica através da ressonância. Em cima do altar, na parede, fixou um quadro com uma espada de Samurai — um presente que ganhou da esposa. “Eu tenho certeza que algum dos meus antepassados foi um Samurai.”

Homenagem à avó budista

No centro do altar de Tagawa tem a imagem de um Buda. “É uma reverência e homenagem que faço à minha avó, Dona Rosa. Eu lembro desde pequeno de ela todos os dias praticando o ritual no seu altar”, explica. Segundo ele, o significado do Buda é “iluminar”.

Tagawa aprendeu a importância de ter o próprio altar com a avó budista. Todas as manhãs, a sábia senhora dedicava um tempo diante do pequeno altar em seu quarto para entoar seu mantra, reverenciar Buda e mentalizar o nome de todos os familiares. Depois disso, ela ainda se alongava para começar o dia em equilíbrio.

Ao chegar na fase adulta e após enfrentar muitos obstáculos, Tagawa recordou da prática diária de sua avó e aos poucos construiu o próprio altar.

Significado da palavra altar

A palavra “altar” geralmente nos remete a imagens de igrejas ou templos religiosos, já que a mesa dedicada ao divino está presente em praticamente todos eles. No dicionário Aurélio, por exemplo, a palavra altar significa: “1. Mesa consagrada aos sacrifícios religiosos; 2. Mesa ou balcão de pedra destinada a sacrifício, nas religiões pagãs”.

Isso porque, em tradições religiosas, o altar é (ou era no passado) usado para esses sacrifícios e oferendas. Podemos aproveitar a origem dessa palavra, ressignificando-a para os dias atuais. A avó de Tagawa, por exemplo, tinha o costume de ofertar frutas no altar dela. Nesse mesmo contexto, é possível acender velas e flores.

“De início são objetos inanimados, mas a partir do momento que você leva a sua energia, faz a prática e cria um hábito da sua conexão com plano maior e o Universo, a energia que esse altar traz para você é algo muito importante e faz muito bem pra mim”, revela Tagawa.